domingo, 16 de novembro de 2014
.........a natureza...o paganismo...e a mulher
"A natureza não se conforma com as leis do Homem, da Cultura, ela não pode ser contida.
O homem vê dessa natureza incontrolável na Mulher - nos líquidos que fluem de sua genitália durante o sexo e menstruação, a partir de seus seios após o parto - e não só se sente ameaçado, como se sente profundamente atraído pelo que lhe falta e acha fascinante.
Num impulso, o homem se volta para o céu, em direcção a Apolo, e investe sua energia numa lógica transcendental. Mas é tudo em vão.
A Teologia ocidental nunca conquistou o paganismo, mas sim tentou adequá-la ao seu sistema tentando sublimá-la. Assim, o Feminino centrado no paganismo consegue manifestar-se no iconologias popular da cultura ocidental e continuar a ter vida fora do que resta da sua ideologia patriarcal.
O ego masculino é um persona (da palavra latina para a máscara) sexual que se duplica e propaga em monumentos e arranha-céus fálicos (escadas para o céu, o sol), em doutrinas religiosas em que as mulheres são designadas como servas dos homens, em que manifestamente as "megeras" estão a ser domesticadas.
Ao controlar as "suas mulheres", os homens estão a tentar controlar a "natureza", a representação final do poder.
Mas no fundo sabemos que os homens tal como o seu poder, são como o seu próprio pénis, que murcha e se torna flácido mal termina o acto sexual, assim o seu próprio poder se torna passageiro.
Então vemos como eles brigam e lutam em guerras que podem vencer, dentro desta cultura ocidental, e cujos resultados estão á vista: os enormes estragos causados por esta carnificina espantosa da Natureza."
Camille Paglia
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