quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014
PODER INTERIOR
O conceito de poder ao qual estamos habituados é, usualmente, aquele que se refere à atitude de exercer alguma influência ou domínio sobre o outro.
Entretanto, no plano da espiritualidade, o poder tem uma conotação muito mais profunda. Ele se refere ao poder sobre nós mesmos, que emana da consciência divina que habita em cada um.
Quando está plenamente desperto e fortalecido, ele se expressa como um poder espiritual, uma força interior que nos torna capazes de dominar o ego e as emoções e ter total segurança e controle sobre nossa própria vida.
Aquele que o experimenta, não teme o julgamento ou a rejeição alheias, nem direcciona suas acções pelo medo ou a culpa. As escolhas, aliás, são os mais fortes indícios da plenitude do poder espiritual.
Quanto mais desenvolvido ele for, maior será a segurança para tomar decisões e, de forma madura, pagar o preço que for necessário por elas. Na imaturidade, ao contrário, teme-se fazer uma escolha por receio de errar ou pela incapacidade de abrir mão de alguma coisa para poder desfrutar de outra.
Para que o poder interior se torne o único mestre de nossa vida, é imprescindível que aprendamos a viver de modo totalmente consciente, ao invés de seguirmos num estado de letargia e adormecimento, deixando-nos arrastar pelos acontecimentos, como vítimas indefesas do destino.
Embora existam aspetos da existência que pertencem à dimensão do mistério, e sobre os quais não temos qualquer controle, grande parte de nossa jornada pode, sim, ser traçada pelo poder de nossa vontade, por um desejar profundo, que se impõe de maneira espontânea e natural, sem nenhuma luta, quando emana diretamente do nosso poder interior.
Elisabeth Cavalcante
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