domingo, 19 de janeiro de 2014

Os Maoris Ancestrais


A Palavra Maori significa “Normal”.

Era a palavra utilizada para, distinguir os mortais de divindades e espíritos.

Se eu pudesse definir o que seria o povo Maori, diria que foi o povo mais animista de toda a Oceania, precisamente Nova Zelândia, terra essa onde viviam os Nativos Maori e onde vivem seus descendentes.
Foi Sir James G. Fraser, que realizou um dos melhores estudos na zona da Oceania.
Ele definiu o povo Maori da seguinte maneira:
“Aqui a magia dominou a religião e venceu-a em toda a linha.
Porque o ser humano, ao sentir-se impotente perante as forças da natureza, ao não poder aceder ao seu controle, ou pelo menos, ao não poder prever o seu desenvolvimento, trata de improvisar um ritual que lhe dê a possibilidade de recuperar parte da confiança perdida.”

Assim, as tatuagens começam a entrelaçar-se com a historia deste povo, na óptica que dentro dessa cultura, os Tohunga (Tatuadores), eram vistos como sacerdotes, que tinham o poder de sarar o individuo, como doutores prescreviam a receita para a cura dos males.
No caso, a cura do espírito e da alma.
As tatuagens para esse povo tinham o poder de curar e de precaver do que poderia vir, de proteger, a afastar, de atrair, reverenciar, saudar e de lembrar, era seu amuleto de sorte, seu Patuá nas muitas batalhas de um povo genuinamente guerreiro.
Talvez na tatuagem é que podemos conotar a forma mais expressiva de magia utilizadas pelos Maoris, e relatada pelo estudioso Sir James G. Fraser.

O animismo, tem duas notas peculiares:
o particularismo e o ceremonialismo.
Tenta-se trabalhar a alma, o espírito particular, individual e definido, de cada um dos elementos sobre os quais se deseja actuar e, ao considerar a sua personalidade espiritual, se quer descobrir a maneira de agradar ou atemorizar o espírito em questão.
Esta era a maneira como os elementos dos desenhos empregados na tatuagem Maori actuavam.
Para isso, o pretendido conhecedor dessas almas desenvolve a cerimónia que melhor lhe parece que pode resultar, de acordo com a sua intenção, no caso aqui, o Tohunga ou “Tatuador”.

Neste caso, resulta claro que não há necessidade de mediador, de sacerdote, porque as regras se vão criando segundo aparece a necessidade correspondente.
O espírito da coisa, do animal, ou do fenómeno em questão, é uma alma concreta e o praticante também o é; portanto, a cerimónia animista é uma conversa, um contacto pessoal entre o espírito e o demandante, que se ajuda com a magia que ele conhece, que aprendeu com seus ancestrais ou que intuiu que é a mais indicada para essa alma, a melhor para essa ocasião concreta e receita as formas a serem utilizadas para cura dos seus problemas.

Na era contemporânea, diria que é aquela pessoa que diz ao tatuador que  viu determinado desenho(elementos), e se identificou com ele, ela conta exactamente o que gostaria de expressar e perpetuar, relata o que é importante na vida dessa pessoa, demonstra os seus valores e subconscientemente, ela está a praticar uma forma de animismo, quando utiliza esta simbologia, que é totalmente voltada às causas Animistas.



JANSER TATTOO

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