A que buscas em mim,
que vive em meio de nós,
e nos unindo nos separa,
não sei bem aonde vai,
de onde veio,
trago-a no sangue
assim como uma tara
Dou-te a carne que sou...
Mas teu anseio
fôra possuí-la -
a espiritual, a rara,
essa que tem o olhar
ao mundo alheio,
essa que tão somente
astros encara
Por que não sou
como as demais mulheres?
Sinto que, me possuindo,
em mim preferes
aquela que é
o meu íntimo avantesma...
E, o meu amor,
que ciúme dessa estranha,
dessa rival
que os dias
me acompanha,
para ruína gloriosa
de mim mesma!
Gilka Machado
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