quarta-feira, 27 de julho de 2011

Meu Glorioso Pecado II

Quantas horas felizes, quantos dias
nos contemplamos sem jamais trocar
uma frase! - Eu temia... Tu temias...
Mas como era expressivo nosso olhar!...

Nem uma frase! E tantas melodias
no meu, no teu silêncio, no do mar,
no do céu, no das árvores sombrias,
como tudo se amava sem falar!


Trocamos o vocábulo e (oh! tristeza!)
Quantas injúrias, que contradição
nessas palestras de alma
em ciúme acesa!

Ah! se mudos ficáramos então,
não profanara o orgulho
e a singeleza
das palavras sem voz
do coração!

Gilka Machado

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