segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

Flores silvestres





O que dizem? Que querem
vida eterna? Seus pensamentos são mesmo
tão arrebatadores assim? Com certeza
não olham para nós, não nos ouvem,
em sua pele mancha de sol, pó
de botões-de-ouro: estou a falar
com vocês, vocês que olham fixamente
por entre os talos de grama alta agitando
o pequeno guizo — Ó alma! alma! Basta
olhar para dentro? Desdém
pela humanidade é uma coisa,
mas por que desprezar o vasto campo,
seu olhar elevando-se acima das nítidas cabeças
dos botões-de-ouro silvestres em direção a quê?
Sua pobre ideia de céu: ausência
de mudança. Melhor que a terra? Como
saberiam, se não estão nem
aqui nem lá, eretas entre nós?


Louise Glück
in, “Antologia de Poesia Norte-Americana Contemporânea”










Karma

 




Karma is a Sanskrit word meaning “act,” “action,” “work” or “deed.” 

Hinduism and Buddhism teach that the law of karma is a universal law of cause and effect that affects everyone. 

As Newton’s third law of motion states, “For every action there is an equal and opposite reaction.” 



To put it in simple terms: 
What goes around, comes around. 
Whatever you do comes full circle to your doorstep for resolution. 



The law of karma is inseparable from life on earth. 
Almost everything we do is setting something in motion that is going to have ramifications. 

An idle word, a careless remark can affect someone for a day or a week. 
We have set up a cause; it is in motion. 
Likewise, we can bring joy and comfort, learning, or a nugget of truth that gives someone a burst of awareness. These are also causes we’ve set in motion by our free will—causes that will ripple on and affect others. 
So we begin to see that we are absolutely responsible for what we think, feel, say and do—or don’t do. 



Another definition of karma is unconditional love. 
It is precisely because God loves us that he allows our karma to return to us. 
Being on the receiving end of causes we have set in motion shows us the consequences of our actions and inactions. We learn to do unto others as we would have them do unto us, and this helps our soul develop. 

Thus the law of karma is the law of love. 
It teaches us compassion, as well as humility, empathy, mercy and sensitivity to life. 
It brings remorse and reconciliation. 
It teaches us to love as no other process can or does. 



Prophet, Elizabeth Clare. 
The Story of Your Soul: Rediscovering the Pearl of Your True Identity







sábado, 20 de fevereiro de 2021

Matins








 Unreachable father, when we were first

exiled from heaven, you made

a replica, a place in one sense

different from heaven, being

designed to teach a lesson: otherwise

the same — beauty on either side, beauty

without alternative — Except

we didn’t know what was the lesson. Left alone,

we exhausted each other. Years

of darkness followed; we took turns

working the garden, the first tears

filling our eyes as earth

misted with petals, some

dark red, some flesh colored —

We never thought of you

whom we were learning to worship.

We merely knew it wasn’t human nature to love

only what returns love. 



Louise Glück





 

Sagrado Feminino e Sagrado Masculino: em busca da Multipotencialidade Humana







Para entender a essência do Sagrado Feminino e do Sagrado Masculino, é preciso pensar nas duas polaridades enquanto princípios de uma energia psíquica, que é bem diferente de pensar em sexualidade ou gênero. 

Como no exemplo das polaridades Yin &Yang
um princípio da Medicina Tradicional chinesa, 
esta dualidade representa, respectivamente 
Feminilidade & Masculinidade 
— Presentes em qualquer ser humano 
independente do seu sexo biológico.


Podemos citar simples exemplos da dualidade da natureza e sua complementaridade essencial: 
Yang — Sol, Claridade, Dia, Quente, Seco, “Masculino” e 
Yin — Lua, Escuridão, Noite, Frio, Úmido, “Feminino”.

Fazendo um contraponto com nosso cérebro, podemos dizer que METAFORICAMENTE o lado esquerdo é Yang (masculino) e o lado direito é Yin (feminino)

De acordo com Robert A. Johnson, cujos estudos se basearam em Carl Gustav Jung, fundador da Psicologia Analítica e autor das obras: “We — A chave da psicologia do amor romântico”, “She — A chave do entendimento da psicologia feminina” e “He — A chave do entendimento da psicologia masculina”, existe na psique masculina, uma parte feminina que se chama “Ânima” e uma parte masculina na psique feminina que se chama “Animus”.





Esta referência serve apenas para mostrar que 
podemos e devemos pensar num contexto de 
feminilidade e masculinidade, 
independentes e complementares, 
como forças integrativas do ser humano. 


Decidimos então, transportar esta lógica, para o que entendemos como Sagrado feminino e Sagrado Masculino e o que experienciamos em nosso cotidiano.

Se pensarmos na nossa sociedade, a sociedade ocidental o que veremos, 
quais características são mais evidentes? 
Será amor ou violência? 
Será competitividade ou cooperação? 
Será pressão por resultados e eficácia ou tempo para reflexão, para introspecção?

Se você percebe que na nossa sociedade tem mais disputa e agressividade do que cooperação e compreensão, intuirá que ela é portanto, extremamente masculina (princípio YANG). 
Quando digo masculina quero dizer o que condicionamos a chamar de masculino, como uma das polaridades que fazem parte da nossa dualidade enquanto humanos e nunca, jamais, algo que só se refere aos seres humanos nascidos no sexo biológico masculino.

A energia masculina de forma exacerbada nos oprime, nos cobra, nos mantém culpados por não cumprir metas e prazos. Nos faz sentir sufocados porque não conseguimos ser a melhor ou o melhor em tudo o que fazemos.
Isto significa que o masculino é ruim? Não! 
Isto acontece porque vivemos numa sociedade que prega resultados em detrimento de qualidade de vida e quem já vivenciou o mundo corporativo vai entender isto melhor. 
Podemos compreender que por esta razão, tudo o que foi condicionado como “princípio masculino”, ou seja o que nossa sociedade classificou como “características masculinas” está supervalorizada a ponto de assertividade e objetividade se tornar competição e violência, o que gera muito sofrimento, insônia, depressão e pânico. 
Podemos dizer que palavras como “eficiência”, “liderança”, “pró atividade” estão muito em voga e tudo isso é decorrente de uma sociedade excessivamente Yang já que disputa e conquista são palavras de ordem.

Ironicamente vemos esse tipo de abordagem inclusive dentro da espiritualidade, como por exemplo cursos de meditação que garantem que com o foco e a concentração adquiridas na vivência desta abordagem meditativa, você será capaz de render mais no trabalho, aumentar sua eficácia. 
Ou seja, uma obsessão com resultados, com algo que serve pra sustentar uma insatisfação perene, pois nunca somos boas o suficiente, sempre temos algo a aprender e nunca fazemos tudo com a agilidade que necessita ser feito. 

Corremos contra o tempo e inevitavelmente, perdemos sempre, pois o excesso de Yang pede que sejamos máquinas! Não existe a pausa, o respiro, a contemplação. Isto faz com que nos afastemos cada vez mais dos nossos valores humanos.

Tudo isto implica numa sociedade esquizofrênica que faz as pessoas trabalharem 12, 14 horas por dia e quando chegam em casa, não conseguem se desconectar das tarefas que ainda precisam cumprir. 
Desta forma, a pessoa busca um curso de meditação, mas não para se autoconhecer e sim para conseguir trabalhar ainda mais do que já faz, à base de café, cápsula de guaraná, até chegar ao ponto da ansiedade ser tão grande que a pessoa visita o psiquiatra, percebe que tem transtorno de ansiedade e é diagnosticada com depressão.

Todas essas coisas são os sintomas da sociedade excessivamente Yang, onde o lazer e o ócio criativo, o tempo para a imersão em nós mesmas é algo sempre deixado em último caso, quando já estamos tão abaladas psiquicamente que não lembramos mais nem quem somos e não sabemos mais como voltar atrás no caminho. 
Esse é o peso da humana máquina X humana essência.

Com a balança desregulada não enxergamos a saída para o caos mental e emocional no qual nos encontramos. Poluímos o meio em que vivemos, ignoramos nossas queixas emocionais e ao invés de tratá-las, nos dopamos e anestesiamos com remédios para não sentir a dor. Reprimimos a dor e o desconforto do corpo ao invés de enxergar nossas próprias sombras, a fim de resgatar nossa luz. Escondemos no inconsciente tudo que machuca e nem pensamos em perdoar a nós mesmas e aos outros.

Cada vez mais temos doenças somatizadas no organismo, que não foram tratadas a nível emocional, como por exemplo: 
o Hipotireoidismo: Sintoma de humilhação, 
a Diabetes tipo 2: acreditar que a vida é amarga. 

Com os Princípios Yang super valorizados e os Princípios Yin suprimidos ou parcialmente aceitos, a objetividade, racionalidade, conquista e competição chegaram a um nível tão extremo que o Princípio de um Yang saudável (foco, ação, realização) se expressam de forma violenta internamente com a culpabilização por não atingirmos as “metas” inalcançáveis e externamente na forma da falta de gentileza, insensibilidade e agressividade, como observamos cotidianamente

As pessoas “explodem” porque não conseguem lidar com as cobranças e não se permitem um tempo de pausa, introspecção, lazer e ócio criativo. E nossos valores humanos vão sendo deixados de lado em nome da “eficiência”.

Mas o que o Sagrado Feminino e o Sagrado Masculino tem a ver com tudo isso? 
A situação de desequilíbrio não pode durar para sempre, porque é humanamente impossível. 
Nossos corações, nossas mentes e nossos corpos não aguentam mais este peso. 
A terra está buscando entrar novamente em equilíbrio e este equilíbrio vai ser resgatado a partir do princípio feminino que foi renegado em nós, oprimido e sufocado nos homens e que nas mulheres não pôde se manifestar em sua plenitude, visto que apenas algumas “características femininas” são aceitas na sociedade, pelo menos até hoje.

Por muitos séculos o princípio inconsciente, a “escuridão” interna da psique humana foi associada ao princípio feminino, que foi violentamente renegado tanto internamente nos homens, quanto externamente nas mulheres, como por exemplo, a magia, fazendo com que milhares de mulheres fossem torturadas e queimadas na fogueira, acusadas de bruxaria, simplesmente porque de alguma forma elas traziam à tona o lado obscuro da mente e que tanto amedrontava o homem e a “racionalidade” pré estabelecida.

Tudo o que pudesse ser tratado como indomável, incontrolável, criativo ou muito relacionado à natureza e desta forma, aos cultos pagãos, era considerado demoníaco
Portanto, claramente o feminino e a mulher foram demonizados, pelo medo da sociedade patriarcal de enfrentar seu “demônios interiores”.

Isto causou a domesticação da mulher selvagem, amordaçada e presa num quadrado, desrespeitando totalmente sua natureza cíclica. 

Quanto aos homens, qualquer expressão que lembrasse a feminilidade era extremamente censurada, visto que o feminino além de ser ‘demoníaco” era considerado inferior e é por esta razão que o momento atual é crucial para redescobrirmos a nossa totalidade humana e abandonarmos tabus.

O que nossa sociedade atual considera papel feminino é irreal. 
Foi tirada a natureza animal da mulher e manteve-a num ideal de perfeição inatingível e absurdo. 
Somos humanas! 
E o que é feminino Yin no homem, foi reprimido. 
Um homem aceitar sua parte feminina não quer dizer que seja “afeminado”.
Toda vez que um pai ou uma mãe aponta para seu filho e diz: 
“Não chore, meninos não choram! ”, ou “Não aja como uma mulherzinha!”, 
neste mesmo instante é reprimido o princípio feminino da emoção, da sensibilidade, que não é domínio das mulheres e sim, de uma feminilidade, uma característica HUMANA.
Desta forma, é legitimada a violência, a falta de empatia. 
Ser sensível é sinônimo de fraqueza e os homens passam a vida temendo que alguma conduta sua seja chamada de ‘afeminada” e essa masculinidade “construída” oprime os homens de serem a multipotencialidade que poderiam desenvolver e impede as mulheres de agirem como seres humanos completos porque toda forma de objetividade e assertividade feminina é tida como “masculinização” da mulher, como se o domínio do lógico, da razão e da liderança fossem exclusivamente masculinos!

E assim perpetuamos uma sociedade maniqueísta em que mulheres se sentem culpadas ao alcançarem altas posições porque são julgadas como “poderosas e temidas” e homens se sentem perdidos porque sua criatividade, sua introspecção para seu autoconhecimento, sua vontade de não seguir a maré do que esperam do “homem provedor e bem sucedido” e de repente ficar em casa, cuidar de seus filhos é visto como “menos homem”.


O resgate do Sagrado Feminino é fundamental para o resgate do Sagrado Masculino, mas porquê? 
Por que o masculino naturalmente se equilibra quando um homem cura o feminino dentro de si! 
Porque será que em muitas religiões pede-se que a mãe interceda, a mãe tenha piedade, afinal o que é o princípio feminino (Yin), senão o próprio amor e o acolhimento?

Uma metáfora interessante para ilustrar: quando a criança ou o adolescente precisa de algo e caso ela viva com ambos os pais, ela pede primeiro para a mãe, porque sabe que a mãe tem um jeitinho melhor de lidar, de acolher, a adolescente fala “mãe, pede pro pai deixar eu ir?”. 
Isto acontece porque a energia Yin tem como expressão, o acolhimento, que faz todo o resto se encaixar. A terra está indo rumo a um caminho mais Yin, mais cooperativo e menos competitivo.

O Resgate do Feminino Sagrado tem fortalecido valores esquecidos ou deturpados pra todos nós numa sociedade tipicamente utilitarista. 
Sensibilidade, altruísmo e humildade — que muitas vezes foram vistas como “fraqueza”. 
Tempo para introspecção e autoconhecimento, desenvolvimento da Espiritualidade — visto como perda de tempo. (Muito comum na nossa cultura ocidental. Na sociedade Oriental a dedicação à alma e a contemplação é comum e bem aceita)

Os cultos à Deusa Mãe Terra, Gaia e Pachamama são interessantes neste aspecto, visto que, na nossa sociedade ocidental, onde a maioria das religiões são monoteístas e suprimiram quase que completamente o princípio feminino de seus dogmas, a religião da Deusa e o sagrado feminino tem uma grande importância no resgate de uma feminilidade que foi tolhida nos homens e inferiorizada nas mulheres. 

É parte de um resgate de saberes ancestrais 
e de uma visão sagrada da natureza, 
que é nossa casa e também uma forma de reverenciar 
nosso principal templo: nosso corpo.


Reaprendemos então, nossos ciclos femininos, tão importantes e belos como os da nossa mãe Terra e da nossa avó lua e o feminino seguirá cumprindo o importante papel de auxiliar na cura do masculino também, para que curemos a Terra e todas as nossas relações que andam tão adoecidas. 
Desta forma reitero que a energia Yin é a porta de entrada da cura da Terra.

Na mulher, seu princípio masculino, seu “Yang” também foi reprimido, porém, como vivemos em uma sociedade onde cada vez mais é cobrado “resultados e eficácia” é mais fácil para a mulher resgatar as características masculinas, à medida que nossa sociedade vai se tornando mais igualitária e as mulheres ocupam as mesmas funções que antes só eram ocupadas pelos homens. 
Porém, como o Yang é excessivo e massacrante, as mulheres, que cumprem jornadas triplas de trabalho, são as que mais tem sofrido com esta carga desumana.

Graças ao resgate do Princípio feminino e a redescoberta de valores humanos vem impedindo que nos transformemos em uma “máquina”. A potência da feminilidade humana, ou seja, nosso Yin (amor, cooperação, bem estar coletivo) vai sendo ressaltado e quando curamos o nosso feminino interno, nosso masculino, ou seja, nosso Yang, naturalmente se reequilibra. 

Ou seja:
Para curar o Sagrado Masculino, primeiramente devemos curar nosso sagrado Feminino (independentemente de sermos homens ou mulheres). 
Desta forma, a balança NATURALMENTE se reequilibra!

É bom ressaltar que o resgate do feminino sagrado tem o potencial de religar as mulheres com seu feminino real, com sua mulher selvagem que pode ser agressiva se necessário. E este mesmo feminino sagrado vai clarear todas as características humanas que foram sufocadas tanto nos homens como nas mulheres, por causa desta nossa sociedade patriarcal opressora.

Reafirmamos então, que os homens não devem sentir que o sagrado masculino é tratado como menos importante, porque para se chegar ao sagrado masculino, é preciso ter o feminino sagrado como ponte e ambos fazem parte da nossa natureza humana completa — rumo à totalidade e plenitude de consciência.

Os sinais de cura:

No Chile, um grupo de homens decidiu quebrar o tabu de que tricô é um trabalho feminino e montaram um grupo de homens tricoteiros e isso não os torna menos másculos, menos homens. Eles estão plenamente redescobrindo o feminino neles, seu “Yin”.

O movimento “Guerreiros do coração” é um exemplo de como homens unidos em busca de uma nova visão de mundo podem se transformar e transformar tudo a seu redor com, eles se dizem: “Homens aprendendo a ser homens, juntos” e se autointitulam: “Um Movimento de Homens a Caminho da Inteireza do Ser. Homens em desenvolvimento pessoal que utilizam o trabalho em grupo, estudos teóricos e a pedagogia iniciática através de ritos de iniciação e de passagem.” Podemos dizer que estes homens buscaram a cura de seu feminino interior, numa nova dimensão humana integral.

O Documentário “The Mask you live in - (A máscara em que você vive)” de 2015 mostra como se forma a masculinidade tóxica que influencia de forma negativa o modo como os homens interagem no mundo, ao rejeitar tudo que é denominado como “feminino”. Um homem que redescobriu seu sagrado feminino é um pai, um marido melhor, um ser humano mais completo, um profissional mais criativo, mais sensível. Desta forma o Sagrado feminino que estamos resgatando está curando as nossas relações, ainda que seja mais fácil de ser retomado a partir da iniciativa das mulheres, os homens têm se curado ao entrar em contato com esta energia feminina que pertence a eles também e que desconheciam. A partir disto redescobrem uma masculinidade real, livre de tabus e conceitos pré determinados sobre o que faz um homem “ser homem”.

É verdade que nós mulheres temos mais facilidade de entrar em contato com nosso principio Yin, pela própria divisão em caixas que nos colocaram (mulher sensível X homem racional) e é por isso que os círculos de mulheres se espalharam tanto e agora, já temos visto círculos de homens e ambos são cruciais para a retomada das multipotências humanas.


Mas porque a palavra Multipotencial? 

A autora Barbara Sher criou o termo “Scanner” que poderia ser traduzido como “desbravadores”, que também são chamados de “almas renascentistas” e diz que uma certa parcela da humanidade está infeliz com seu trabalho porque se interessa por muitos assuntos e assim que aprende algo, se desinteressa rapidamente e parte para um novo empreendimento, isto porque, são eternos aprendizes. 
O oposto dos Scanners seriam os “especialistas”, aqueles que cada vez mais gostam de se aprofundar num mesmo assunto.

Barbara diz que todos os scanners podem e devem usar todos os nossos dons a fim de buscar sua auto realização. Muitos dos nossos talentos são escondidos porque acreditamos que devemos escolher um único caminho até o fim da vida e que quem recomeça muitas vezes, se tornando aprendiz por vários momentos, não está alcançando o status que a sociedade nos impõe.

Recentemente Emilie Wapnick pegou a ideia de Barbara Sher e cunhou o termo “Multipotentialite” traduzido como “Multipotencial” e reafirma que as pessoas multipotenciais são extremamente versáteis e inteligentes e se interessam por muitos assuntos e acabam empreendendo de formas que misturam saberes que aparentemente não tem conexão alguma.

Podemos admitir que uma grande parcela da humanidade é multipotencial, visto que características que ficaram presas a determinado gênero podem estar mais presentes em uma pessoa do que em outra, e até em proporções diferentes durante a vida de uma mesma pessoa e isso independe do gênero biológico com o qual a pessoa se identifica. E isto vai para além de gostos e interesses em hobbies e trabalho, mas para todos as esferas da vida.

Uma forma de buscar a cura do nosso feminino interno é nos dedicar ao autoconhecimento, através da espiritualidade e quando falamos em trabalhar a espiritualidade, não nos referimos especificamente à religião, embora esta possa ser uma das ferramentas para se trabalhar esta questão.
Uma das formas para se trabalhar nossa espiritualidade, visando curar nosso feminino e consequentemente desenvolver nossas multi potencialidades, tem a ver com deixar fluir nosso arsenal criativo e artístico, nossa expressão corporal e intuição. 
Por exemplo: Meditação, danças, tai chi, esportes em geral, leitura de livros de autoconhecimento, dentre outros são exemplos de cultivos espirituais.

Os círculos de Sagrado Feminino e Sagrado Masculino são excelentes para expandirmos nossa conexão com nosso sagrado interior mas não significa que sozinhos, não possamos desfrutar desta experiência.

A partir da cura do nosso feminino, ficará mais evidente quais pontos do nosso Sagrado Masculino precisam ser cuidados. O Feminino cria, “dá a luz” mas é o masculino que nos dá o foco e a materialização e é justamente por esta questão que ambos são essenciais e nenhum é melhor ou mais importante que o outro. Assim como nem mulheres nem homens são superiores uns que os outros. Um planeta mais harmônico e mais equilibrado é o nosso despertar da consciência.


Paty Rossetti






sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021

Sonnet


Carlo Ferrara





 For that I have forgot the world these days, 
To enter at the smokeless lodge, and take 
Life naked at primeval hands, to make 
Clean comrades of large things in mighty ways; 
That I have wrestled with the huge dismays 
Which make the high head bow, the strong heart quake, 
That I have battled for a golden stake, 
Richer by every terror and amaze, -

For that I have forgot the world her cries 
In the vast painted silences, that men 
Have meant me nothing, under the great skies, 
Over the high hills of God’s caress, -
Ye pitying elements! - be with me when 
I kiss the little feet of foolishness.


E. E. Cummings





Excesso de Volúpia


J. Carlos



A volúpia carnal é uma experiência dos sentidos, análoga ao simples olhar ou à simples sensação com que um belo fruto enche a língua. É uma grande experiência sem fim que nos é dada; um conhecimento do mundo, a plenitude e o esplendor de todo o saber.
O mal não é que nós a aceitemos; o mal consiste em quase todos abusarem dessa experiência, malbaratando-a, fazendo dela um mero estímulo para os momentos cansados da sua existência.


Rainer Maria Rilke 
in,  'Cartas a um Jovem Poeta'




Andrea Bocelli, Matteo Bocelli

                           










terça-feira, 16 de fevereiro de 2021

The Wild Iris



Kasia Derwinska






 At the end of my suffering

there was a door.

Hear me out: that which you call death

I remember. 

Overhead, noises, branches of the pine shifting.

Then nothing. The weak sun

flickered over the dry surface.

It is terrible to survive 

as consciousness

buried in the dark earth.

Then it was over: that which you fear, being

a soul and unable 

to speak, ending abruptly, the stiff earth

bending a little. And what I took to be

birds darting in low shrubs.

You who do not remember 

passage from the other world

I tell you I could speak again: whatever

returns from oblivion returns

to find a voice: 

from the center of my life came

a great fountain, deep blue

shadows on azure seawater. 



Louise Glück 






................................................ prisões auto-impostas

 





Este é o colapso 
(e a reestruturação, 
a reconstrução, e a 
refacturação - e fracturação) 
de tudo quanto nos impede de continuar a Cres_Ser.


Daí que mudanças, fins, reinícios (eventualmente não imediatos, mas no processo) estejam na ordem do dia (do mês, do ano).

É como quando percebemos que as antigas paredes que antes nos serviram e protegeram (ou os padrões antigos e limitadores que ainda assim encontraram maneira de ir an_dando) deixaram, absolutamente, de funcionar.
Tornam-se opressores e limitadores - o pintainho já não cabe dentro do ovo e está a bater com a cabeça - o bico - na casca dura e grossa que o sufocará e nunca deixará tornar-se galinha.

Ou então, ter responsabilidade sobre a sua própria vida.

Ou então, ter sucesso naquilo que nasceu realmente para ser, fazer, ter (como experiência; em rigor não temos nada a não ser, quando muito e nem parece ser para todos, a nós próprios), e tornar-se.
A Vida ama-nos tanto que mesmo que não reconheçamos o momento de partir aquela casca e reengenhar - sim, é um processo de reengenharia e requer re_engenho
(e Coragem, e Amor, e Confiança, que é como quem diz, compreender o que é a Vida mais além do transe, da ilusão, da educação, da adulteração, da mentalidade colectiva das massas, do estadio evolutivo da consciência consensual, e de tudo aquilo que fomos, todos, programados para acreditar que podemos, e devemos, 'ser')

Mesmo que não compreendamos essa absoluta, inadiável e inevitável necessidade evolutiva,
Vem a Vida por meio dos seus múltiplos agentes e circunstâncias e destrói-nos 'ela' o reduto da nossa acomodação, do nosso apego, do nosso conforto ilusório insustentável, da nossa auto-limitação ignorante e assustada.

Para nos libertar e possibilitar ir mais 'longe' (alto, fundo, além)
... Só que nesse caso sentimos que as circunstâncias nos ultrapassam, que não temos controlo, e que somos vítimas
Das forças do destino
Da Evolução.
É triste, mas é verídico.
É possível viver diferente, mas é raro.
Está ao alcance de todos, mas parece que é só para heróis,
Loucos,
E livres:
Vivos.

Parece que estamos todos mortos,
Quando a vida nos vem recordar que estamos vivos, que temos ainda tanto pela frente,
E nós reclamamos nos assustamos contrariamos assustamos fechamos tememos e nos viramos de costas para o nosso próprio 'futuro' de possibilidades
Agarrados aos destroços e aos cadáveres (de sonhos, de projectos antigos, de padrões ultrapassados, de figuras fortes: as autoridades antigas de quando éramos adultos infantilizados, de versões desactualizadas de nós próprios, das extensões que nos tornámos da nossa própria história e passado)
E parece que escolhemos ficar a chorar o leite derramado, a fazer velórios e a querer ressuscitar os mortos,

Em vez de reconhecer e honrar a sua herança,
De os trazer para dentro de nós para nos tornarmos mais ricos e inteiros e completos e redondos,
E de encararmos corajosa e diligentemente todo o Caminho que temos pela frente,
E que adiaremos gerando atrito, resistência e assim sofrimento para nós próprios, e para todos à nossa volta - especialmente aqueles que estão mais sintonizados com o movimento inevitável da Vida -
Porque nos querem bem e não gostariam de ter de nos deixar entregues à nossa própria cegueira, prepotência, resistência, ignorância, sofrimento tonto e inútil:
- é disso que trata a sua própria *

De modos que,
Não vamos esquecer que por muito belo, sonhado, confortável, familiar, reconfortante, protector, e necessário tenha sido o ovo,
É altura de abandonar essa casca
E descobrir quem sabe até
Que não somos pintainhos nenhuns,
Somos é filhos, destino e futuro
de uma ganda Águia *

Agora em português corrente para quem gosta de reclamar da  minha escrita:
Evolui e abre a pestana, senão tás fodddd
Vais bater com os cornos nas paredes limitadoras das tuas prisões auto-impostas.
Tá claro?
Espero bem.

Seria uma tristeza voarmos, com tanto céu tão vazio
O teu lugar por ocupar
As asas sem se tocarem
E tudo cheio de galinhas pequeninas a correrem às voltas, lá em baixo, assustadas e a cacarejarem
Quem mexeu no meu milho... 


Nuno Michaels





domingo, 14 de fevereiro de 2021

With your heart open to the Great Mystery






The essence of Tantra 
is not concerned with sex.


But the methodology of the Maithuna mystics has created a lot of confusion over the centuries.


Tantra is about Liberation.
Or you might call it “Self-Realization”.


A skilled Tantra teacher will not just teach you which “Magic buttons” to press on your lover’s body.
SHe will be able to pass on to you tools which you will be able to use to navigate through life with an open heart.


To navigate in such a way that, in all activities and in all circumstances, you can find your way to the sacred dimension of Beingness - in whatever circumstances.
All circumstances are viable portals for opening to the divine...
... whether in sexual stimulation, in your greatest successes, in the most challenging failures...
Or even in the face of death.

Tantra helps us see all as Divine Intelligence - and as the Play ('Leela') of the Divine Power ('Shakti').
Tantra enables us to experience life as a flow of Grace. 

But it is not for suppressing “negative feelings”, not for overriding what we truly feel,  not for bypassing reality in any way.
We are not asked to just passively accept all that we experience as 'good'... 

The Tantric methodology is a way of accessing the creative power within us so that we may live and love to our fullest capacity... 
... so that we can experience That which has been called 'Divine'.

It may sound ambitious, or “utopian”...
But ultimately, as much and as long as we may try, nothing less will satisfy us. 
Tantra does not depend on any specific belief system.

  • But who can be a Tantrika?
  • What does it take?
  • What beliefs do I need to adopt?
  • What is this talk of “Shiva”, and of “Shakti”?

Shiva is auspiciousness itself... Blessedness... Bliss.
The Space of unlimited, unconditioned Consciousness.
Shakti is Energy, Power, Lifeforce, Vitality.
All of existence, the arising and subsiding.
Really Shiva and Shakti are already One.
Exotic names for something you have always known.

You do not need to be a devotee of Hindu gods to be a Tantrika. 
As long as your heart is open to the great Mystery, it does not matter whether you call her Amma, Ma, Kali, Durga, Shakti, or Mother. 
It does not matter if you call it Shiva, Brahman, God, Babaji, Father, Allah, or Beloved.

But your heart must be calling. 
Your heart must be bursting open or you will not recognize your Beloved, you will be far from understanding Tantra, and you will be far from knowing the fullness of yourSelf.
Your heart must be bursting for you to taste the Divine... to live and move and love, and bathe in Grace.

  • Can the Divine be reached?
  • Can that Sacred Intimacy be sustained?

It sounds impossible says the mind.
Of course.
The path to Liberation leads out beyond the frontiers of the mind.
You know this.
The path to Self-Realization is the path that walks you already.
Not all paths to Self-Realization are Tantra.
But all of them contain some fragrance of Tantra.

You may know Tantra by some other name..."Spritual Alchemy", for example.
Tantra is a non-sectarian, spiritual 'technology'.

It opens us to experiencing our full potential as incarnate spiritual beings.
Enables us to drop our limitations and conditionings, and ultimately, intimately, know the Creative Mystery...
... as our very own Self.
This is the gift.
Why accept anything less?


Peter Littlejohn Cook 




Amor como Conexão com peter Little John Cook

O Amor a Dois


 


O amor a dois 
esconde 
o maravilhoso potencial 
de ser o palco de manifestação 
do amor próprio 
de duas pessoas.

 
Seria o espaço sagrado onde duas invidividualidades se encontram, onde as diferenças são fontes de crescimento pessoais e as sintonias seriam pontes de harmonia, intimidade e confiança. 

Mas a nossa cultura fez-nos acreditar no “juntos para sempre” desvalorizando o trabalho base do amor próprio. Aliás a busca de amor no outro é já em si uma declaração pública de que o amor está em falta, que estamos carentes e vazios. 

É dessa ilusória busca de amor no exterior 
que se dão as tão comuns des-ilusões amorosas. 


Quando um dos dois a um nível inconsciente irá boicotar a ilusão e mostrar que o amor não está fora nem dependente de atitudes, presença ou gestos externos. 

A experiência do amor, as suas ligações diretas a dias de namorados e casamento, devem ser revistas e restauradas as suas bases no amor próprio. 
Essa será sempre a garantia de que as futuras relações amorosas, profissionais, familiares e outras, tenham mais verdade e qualidade do que alguma vez tiveram. 

A energia Aquariana da Nova Era não vai dar tanta importância aos tradicionalismos românticos e fantasiosos da era de Peixes. 
Vem sim ser uma experiência muito mais pessoal, individual, livre, autónoma, onde dependências, cobranças, apegos, jogos de manipulação e ilusões não terão lugar. 
O amor passará de estado de ter para estado de Ser. 
Deixará de ser uma experiência exclusiva a dois, para dar lugar ao amor pela vida, pela natureza, pelos animais, pelo ser humano. 

Independentemente do grau de consciência e experiência em que ainda estás a viver este dia, que seja um dia vivido em alegria e amor próprio. 


Vera Luz




A Vida


 

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021

O Poder de Circe


The Dancing Pig
1907







Nunca transformei ninguém em porco.
Algumas pessoas são porcos; faço-os
parecerem-se a porcos.

Estou farta do vosso mundo
que permite que o exterior disfarce o interior.

Os teus homens não eram maus;
uma vida indisciplinada
fez-lhes isso. Como porcos,

sob o meu cuidado
e das minhas ajudantes,
tornaram-se mais dóceis.

Depois reverti o encanto,
mostrando-te a minha boa vontade
e o meu poder. Eu vi

que poderíamos ser aqui felizes,
como o são os homens e as mulheres
de exigências simples. Ao mesmo tempo,

previ a tua partida,
os teus homens, com a minha ajuda, sujeitando
o mar ruidoso e sobressaltado. Pensas

que algumas lágrimas me perturbam? Meu amigo,
toda a feiticeira tem
um coração pragmático; ninguém

vê o essencial que não possa
enfrentar os limites. Se apenas te quisesse ter
podia ter-te aprisionado.


Louise Glück
in, Meadowlands




Dizer não





Dizer sim quando quero dizer não é dar mais valor aos outros do que a mim, é não colocar meus limites, e isso é não me respeitar.
É o mesmo que dizer que o que eu sinto não vale nada, que os outros podem passar por cima de mim à vontade. E eles passam, sem dó nem piedade.

Hoje estou aprendendo a dizer não.
Quando não quero alguma coisa, simplesmente digo não.
Sem raiva nem emoção.
Um não é só uma negativa.
É nosso limite.

Um direito que temos de decidir o que desejamos ou não fazer.
A isso se dá o nome de dignidade.
Quando nos colocamos com sinceridade, dizendo o que sentimos, somos respeitados.

Se você quer ser feliz, mande embora seu "severo juiz", ouça seu coração.
Valorize o que sente e seja uma pessoa verdadeira.
Assuma seus sentimentos.
Só diga sim depois de sentir o que realmente quer. Não tenha receio de dizer não.
Deixe de contar seus problemas aos outros e perguntar o que deve fazer.
Confie em seus critérios.

Você pode!
Experimente.



Zíbia Gasparetto





quinta-feira, 11 de fevereiro de 2021

Tempo de fazer apostas...







Aposto que as pesquisas online por "jogos para fazer com crianças em casa" subiu bastante nos  motores de busca nos últimos tempos.

Aposto que a pesquisa por "alimentos e imunidade" e/ou "suplementos e imunidade" também.

Aposto que o consumo de açúcar, farinha, lacticínios álcool e outras drogas e venenos (e quem não tem os seus venenos de eleição?) diminuiu.

Aposto que estamos a passar mais tempo em casa, e necessariamente com os 'nossos' (botões?)

Aposto que algumas pessoas já estão a começar a ganhar distanciamento e objectividade relativamente às vidas de 'hamster a correr na roda até colapsar" que o sistema que nos escraviza (tem escravizado) encoraja.

Aposto que finalmente aquela série, hobbie, interesse, ou livro adiados vão finalmente ter algum espaço e tempo.

Aposto que as pessoas estão a tentar cuidar-se melhor, dentro do que sabem e podem.

Aposto que por isso mesmo estão a aprender ou a tentar saber mais sobre "como fazê-lo"

Aposto que tem alguma coisa de valor para acrescentar aos outros terá oportunidade, e sentirá necessidade de o fazer, e que como sempre, alguns ainda reclamarão (enfim, a Humanidade não se faz de um dia para o outro).

Aposto que quem quer 'obter' alguma coisa aproveitará todas as oportunidades de o fazer. E todos queremos. Queremos é todos coisas diferentes e com motivações distintas, às vezes, até para os mesmos comportamentos aparentes.

Aposto que estamos todos a questionar o mundo e as nossas vidas.

Aposto que estamos a ficar mais atentos e críticos relativamente às "autoridades" a quem, colectivamente e individualmente, entregamos o poder de nos "proteger" e "garantir" direitos em troca de obediência e escravidão, e estamos - uns mais que outros - a ficar 'relativamente' desencantados com isso, o que implica, reequacionar o que é 'Autoridade'. E a reclamar mais disso sobre a própria vida. E a responsabilidade que isso acarreta.

Aposto que a criatividade e a experimentação aumentam durante este período.

Aposto que se prepara um baby boom (naturalmente, os Nódulos estão quase a sair de Caranguejo Capricórnio e portanto há renovação da Sociedade: saem os Capri - o que é 'velho' e em 'fim de linha' e chegam os Caranguejo, brand new, tenros, e inocentes) - assim, quando os Nódulos estiverem em Gémeos Sagitário, teremos novas pessoas a quem contar contos de encantar, histórias de adormecer, e muitas outras histórias. Tal como nos contaram a nós... 

Aposto que depois disto seremos mais gentis, sábios e brandos connosco próprios, com os outros, e com o planeta. Pelo menos teremos mais noção da nossa fragilidade, vulnerabilidade, inter-dependência, e condição humana. Pode ser ainda nos  cumpramos como Humanos.

Aposto que cada um consegue pensar em mais três ou trinta vantagens desta manifestação da sombra colectiva chamada 'Corona', que é simultaneamente a Esperança num futuro, senão 'melhor', seguramente 'diferente'.

Aposto que todos podemos começar a reconhecer a fragilidade do sistema em que vivemos - em que toda a gente confunde 'mais' e 'grande' e 'à mostra, na montra, para fora', com 'melhor', 'bom', e 'desejável/ideal'. Vem um bicho microscópico que nem vemos e acaba em dois meses com essa ilusão.

Aposto que todo o sistema financeiro terá de se reinventar, e não sei mesmo se não chegaremos a um 'reset' - o que não significa que não exista, já, quem esfregue as mãos de contente com essa possibilidade, e não falo apenas daqueles a quem 'este' sistema votou à pobreza, à exclusão, e à miséria.

Aposto que no futuro vamos compreender, talvez daqui a très ou quatro décadas, o que significa realmente COVID:
é o acrónimo de COnfronto com a VIDa (é, acabei de inventar)




Embora só possam reconhecê-lo 
aqueles, e à medida, que 
vão deixando de vibrar no 
registo do medo e da sobrevivência, 
e percebam que somos tão amados que 
até ameaças de morte recebemos 
para começar a viver.




Nuno Michaels





Michelle Obama and Oprah SuperSoul Conversation

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

A vida é uma constante montanha russa






  • Aprender a reconhecer e aceitar que a vida é uma constante montanha russa. 
  • Que a viagem entre inferno e o Paraíso é muito curta. 
  • Que sentir tudo e intensamente ao limite é o que nos faz viver e evoluir. 
  • Que querer entender o mundo oculto das energias que fazem as coisas acontecer, é uma necessidade e uma prioridade na vida. 
  • Que morrer para a necessidade de controle sobre a vida, as circunstâncias e os outros e renascer, aprendendo a deixar a vida acontecer na sua mais maravilhosa sabedoria, é uma das maiores aprendizagens e o atalho para uma vida mais tranquila, equilibrada e abundante. E quando essas aprendizagens não são feitas pelo próprio de dentro para fora, a Vida as trará sem dó nem piedade de fora para dentro.

O jogo das energias oscila então entre, ou morre o seu ego por escolha e consciência da sua proposta existencial ou algo exterior trará essa proposta de morte na forma de frustração, impotência, revolta, perda, doença ou morte. Não a morte física propriamente, mas sim a morte do controle, da resistência, do desejo, da arrogância, da força de querer que as coisas sejam à sua maneira e não como a Vida dita a cada momento.  

Depois de haver controle, manipulação, jogos de superioridade/inferioridade e conquista de desejos inferiores em todos os palcos externos e relacionais, vem a aceitação da Ordem Maior, há a compreensão das leis que regem o mundo, dá-se a rendição ao plano individual espiritual de cada um, passamos a aceitar o desejo de evolução da Vida e a libertar o desejo do ego. 

Ou seja, independentemente do que estou a viver ou das diferentes propostas externas que por mim vão passando, as aprendizagens internas são sempre idênticas; morrer para o controle e aprender a confiar na Vida. Desistir de uma simples vida terrena e render-me à ideia de que a vida é uma viagem espiritual. Que o ganho exterior não tem significado a não ser integrado com o crescimento interior. Aceitar que a perda exterior está sempre ligada a uma aprendizagem interior. Parar de projetar as minhas sombras nos outros e no mundo e reconhece-las e curá-las dentro de mim. Render-me à ideia de que o equilíbrio e bem estar é um trabalho pessoal, solitário, interior e não um acumular de pessoas, estados ou circunstancias exteriores.

Por mais difícil que seja aceitar, e independentemente das condições sociais vs história Karmica pessoal de cada um, a Vida e o seu inteligente plano, irá cumprir a sua agenda. Por isso tanto vemos pessoas que inesperadamente partem e outras ficam. Por isso as estatísticas terão sempre algum grau de imprevisibilidade ou surpresa. 
Da mesma forma que a hora de nascimento é sagrada, eu acredito que a hora de partida também. 
Apenas muda a forma que o espírito usa para partir e como sabemos são infinitas. Por isso se diz que a morte está sempre no mapa de quem fica e não de quem parte. 

Estas aprendizagens e exigente proposta evolutiva, faz-nos atrair, quer queiramos quer não, experiências intensas que mais se aproximam das aprendizagens que viemos fazer. Ou seja, o espírito irá inconscientemente atrair-se pelas pessoas e experiências que mais o ajudem a fazer a viagem evolutiva.  Ou seja, experiências que o ajudem a sair do palco externo como fonte de felicidade e a descobrir a riqueza do mundo interior como palco de evolução. 

E por isso uma das frases da minha vida é: 
“Não temos o que queremos, mas temos sempre o que precisamos.”   
E aceitar esta frase implica que haverá sempre algo na nossa vida que teremos que abrir mão e aceitar a morte do desejo de queremos que as coisas sejam à nossa maneira assim como haverá sempre algo que teremos que aceitar e que normalmente não é o que queremos, mas é perfeito como o que precisamos para a nossa evolução.

Dito isto e tendo em conta o propósito de evolução destas energias, até que as propostas elevadas sejam feitas e as aprendizagens integradas, não é raro sermos atraídos para situações densas, desconfortáveis e desafiantes, relacionamentos difíceis e instáveis e sentirmos sempre dificuldade em manifestar paz, harmonia e circunstâncias tranquilas. 

Lá está, elas podem ser o que gostaríamos, mas para as energias, não são de todo o que ele precisa para fazer os seus processos de morte e renascimento. Não porque não as mereça, mas sim e apenas porque ainda não as conquistou ou aprendeu a valorizar o mundo interior. Ou seja, ainda não foram superados os testes de controle do ego e ainda não foi aprendida a lição da aceitação e rendição à Vida, ainda não aprendeu a encontrar dentro o que tanto busca fora. 

  • Enquanto ainda houver controle interno, haverá perda externa. 
  • Enquanto buscarmos fora o que nos falta dentro, iremos ser frustrados. 
  • Enquanto não aceitarmos as coisas como são, iremos sofrer por querermos ou impotentemente tentarmos que sejam à nossa maneira. 

Quando o mundo deixar de ser a fonte onde vamos buscar algo e passar a ser o espaço onde damos o que temos de melhor, quando aprendermos a aceitar a vida tal como é e desistirmos que seja à nossa maneira, a Luz manifesta-se. A harmonia aparece. A abundância torna-se acessível. 
Esta é a arte da rendição.

Por mais fácil que a fórmula pareça, por mais lógica que este princípio tenha, a verdade nua e crua é que só mesmo perante a proposta inesperada, trazida pela inteligência da vida, saberemos se estamos à altura de lhe dar resposta positiva ou se o controle ainda cá está a fazer estrago e a resistir. Embora vamos aprendendo de uns episódios para outros, só no momento do teste saberemos se já conseguimos aceitar ou se ainda vamos dar luta a resistir ... 

A vida será sempre um jogo entre a sobrevivência do corpo e o plano e aprendizagens do espírito que estão traçados no nosso mapa natal. 
Que tolos são os que só creem, sem cuidar do corpo, assim como os que só se preocupam com a sobrevivência do corpo sem conhecer a história do espírito.

Estes momentos de escuridão / frustração / perda / impotência são conhecidos desde sempre no caminho sagrado da evolução: 
  • A Noite Escura do Alma, 
  • os Testes Sagrados, 
  • a Provação, 
  • o Limiar, 
  • os Signos de Escorpião e Peixes  
  • os Números 7 e 9 na Numerologia 
Todos nos lembram e representam esse estágio na evolução de todos e, por menos agradáveis ou simpáticos que sejam, todos o conhecemos e já o vivemos em algum grau. 

A grande pergunta que se põe é: 
Como o vivemos? 
Com que atitude? 
Com que grau de rendição? 
Com quanta resistência? 
Com quanta Fé no processo?

Depois de um mergulho no inferno pessoal de cada um, as aprendizagens de cada um estavam feitas. Cada ego tinha sofrido mais um golpe que daria à Alma mais espaço para viver mais livre e fiel à sua fé na inteligência e propósito superior da vida. 
Todos, cada um no seu fundo de poço, começou a melhorar e aos poucos retornando às suas rotinas, obviamente com novas energias e valiosas aprendizagens internas.
 
Tendo em conta que ainda estamos sob a influência das energias de 2020 pois o ano astrológico começa só a 21 de Março, este ano só podia fechar intensamente. 
Quando me lembro que as coisas fluíram como a Vida quer e não como eu quero ou gostaria, resta-me ser imensamente grata à Vida. 
 
Nunca tanto o termo de “inconsciente competente” me faz tanto sentido! 
Quando mais precisei, todos essas fontes de conhecimento, leituras, cursos, aprendizagens, estavam cá dentro, acessíveis, capazes de me ajudar a percorrer aquele caminho difícil.

Talvez pela violência emocional com que tudo foi vivido, dei por mim a fazer 3 meditações essenciais, aquelas que me fizeram sentido e de que fui capaz no momento:
1. Um altar para me render, aceitar a proposta superior, entregar à Vida o desfecho da mesma, minha e dos outros, confiando que o que a vida escolhesse, seria o melhor para todas as partes envolvidas. Mais uma vez e como sempre, a morte do desejo pessoal e a rendição à vontade divina. 
2. Um altar para agradecer as ajudas intermináveis, o apoio de todos, as pequenas, mas boas notícias, os minúsculos gestos e palavras diárias, a disponibilidade incondicional de quem me rodeia, os pequenos sinais de melhoras e tantos outros sinais e gestos de amor e carinho que foram transmitindo boa energia.
3. Um altar para cocriar uma realidade nova. A nova pessoa que iria emergir desta prova. A imagem que representaria a cura pessoal. O pedido à vida de como gostaria de ver curados e felizes todos os que mais amo, sabendo sempre que seria apenas um pedido e não a exigência de um desejo. Que teria que deixar sempre em aberto o desfecho que a própria Vida já tinha definido. 

Acredito que sempre que a morte se aproxima de nós, somos convidados a reformular não só os nossos valores, mas também o sentido de aceitação e rendição à vontade Divina. Não é por acaso que os últimos arquétipos tanto o número 9 na Numerologia como Peixes na Astrologia, representam precisamente esses valores da aceitação, da cura, da rendição e que dependendo de mapa para mapa, serão mais ou menos fortes ou importantes em cada um.

Estou confiante que esta Lua Nova em Aquário de amanhã dia 11 trará já um cheirinho do novo ano 2021 que arrancará apenas em 21 de Março, mas que já o poderemos começar a sentir a partir do meio de Fevereiro. 
  • Que ela possa trazer a nova energia que tanto esperamos. 
  • Que ela nos aproxime mais da mais elevada versão de nós mesmos. 
  • Que ela seja o raio de esperança de uma nova realidade depois de termos sido espectadores do velho mundo a ruir. 
  • Que ela relembre a cada um a capacidade que temos de viver num mundo novo, mais justo, ecológico e consciente, pagando obviamente o preço de deixarmos ir o velho medo, o julgamento e o controle em que vivemos até aqui.

Não é raro ouvir pessoas a desabafarem que gostariam muito de ajudar o mundo e os outros e não sabem como. Ao que eu respondo sempre que a melhor forma de ajudar o mundo é começar por nós próprios, alinhando-nos com o propósito espiritual que trazemos. Curando as nossas feridas. Integrando a nossa sombra. Conhecendo e respeitando o nosso propósito espiritual. Contribuindo individualmente de forma criativa para o bem maior. Vivendo a expressando o amor nas suas mais variadas e infinitas formas. 
Esse sim será um maravilhoso “novo-normal”.


“Don't abandon yourself. Not when you're sick. Not when you're tired. Not when you've lost the thread, the thought, or the thing you thought defined you. You will die many times in one life and create yourself anew. This is natural. This is a gift. I've died a few times now here in this world. The person I was: gone. Throw that older skin into the water. Give it to the sky. Step into what wants to emerge now. Nothing can hold you back when you are willing to be yourself.”  
Jeannette Enchinias



Vera Luz