Imperdoável é o que não vivi,
Imperdoável é o que esqueci,
Imperdoável é desistir de lutar,
Imperdoável é não perdoar,
Tive dois reis na mão e não apostei,
Vi catedrais no céu e não as visitei,
Vi carroceis no mar mas não mergulhei,
Imperdoável é o que abandonei,
Vejo-me cego e confuso nesta cama a latejar
O que seria de mim sem o meu sentido de humor
Praticamente mudo sinto a máquina a bater
É o rugido infernal destas veias a ferver
Imperdoável é dispensar a razão,
Imperdoável é pisar quem está no chão,
Imperdoável é esquecer quem bem nos quer,
Imperdoável é não sobreviver.
Jorge Palma
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