segunda-feira, 9 de julho de 2012

Os 14 preceitos do Ser Integrado




É UMA FORMA DE ENTENDER E VIVER O BUDISMO CONCEBIDA NOS ANOS 1960 PELO MESTRE ZEN VIETNAMITA THICH NHAT HANH E HOJE ACTIVA NO MUNDO INTEIRO.

A comunidade de Plum Village, do mestre Tchich Nhat Hanh, arrecada fundos para sustentar comunidades rurais vietnamitas. Nos EUA, os Zen PeaceMakers trabalham nas periferias com projectos de resolução não-violenta de conflitos. Os seguidores da linha se orientam pelos chamados 14 treinamentos da plena consciência, que funcionam como uma espécie de código de conduta. Elaborados por Thich Nhat Hanh.

O Dalai Lama, com sua firme defesa da liberdade do povo do Tibete, é um bom exemplo de budista engajado.

Existem neste texto muitas semelhanças com alguns preceitos cristãos... talvez porque a única religião verdadeira é a do Amor e da Vida e nenhum 'ismo' criado pelo Homem.

Os catorze preceitos da Ordem do Ser Integrado por Thich Nhat Hanh (Mestre Zen):

1. Não idolatrar nenhuma doutrina, teoria ou ideologia, seja qual for (incluindo o Budismo). Os sistemas de pensamento budistas deveriam ser considerados como guias para a prática e não como a verdade absoluta.

2. Não imaginar-se possuidor de um saber imutável ou da verdade absoluta. Deve-se evitar a estreiteza mental e o apego aos próprios pontos de vista. Aprender e praticar a estrada do desapego com o propósito de permanecer aberto aos pontos de vista dos outros. A verdade só pode ser encontrada na vida e não nos conceitos. É fundamental estar disposto a continuar a aprender durante toda a vida e observar a vida em si mesmo no mundo.

3. Não forçar os outros, incluindo as crianças, a adoptar os nossos pontos de vista por quaisquer meios sejam quais forem: autoridade, ameaça, dinheiro, propaganda ou educação. Respeitar as diferenças entre os seres humanos e a liberdade de opinião de cada um. Saber, porém, usar o diálogo para ajudar os outros a renunciar ao fanatismo e à estreiteza de espírito.

4. Não evitar o contacto com o sofrimento nem fechar os olhos perante ele. Não perder a plena consciência da existência do sofrimento no mundo. Encontrar meios de aproximação aos que sofrem, seja por contactos pessoais, visitas, imagens, sons... Despertar em si e nos demais a consciência da realidade do sofrimento no mundo.

5. Não acumular dinheiro nem nenhum bem ambiciosamente enquanto milhões de seres sofrem fome. Não converter a glória, o lucro, a riqueza ou os prazeres sensuais em metas de vida. Viver simplesmente e compartilhar o tempo, a energia e os seus recursos pessoais com aqueles que estão a passar necessidades.

6. Não conservar a raiva ou o ódio em si. Aprender a examinar e a transformar a raiva e o ódio quando eles ainda não são nada mais que sementes nas profundezas da consciência. Quando a raiva e o ódio se manifestarem, devemos focar a atenção na respiração e observar de maneira intensa com o propósito de ver e compreender a natureza desta raiva ou ódio, assim como também a natureza das pessoas que supostamente são a sua causa. Aprender a olhar todos os seres com os olhos da compaixão.

7. Não se perder deixando-se levar pela distracção ou pelos acontecimentos externos. Praticar a respiração consciente e focar a atenção no que está a acontecer no momento presente. Entrar em contacto com tudo aquilo que seja maravilhoso, pleno de vigor e de frescor. Semear em si as sementes da paz, da felicidade e da compreensão com o propósito de ajudar o processo de transformação nas profundezas da consciência.

8. Não pronunciar palavras que possam semear a discórdia e causar a desarmonia na comunidade. Por palavras serenas e com actos apaziguadores, fazer todo o esforço possível para ajudar à reconciliação e à resolução de todos os conflitos, por menores que sejam.

9. Não dizer falsidades para preservar o próprio interesse ou impressionar a outrem. Não pronunciar palavras que semeiem a divisão e o ódio. Não difundir notícias sem a segurança de que elas estão certas. Não criticar nem condenar aquilo sobre o que não se está seguro. Falar sempre com honestidade e de um modo construtivo. Ter a coragem de dizer a verdade sobre as situações injustas mesmo que a nossa própria segurança esteja ameaçada.

10. Não usar a comunidade religiosa para o interesse pessoal nem a transformar num partido político. A comunidade em que se vive deve, sem embargo, ter uma posição clara contra a opressão e a injustiça e esforçar-se para alterar a situação sem se comprometer em conflitos partidários.

11. Não exercer profissões que possam causar dano aos os seres humanos ou à natureza. Não investir nas companhias que exploram os seres vivos. Escolher uma ocupação que ajude a realizar o próprio ideal de vida com compaixão.

12. Não matar. Não permitir que outros matem. Procurar todos os meios possíveis para proteger a vida e prevenir a guerra. Trabalhar para o estabelecimento da paz.

13. Não querer possuir qualquer coisa que pertença a outrem. Respeitar os bem dos outros, mas procurar impedir qualquer enriquecimento à custa do sofrimento de outros seres vivos.

14. Não maltratar o corpo, aprender a respeitá-lo. Não o considerar unicamente como um instrumento. Preservar a energia vital (sexual, respiratória e do sistema nervoso) pela prática do Caminho. A expressão sexual não se justifica sem amor profundo e sem compromisso. Concernente às relações sexuais, tomar consciência do sofrimento que pode ser causado a outras pessoas no futuro. Para preservar a felicidade dos outros é necessário respeitar os seus direitos e compromissos. Ser completamente consciente da própria responsabilidade no momento de decidir trazer para o mundo uma nova vida. Meditar sobre o mundo para o qual nós trazemos estes seres."



"No creas que yo siento que sigo todos y cada uno de estos preceptos perfectamente. Sé que fallo de muchas maneras. Ninguno de nosotros puede cumplir plenamente cualquiera de ellos. Sin embargo, debo trabajar hacia esa meta. Esa es mi meta. Ninguna palabra puede reemplazar a la práctica sólo la práctica puede hacer a las palabras.”

Thich Nhat Hanh 

Sem comentários:

Enviar um comentário