Carlo Ferrara
Procuram-me, uma vez mais, onde não existo.
Já as minhas asas esvoaçam sobre a terra, as candeias
perseguem o rasto dos avós, alumiando as sombras, o retrato,
um perfil de ave entre os cereais.
Tudo acontece na desumana arte do verso.
Uma pirâmide, uma cor sem nome, degraus sem destino algum.
É esta a vida do sonhador.
Melancolicamente ardente, desordenando os moinhos, a
desolação do norte.
Agua e vento, sinais que cruzam o poente, lâminas de gelo em
direção a tempestade.
Vida, vida do sonhador.
José Agostinho Baptista
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