quinta-feira, 29 de março de 2012

A clara luz do dia




Vou ter de viver os próximos tempos em condições muito duras que não dependem de mim. Ser uma testemunha passiva do que se passa comigo, nada poder fazer para alterar seja o que for, desespera-me. Quando as coisas dependem da minha vontade eu luto. Quando não dependem fico reduzido a um espectador inútil, sofrendo o que se passa sem poder intervir, e a minha indignação e a minha angústia crescem. Aguenta-te. Mas é difícil aguentar passivamente. Noites sobressaltadas, despertares cansados, a raiva da injustiça. Vou arranjando forças para continuar a escrever mas esta pequena coisa dentro de mim tenta destruir-me a energia. Sempre aceitei mal o que vem de fora da minha vontade, sempre aceitei mal o que me é imposto autoritariamente, sem discussão nem razões. Aceito, até certo ponto, a incerteza do futuro, não aceito que essa incerteza não me consinta uma margem de liberdade. A minha obra não está completa, a minha vida não está completa, necessito de tempo ainda, dessa espécie de tumultuosa paz de que sou feito. E sinto-me sozinho nisto, com as pessoas que me são próximas a assistirem de fora, impotentes. Navego à deriva, porque me tiraram o leme. A minha existência é comezinha e sem importância: na minha opinião o meu trabalho não o é. Se me devolvessem a paz e a esperança em troca dos livros que escrevi não a aceitava. Orgulho-me deles, custaram-me a alma. Que silêncio nesta casa, em frente da minha dor, cuja presença me espanta. Não me faço perguntas nem encontro respostas. Devo esperar. E quando se acabar, a espera? Palavras, coisas, pessoas rodopiam-me em torno, grandes pássaros negros passam sobre mim, o meu corpo é um conjunto de articulações sem sentido. Os outros, os que me falam, seres quase sem nexo, separados de mim por um muro que não consigo transpor. Porém não oiço o que quero nem digo o que se me arrasta no fundo da alma. Fico num silêncio amargo, cheio de gritos mudos, zanga, insultos. Dentro em pouco os dados estarão lançados: e depois?

A minha principal sensação é de estranheza, de espanto. O mundo, à minha volta, alterou-se, e eu com ele. Hoje, por exemplo, está um dia de sol, e é apenas chuva que vejo. Muitos dos meus amigos morreram já, e dou-me conta, na carne, da falta que me fazem. Ernesto, Zé, Acácio, vários outros. Sinto o coração a bater, compassado, lento. Por enquanto acompanha-me, estamos juntos. Não quero aborrecer ninguém, tomar o tempo de ninguém, ser incómodo. As horas adquiriram, sem me dar conta, uma rapidez vertiginosa. Há pouco o meu primo Zé Maria desapareceu com a mais admirável das coragens. Receio não a ter. A minha cobardia assusta-me. A indiferença dos estranhos assusta-me. A mudez do telefone assusta-me. Ninguém me garante que isto é mentira e sinto-me cercado de vazio, um oco interno onde fervem pavores. Sou eu o que continua, ou o que desconheço o que seja no meu lugar? Tudo o que sei é que, dentro em pouco estarei de novo no bojo de uma máquina sem alma, terrivelmente objectiva. A máquina dirá às pessoas, as pessoas dir-me-ão a mim. E quem é o mim que as vai ouvir?

Para já oiço o monótono zumbido do mundo. Mais nada. E espero. É tremendo esperar sem conhecer a resposta, sem fazer a mínima ideia da resposta. Passei por isso em África, passei por isso há anos. Julgava ter terminado. Voltou.

E o que digo o que interessa às pessoas? O que pode interessar aos outros? A solidão cerca-me por todos os lados, não há uma fraçãozinha que se sinta acompanhada: podem estar por fora, a olhar. Não estão por dentro, a viver. Escrevo este texto como quem tenta não se afogar, sabendo que se afogará seja como for. É uma questão de tempo e o tempo é cruel.

- Cá me vou entretendo com as minhas mazelas

dizia-me um homem outro dia. E que impartilhável sofrimento no interior destas palavras. Depois apertámos a mão e foi-se embora, levando as mazelas com ele. Poderei ir-me embora também? O Sol cresceu, tudo está cheio de luz. Que absurdo isto que me sucede no meio de tanta luz. Lembro-me de Van Gogh a morrer num quarto de hospital depois dos tiros. Na parede aquele quadro dos corvos num campo de trigo. A enfermeira perguntou-lhe o que significava o quadro.

- É a morte

disse ele. A enfermeira voltou a olhar para a tela. Comentou

- Não parece uma morte triste

e o pintor respondeu

- E não é. Passa-se à clara luz do dia.

Que, ao menos, quando chegar o meu momento, tudo se passe à clara luz do dia. Comigo a ver, pela janela, as nuvens lá fora, deslizando, uma a uma, para leste. E eu, deitado numa cama qualquer, a partir com elas.


António Lobo Antunes

A uma mulher amada




Ditosa que ao teu lado só por ti suspiro!
Quem goza o prazer de te escutar,
quem vê, às vezes, teu doce sorriso.
Nem os deuses felizes o podem igualar.

Sinto um fogo subtil correr de veia em veia
por minha carne, ó suave bem-querida,
e no transporte doce que a minha alma enleia
eu sinto asperamente a voz emudecida.

Uma nuvem confusa me enevoa o olhar.
Não ouço mais. Eu caio num langor supremo;
E pálida e perdida e febril e sem ar,
um frémito me abala… eu quase morro … eu tremo.

Safo

Prazer



Não sei o que é mais gostoso:
E expectativa e a ansiedade
da ante-véspera do amor,
O colorido e o abandono
do momento cósmico do orgasmo
ou a lassidão e os espasmos de prazer
no repouso de teus braços.

José Eduardo Mendes Camargo

quarta-feira, 28 de março de 2012

Grupo Bilderberg - Conspiração Illuminati




É importante denunciar um dos mais ocultos e perigosos grupos criminais que existe na Terra, o Grupo Bilderberg, que é justamente uma sociedade secreta dos maiores nomes da Elite dominante do Planeta, são por tanto os verdadeiros governantes da Terra.

É essa gente que está por trás das Guerras, dos ataques terroristas e da miséria que reina soberana na Terra.

São reuniões, altamente secretas,pouco mais de uma centena de personalidades poderosíssimas tomaram decisões sobre o presente e o futuro do mundo.
São conhecidos como Grupo de Bilderberg, incluem chefes de estado, membros de governos e parlamentos, chefes de alianças militares, presidentes de empresas multinacionais, líderes de bancos e organizações financeiras internacionais, tubarões dos media (donos de meios de comunicação de massa) e das organizações ambientalistas.
São os «altos sacerdotes da globalização».
Conversam amigável e informalmente sobre tudo e tomam decisões.
Amigável e informalmente.
O bombardeamento da Chechénia, por exemplo, foi combinado em Sintra...

São eles que lançam a "Fumaça e Espelhos", são Eles que estão por trás das cortinas, são eles que jogam Areia nos nossos olhos...

O nome “Grupo de Bilderberg” é uma outra forma de chamar os famigerados Illuminati, os Bilderberg é a parte mais visível dos Ocultistas negros que dominaram a Terra.

O plano da Elite Negra é de esvaziar o planeta Terra... eles tencionam diminuir a população em 80% (ou mais) a fim de poder manter o controle, pois uma população grande demais é difícil ou senão impossível de controlar (escravizar).

O plano MESTRE dessa Elite psicótica é que possam voltar com o Sistema Feudal, onde uma minoria insignificante vivia no luxo e na bonança enquanto todo o resto absoluto da população era usado como escravos para sustentar os privilégios da minoria abastada.

Tudo o que essa Elite moderna quer é poder desfrutar tranqüilamente de todo o Planeta Terra e aproveitar egoisticamente de todos os avanços tecnológicos e médicos modernos, usando o restante da população sobrevivente como *meros servos escravos (*Nota: de certo modo, se for pensar bem eles já fazem isso, porém querem diminuir a população para assim não serem ameaçados por possíveis rebeliões futuras).

O objetivo máximo do Clube de Bilderberg continua o mesmo: tornar a ONU um governo mundial com as “nações-estado” reduzidas a meras referências geográficas. A União Européia se tornaria uma única entidade política, seguida pela “União Americana” e, finalmente, a “União Pacífico-Asiática”. Na “União Americana” estaria incluso todo o hemisfério ocidental, com Cuba e outras ilhas.

São os senhores do mundo!!!!



Mas assim que o conhecimento do público cresce, também cresce a resistência patriótica. Há forte resistência em toda a Europa quanto ao crescimento dos poderes da União Européia às custas das soberanias nacionais. Nos EUA, há resistência contra o Tratado Norte-Americano de Livre Comércio (NAFTA), que pretende eliminar as fronteiras entre os Estados Unidos, o México e o Canadá. O plano do Clube de Bilderberg e da Comissão Trilateral é fazer o NAFTA se expandir, alcançando todo o hemisfério, e evoluindo em seguida para a “União Americana".

Nos anos 90, o Clube de Bilderberg estava confiante que a “União Americana” estaria estabelecida no ano 2000. Uma década depois, eles continuam lutando – e perdendo – a batalha.


Bilderberg Group part 1

Bilderberg Group part 2

Bilderberg Group part 3

Bilderberg Group part 4


Bilderberg Group part 5

GO GO GUNNAR




Gunnar "the Great" Dane and his first SUP waves in St. Augustine, Florida. Join us for the next Stand Up Paddleboarding (SUP) Adventure. Learn Stand Up Paddle Surfing, Racing and Fitness through a private lesson or tour. e-mail us at: info@letsgostandup.com website: letsgostandup.com

GO GO GUNNAR!!!!!
Dogue Alemão...o MELHOR cão do MUNDO!!!!
Para mim, é claro:)
Uma Paixão para a vida!!!!

13 going to 30




Com cenas do filme "De repente 30" (13 going to 30)

«...Slow down, you're doing fine
You can't be everything you want to be
Before your time
Although it's so romantic on the borderline tonight
Tonight,...
Too bad but it's the life you lead
you're so ahead of yourself that you forgot what you need
Though you can see when you're wrong, you know
You can't always see when you're right. you're right

You've got your passion, you've got your pride
but don't you know that only fools are satisfied?
Dream on, but don't imagine they'll all come true
When will you realize, Vienna waits for you?

Slow down, you crazy child
and take the phone off the hook and disappear for awhile
it's all right, you can afford to lose a day or two ...»

terça-feira, 27 de março de 2012

Não estou aqui para que gostem de mim



"Eu nunca fui uma moça bem-comportada.
Pudera, nunca tive vocação pra alegria tímida, pra paixão sem orgasmos múltiplos ou pro amor mal resolvido sem soluços.
Eu quero da vida o que ela tem de cru e de belo.Não estou aqui pra que gostem de mim.Estou aqui pra aprender a gostar de cada detalhe que tenho.E pra seduzir somente o que me acrescenta.
Adoro a poesia e gosto de descascá-la até a fratura exposta da palavra.
A palavra é meu inferno e minha paz.
Sou dramática, intensa, transitória e tenho uma alegria em mim que me deixa exausta.
Eu sei sorrir com os olhos e gargalhar com o corpo todo.
Sei chorar toda encolhida abraçando as pernas.
Por isso, não me venha com meios-termos,com mais ou menos ou qualquer coisa.Venha a mim com corpo, alma, vísceras, tripas e falta de ar…
Eu acredito é em suspiros,mãos massageando o peito ofegante de saudades intermináveis,em alegrias explosivas, em olhares faiscantes,em sorrisos com os olhos, em abraços que trazem pra vida da gente.
Acredito em coisas sinceramente compartilhadas.
Em gente que fala tocando no outro, de alguma forma,no toque mesmo, na voz, ou no conteúdo.
Eu acredito em profundidades.
E tenho medo de altura, mas não evito meus abismos.
São eles que me dão a dimensão do que sou."

Marla de Queiroz

segunda-feira, 26 de março de 2012

SER




Eu sei que tu gostavas que fosse outra a minha escolha.
Como bom ego que és, sei até que gostarias de ser tu a escolher o que eu não sou. Afinal, não é isso que tens feito desde sempre? Ainda eu mal tinha chegado e já te tinha à minha espera, desejoso de cumprires o teu papel e que eu me moldasse a ele, sem questionar se era esse o meu caminho e apenas aceitando as tuas ordens.
E porque sabes, talvez melhor do que ninguém, que quando um ego cumpre bem a sua parte um Ser se esquece ser do Todo, aproveitaste toda e cada situação da minha vida para me levares a acreditar que eu era essa pessoa: uma pessoa sustentada pelas tuas directivas e refém dos teus caprichos.

Acontece-nos a todos, comigo não foi excepção.
E então, a pouco e pouco, fui delegando os meus poderes nas tuas mãos, entregando a minha arte aos teus disfarces, pondo os meus dons ao serviço desse teu querer dar nas vistas, pactuando com as mentiras que inventavas e que logo transformavas em verdades, respirando as tuas mágoas, fazendo minhas essas dores que tu carregas e para as quais pedes alívio, experienciando as tuas falhas, dando corpo aos teus fantasmas e reconheço que, na maior parte das vezes, tens sido bem sucedido.
Fazes tão bem a tua parte que é frequente dar por mim a esquecer-me do meu todo. Mas ele é anterior a ti e esse Ser continuará a existir quando morreres, é de sempre e para sempre, é o que eu sou e que nada nem ninguém pode moldar.
Nem um ego poderoso como tu - como todos, afinal - pode agarrar naquilo que eu sou e dar-lhe a forma que deseja.

Não vim aqui para te agradar, para te cumprir, para te dar voz.
Não vim dar uma volta até à Terra para que possas passear-te às minhas custas, divertir-te à minha conta, para que fales a meu respeito, para que sofras em meu nome.
Não vim bater à tua porta nem viver à tua sombra, alimentar-me dos teus medos,  sucumbir às tuas ordens, quando cheguei já era a Luz que me trazia e por mais que te esforces a apagá-la, a batalha está perdida.

Sabes porquê?
Porque o que em mim é imortal é aquilo de que tens medo.
Porque, tu sim, estás condenado a ter princípio e a ter fim.
Não és mais do que o minúsculo intervalo que a minha humanidade ocupa aqui, não és senão aquilo com que eu pactuo quando tomo a tua parte pelo meu todo, nada mais para além da mente a querer disfarçar-se de alma.

E, no entanto, quando a escolha vem da alma não há ego que a derrube.
Podes até continuar a atrapalhar-me, podes vir com as ladainhas do costume, podes baixar a frequência do amor e fazê-lo parecer medo, podes chorar, podes ser dono e senhor de uma pessoa, mas não tens qualquer poder sobre o meu SER.
Se a tua parte é fazeres-me esquecer que sou o todo, há um todo que me lembra, a cada dia, que tu não fazes parte dele.

Isso!, estrebucha e nega, mas tu és simplesmente aquilo que és: um ego que se quer fazer passar por mim, mas que não é quem eu sei SER.



Inês de Barros Baptista

lindos, maravilhosos, poderosos... nós todos





Coitadinhos de quem? De nós? Porquê? Coitadinho de si porquê?
Ah... porque lhe tiraram 10% do ordenado! Porque tem um emprego de merda? Porque a vida não está fácil? Porque o seu casamento vai mal? Porque lhe apareceu um tumor? Porque morreu a sua prima? Porque o país está entregue a um bando de ladrões? Porque não tem dinheiro para  mandar catar um cego? Porque é tudo uma treta e ninguém é capaz de mudar nada!

Ah! coitadinho de si, de facto.
Coitadinhos de nós todos, sim, que para aqui andamos a carpir as nossas mágoas e a mastigar tantos queixumes neste mundo tão injusto!
É mesmo de ter pena, estou de acordo, muita pena de nós próprios e da vidinha que levamos, sempre aquém dos nossos sonhos.
Afinal, fosse o estado um patrão compreensivo e generoso e tinha-o antes aumentado.
Houvesse a sorte de lhe oferecerem outro emprego e a vida toda era mais fácil...
Ah, e se o marido não andasse aí com outras, ou se a mulher não se queixasse tantas vezes - e sempre das mesmas coisas - o amor seria lindo!
Se ao menos não lhe tivesse aparecido esse tumor que lhe põe a vida em perigo... e a prima?
Que tragédia, alguém morrer assim tão novo!
Não fosse este bando de ladrões e o dinheirinho ia chegando para comprar mais qualquer coisa, era ou não era? Ah pois era, houvesse quem pegasse nisto e desse um rumo a esta merda e talvez fosse possível, começar a ver a luz lá no fundinho do túnel...

Há muitos dias em que caio nesta armadilha e em que sou, também eu, a coitadinha do meu filme. Nada me anima, nesses dias, em que me enredo em argumentos fatalistas e me presto a ter pena de mim própria.
Tudo me pesa, é tudo mau, atribuo culpas a quem quer que esteja à mão: aos outros quando gritam e me esfrangalham os nervos; aos fornecedores que não me pagam o que devem; à chuva do Inverno que me deu cabo do telhado; à fila vagarosa de carros à minha frente - e eu com pressa...
A lista seria interminável e caberia, toda ela, na designação comum das 'coisas que me fazem mal'.

Felizmente há outros dias.
Dias em que nada pesa e tudo é leve e fico só maravilhosa e admirando o meu poder.
Deixo de ser personagem, saio do filme e realizo, a cada agora, o que só eu posso mudar. e, mudando, o mundo muda à minha volta.
E assim somos nós todos, sem excepções: maravilhosos, poderosos e capazes de mudar, a cada instante, o nosso mundo.
A cada dia mais um pouco, a cada pouco mais um tanto, sobretudo quando infringimos a regra de ter pena de nós próprios.
Ah pois é, experimentem lá e vão ver como é tão bom, nem que dure só um minuto...



Inês de Barros Baptista

Blur





Boa semana Pessoal!!!!!!
Que seja uma semana a bombar como aqui a música!!!
Alto som!!!
Woooohhhoooo!!!!!!!

quinta-feira, 22 de março de 2012

MIMOSA BOCA ERRANTE




Mimosa boca errante
à superfície até achar o ponto
em que te apraz colher o fruto em fogo
que não será comido mas fruído
até se lhe esgotar o sumo cálido
e ele deixar-te, ou o deixares, flácido,
mas rorejando a baba de delícias
que fruto e boca se permitem, dádiva.

Boca mimosa e sábia,
impaciente de sugar e clausurar
inteiro, em ti, o talo rígido
mas varado de gozo ao confinar-se
no limitado espaço que ofereces
a seu volume e jato apaixonados
como podes tornar-te, assim aberta,
recurvo céu infindo e sepultura?

Mimosa boca e santa,
que devagar vais desfolhando a líquida
espuma do prazer em rito mudo,
lenta-lambente-lambilusamente
ligada à forma ereta qual se fossem
a boca o próprio fruto, e o fruto a boca,
oh chega, chega, chega de beber-me,
de matar-me, e, na morte, de viver-me.

Já sei a eternidade: é puro orgasmo.


Carlos Drummond de Andrade

...uma vaca no meio da calçada...



Poesia serve exactamente para a mesma coisa
que serve uma vaca no meio da calçada de uma agitada metrópole.
Para alterar o curso do seu andar, para interromper um hábito,
para evitar repetições, para provocar um estranhamento,
para alegrar o seu dia, para fazê-lo pensar, para resgatá-lo 
do inferno que é viver todo santo dia sem nenhum assombro,
sem nenhum encantamento.

Martha Medeiros

...gosto das pessoas...




Mas gosto, gosto das pessoas.
Não sei me comunicar com elas, mas gosto de vê-las, de estar a seu lado, saber suas tristezas, suas esperas, suas vidas.
Às vezes também me dá uma bruta raiva delas, de sua tristeza, sua mesquinhez.
Depois penso que não tenho o direito de julgar ninguém, que cada um pode — e deve — ser o que é, ninguém tem nada com isso.
Em seguida, minha outra parte sussurra em meus ouvidos que aí, justamente aí, está o grande mal das pessoas: o facto de serem como são e ninguém poder fazer nada.
Só elas poderiam fazer alguma coisa por si próprias, mas não fazem porque não se vêem, não sabem como são.
Ou, se sabem, fecham os olhos e continuam fingindo, a vida inteira fingindo que não sabem."

Caio Fernando Abreu

MANIFESTO SCUM




"O efeito da paternidade nos meninos, particularmente, é transformá-los em “Homens”, ou seja, desenvolver um duro sistema de defesa contra todas suas tendências à passividade, à bichice, e aos seus desejos de ser mulheres. Todo menino quer imitar sua mãe, ser sua mãe, fundir-se com ela, mas o pai o proíbe. Ele é a mãe, ele se funde com ela; assim, ordena ao menino, às vezes directamente e outras indirectamente, que não seja um mariquinhas, e aja como um “Homem”. O menino, que se caga nas calças com medo de seu pai, que – dizendo de outro modo – lhe “respeita”, obedece e chega a se tornar como o pai, esse modelo de “Virilidade”, o ideal americano: o cretino heterossexual bem-comportado.

O efeito da paternidade nas meninas é transformá-las em homens: dependentes, passivas, domésticas, bestiais, inseguras, ávidas por aprovação e segurança, covardes, humildes, “respeitosas” das autoridades e dos homens, fechadas, carentes de reacções, meio mortas, triviais, estúpidas, convencionais, insípidas e completamente desprezíveis. A Menina do pai, sempre tensa e temerosa, intranquila, sem capacidade analítica, sem objectividade, valoriza com medo (“respeito”) o pai e, consequentemente, os outros homens. Incapaz de descobrir o vazio por trás da fachada indiferente, aceita a definição machista do homem como ser superior, como mulher, e a definição da mulher, e de si mesma, como ser inferior, ou seja, como homem, o que, graças ao pai ela realmente é.

A individualidade feminina, da qual o homem é intensamente consciente, mas com a qual ele é incapaz de relacionar-se, de compreender ou alcançar emocionalmente, o assusta, o perturba e enche-o de pavor e de inveja. Assim, ele nega a individualidade das mulheres, e se dispõe a definir todo mundo, ele ou ela, em termos de função ou de uso, assegurando logicamente para si as funções mais importantes – médico, presidente, cientista – a fim de dar-se uma identidade, se não uma individualidade, e convencer, a si mesmo e às mulheres (teve melhor êxito convencendo as mulheres) que a função feminina é conceber e criar os filhos e relaxar, confortar e elevar o ego do homem; que sua função é, em suma, tornar-se trocável por qualquer outra fêmea."

IN, MANIFESTO SCUM 
VALERIE SOLANAS

GAIA - NOSSA MÃE TERRA




"A Mãe, inicialmente como a própria Terra divina e depois em suas muitas formas como Grande Deusa ou Deusa Mãe, e também em seu papel dirigente, como representante humana ou como rainha que governa com autoridade da Deusa, manteve a raça humana sob o seu domínio até à aurora dos tempos. Assim aconteceu de acordo com a tradição antiga até que os homens foram superando a sua infantilidade da raça e (...) começaram a usar sua capacidade activa de agressão.
No nível transpessoal, os deuses arrebataram o poder da Grande Mãe Mãe e o seu séquito.
No nível político, os novos patriarcas substituiram os matriarcados de autrora."

IN, ANDROGINIA - Rumo a uma nova sexualidade 
JUNE SINGER

Hammock - Breathturn

terça-feira, 20 de março de 2012

O Monge e o Macaco



Excelente curta de animação criado por dois alunos da instituição, Brendan Carroll e Fancesco Giroldini. O monge e o macaco conta a história do jovem e determinado Ragu que é enviado por seu mestre para cumprir uma última tarefa antes de se tornar um monge. No entanto, o que parecia relativamente simples e fácil se converte em um verdadeiro desafio.

Shintaro Ohata


Esculturas que saltam de dentro de pinturas

Sim, percebeste bem, são esculturas que saltam para fora de pinturas.

Shintaro Ohata, um artista japonês, apresenta um estilo único. As suas esculturas ganham uma nova vida quanto conjugadas com as suas pinturas.

Resumidamente, o artista cria pinturas que reflectem cenários únicos e, na frente destas, cria esculturas repletas de simbolismo, que se enquadram na perfeição com os cenários que pintou.
O efeito final é uma simbiose perfeita entre as duas formas de arte, de tal maneira que parecemos estar perante uma pintura viva ou uma imagem saída de uma televisão 3D.

Aqui ficam alguns exemplos:




Why didn't you write me ? The Notebook best scene



Em português, "Diário de uma paixão"
Não me canso de ver...

Quando encontrares alguém ...





- Quando encontrares alguém e esse alguém fizer o teu coração parar de funcionar por alguns segundos, presta atenção: pode ser a pessoa mais importante da tua vida.

- Se os olhares se cruzarem e, neste momento, houver o mesmo brilho intenso entre eles, fica alerta: pode ser a pessoa que tu estás à espera desde o dia em que nasceste.

- Se o toque dos lábios for intenso, se o beijo for apaixonante, e os olhos se encherem de água nesse momento, percebe: existe algo mágico entre vocês.

- Se o 1º e o último pensamento do teu dia for essa pessoa, se a vontade de ficar juntos chegar a apertar o coração, agradece: Algo do céu te mandou um presente divino: O AMOR.

-Se um dia tiverem que pedir perdão um ao outro por algum motivo e, em troca, receberes um abraço, um sorriso, um afago nos cabelos e os gestos valerem mais que mil palavras, entrega-te: vocês foram feitos um pró outro.

- Se por algum motivo estiveres triste, se a vida te deu uma rasteira e a outra pessoa sofrer o teu sofrimento, chorar as tuas lágrimas e enxugá-las com ternura: poderás contar com ela em qualquer momento da tua vida.

- Se conseguires, em pensamento, sentir o cheiro da pessoa como se ela estivesse ali do teu lado...

-Se achares a pessoa maravilhosamente linda, mesmo ela estando de pijama velho, chinelos de dedo e cabelos emaranhados...

- Se não conseguires trabalhar direito o dia todo, ansioso pelo encontro que está marcado para a noite...

- Se não consegues imaginar, de maneira nenhuma, um futuro sem a pessoa ao teu lado...

- De tiveres a certeza que irás ver a outra envelhecendo...e, mesmo assim, tiveres a convicção que vais continuar sendo louco por ela...

-Se preferires fechar os olhos, antes de ver a outra partindo: é o amor que chegou na tua vida. Muitas pessoas apaixonam-se muitas vezes na vida, mas poucas amam ou encontram um amor verdadeiro. Às vezes encontram e, por não prestarem atenção nesses sinais, deixam amor passar, sem deixá-lo acontecer verdadeiramente. É o livre-arbítrio.

Por isso, presta atenção aos sinais.
Não deixes que as loucuras do dia-a-dia te deixem cego para a melhor coisa da vida: o AMOR !!!


Carlos Drummond de Andrade

quinta-feira, 15 de março de 2012

...requintes de delicadeza...




"É com requintes de delicadeza que me conquistam.
Mesmo que eu tenha crises de mau-humor ou de independências, espera com tranquilidade minha entrega, deixa eu querer ficar até que eu pense por dentro: “ isto é a felicidade!”.
Mas não desarrume minha rotina tão bruscamente, nem exija de mim o contrário do que havia quando me conheceu.
Assim, eu serei outra pessoa, e nada mais restará do encanto.
É com requintes de delicadeza que te guardarei no corpo.
E não vou querer nada além do que nos parecer justo: tua mão na minha , meu olhar no teu, e um Universo inteiro por explorar... tão nosso.
Ao contrário, eu me despeço.
Com todo o requinte de delicadeza que certas crueldades têm."

Marla de Queiroz  

quinta-feira, 8 de março de 2012

SENTIR: O Pulsar da Vida





"O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza, porém perdemo-nos. 
A cobiça envenenou a alma dos homens. 
Levantou no mundo as muralhas do ódio... 
Criamos a época da velocidade, mas sentimo-nos enclausurados dentro dela. 
Os nossos conhecimentos tornaram-nos cépticos; a nossa inteligência, insensíveis e cruéis. 
Pensamos demais e sentimos muito pouco. 
Mais do que de máquinas, precisamos de humanidade. 
Mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura."

- Último discurso de Charles Chaplin, 1933


Pouco a pouco, estamos a parar de sentir. A começar pelo nosso corpo. Criamos tantas tensões para reter sentimentos que o corpo vai endurecendo, perdendo a sensibilidade e a vivacidade. Quando isso acontece no corpo reflete-se directamente nos sentimentos. Começamos a amar menos, a alegria vai-se embora, o choro congela, a raiva estagna. Ao nos tornarmos duros os relacionamentos restringem-se, diminuem, ficamos cépticos e pensamos cada vez mais.

Se quer mudar a história, tem que começar a romper com o medo, com a preguiça e com o comodismo e resgatar o seu corpo. Sentir, às vezes, é muito duro. Mas é extremamente compensador sentir: a vida a circular dentro de si, o amor, a tristeza e a raiva a fluir de uma maneira natural. A energia do seu corpo a vibrar. Sentir o amor e a sexualidade a ligarem-se e a aprofundar-se, dando origem a uma grande satisfação de estar vivo.

A bioenergética é um trabalho excelente para esse resgate de vida e do sentir.

CHORO



CHORO: Abrir o Coração


Quando nasce, o bebé irrompe num choro: o choro da vida. Não há nada de errado em chorar, pelo contrário, para o bebé é a primeira entrada de oxigénio nos seus pulmões, uma maneira de aprofundar a respiração e aliviar a pressão.

Nós crescemos numa sociedade onde chorar não é bom. A nossa sociedade não aceita o choro. Não compreende que é uma necessidade de aprofundamento e de libertação do nosso sistema.

Nós sabemos, como adultos, como é bom quando entramos num choro profundo. Como ficamos mais relaxados, com mais clareza, mais sensíveis e mais vivos. Chorar é uma qualidade humana que nos torna ainda mais humanos. Abre o nosso coração para o amor, para coisas que têm mais significado na vida.

O choro é a emoção que nos dá profundidade, traz-nos uma conexão com aquilo que é essencial. Deixar a superficialidade de lado para resgatar a nossa capacidade de chorar profundamente é um passo fundamental para a liberdade e para o amor. Isto porque, todas as dores que guardamos nos tornam pesados e deprimidos e no futuro podem mesmo tornar-se doenças. 

Vamos aprofundar o choro através de várias técnicas de bioenergética para dar vazão a dores que guardamos desde a nossa infância. Assim vamos perceber que, à medida que o choro for saindo, emergirá de dentro de nós uma espontaneidade e uma alegria vibrante.

Se acham que não têm o que chorar, talvez o vosso coração esteja demasiado gelado.
Pensem um pouco sobre isso...


Milan

SEXO & AMOR




SEXUALIDADE é a nossa maior fonte de prazer e uma das maiores portas de acesso ao CORAÇÃO. É uma questão fundamental para a vida, para o amor. É aquilo que nos mobiliza enormemente para viver, sonhar...

“Só temos uma energia que, no mais baixo, é sexual. Refinada, transforma-se pela alquimia da meditação e torna-se amor. O sexo é o fenômeno mais importante da vida. É natural, não exige preocupação. Repressão é esconder os sentimentos impedindo a sua manifestação e transformação.
O amor relaciona-se, mas não é relacionamento, que é algo acabado. Ele é como um rio fluindo, interminavelmente. Há flores de amor que só desabrocham após uma longa intimidade. Relacionar-se significa que estamos sempre a começar. A alegria do amor está na exploração da consciência. Quando investigamos o outro, fazemos o mesmo connosco.
Ao aprofundar-nos no outro, aprofundamo-nos em nós mesmos. Tornamo-nos espelhos para o outro e o amor torna-se meditação. Quanto mais descobrimos, mais misterioso o outro se torna: o amor é uma aventura constante.”
OSHO

Encheram-nos de preconceitos durante a infância e a adolescência e até hoje aceitamo-los. Desvirtuamos a nossa sexualidade, criamos tensões nos nossos corpos… tudo isso para conter os nossos impulsos naturais, tornando-nos adultos constrangidos e sexualmente frustrados.

A bioenergética atua diretamente no corpo. Possibilita que as tensões musculares que restringem os nossos movimentos e a nossa capacidade de sentir prazer, sejam libertadas. Propicia uma maior espontaneidade corporal e emocional. Também faz com que as emoções reprimidas desde a infância sejam expressas possibilitando a vivência de uma sexualidade adulta com menos preconceitos e moralismos. Além disso os exercícios de bioenergética podem ajudar de forma bem significativa distúrbios sexuais como impotência sexual, ejaculação precoce, dificuldade em ter orgasmo e frigidez.

Entregue-se a si mesmo e tenha coragem de sentir mais…mais prazer…mais vida…mais amor…a vida é abundância!!

APENAS PODE MUDAR AQUILO QUE QUER!
APENAS PODE VIVER AQUILO A QUE SE PERMITIR E DESEJAR PROFUNDAMENTE!


MILAN

quarta-feira, 7 de março de 2012

Morde-me com o querer-me



Morde-me com o querer-me que tens nos olhos
Despe-te em sonho ante o sonhares-me vendo-te,
Dá-te vária, dá sonhos de ti própria aos molhos
Ao teu pensar-me querendo-te…

Desfolha sonhos teus de dando-te variamente,
Ó perversa, sobre o êxtase da atenção
Que tu em sonhos dás-me… E o teu sonho de mim é quente
No teu olhar absorto ou em abstracção…

Possue-me-te, seja eu em ti meu spasmo e um rocio
De voluptuosos eus na tua coroa de rainha…
Meu amor será o sair de mim do teu ócio
E eu nunca serei teu, ó apenas-minha?

Fernando Pessoa

sexta-feira, 2 de março de 2012

O Retrato de Dorian Gray




Influenciar uma pessoa é dar-lhe a nossa própria alma.
O indivíduo deixa de pensar com os seus próprios pensamentos ou de arder com as suas próprias paixões. As suas virtudes não lhe são naturais.
Os seus pecados, se é que existe tal coisa, são tomados de empréstimo.
Torna-se o eco de uma música alheia, o actor de um papel que não foi escrito para ele.
O objectivo da vida é o desenvolvimento próprio, a total percepção da própria natureza, é para isso que cada um de nós vem ao mundo.
Hoje em dia as pessoas têm medo de si próprias.
Esqueceram o maior de todos os deveres, o dever para consigo mesmos.
É verdade que são caridosas. Alimentam os esfomeados e vestem os pobres.
Mas as suas próprias almas morrem de fome e estão nuas.
A coragem desapareceu da nossa raça e se calhar nunca a tivemos realmente.
O temor à sociedade, que é a base da moral, e o temor a Deus, que é o segredo da religião, são as duas coisas que nos governam.

Oscar Wild

A Alma do Homem sob o Socialismo



Quanto à mendicância, é muito mais seguro mendigar do que roubar, mas é melhor roubar do que mendigar. Não! Um pobre que é ingrato, descontente, rebelde e que se recusa a poupar terá, provavelmente, uma verdadeira personalidade e uma grande riqueza interior.
De qualquer forma, ele representará uma saudável forma de protesto.
Quanto aos pobres virtuosos, devemos ter pena deles mas jamais admirá-los.
Eles entraram num acordo particular com o inimigo e venderam os seus direitos por um preço muito baixo. Devem ser também extraordinariamente estúpidos.
Posso entender um homem que aceita as leis que protegem a propriedade privada e admita que ela seja acumulada enquanto for capaz de realizar alguma forma de actividade intelectual sob tais condições.
Mas não consigo entender como alguém que tem uma vida medonha graças a essas leis, possa ainda concordar com a sua continuidade.

Oscar Wild

Respira!




ANTONIO BANDERAS


Hoje corro o risco de ter um AVE - Acidente Vascular Erótico. Ao contrário do AVC (Acidente Vascular Cerebral), neste caso, o sangue escoa-se-nos do cérebro para ruborizar as faces e causar palpitações na zona do baixo ventre.

Hoje é aqui a Tia Hedonê que precisa de Sais de Fruta... mas um shot de Mescal, com direito a larva e tudo, would be just fine. Este homem estava na lista do Alerta Vermelho, mas o que a Tia não faz pelas sobrinhas! Sobe-se-me uma coisa por mim abaixo, ataca-me os by passes, e o pacemaker começa a apitar com tal intensidade que pareço o Roger Rabbit...


António Banderas, e, parafraseando uma amiga desempoeirada da Tia: dá-me muitos picos no pipi! De várias cores e feitios. Com cravos ou sem eles, provoca-me uma revulvação que nem o Salgueiro Maia saberia como dirigir. Nem o Salgueiro Maia e nem o Sá Leão, para ser franca.

Ele Salsa, ele Mambo, ele Tango. Ele sotaque espanhol do Demo. Ele canta, encanta, representa, talenta. Ele pelo na venta. Ele Toca. Nos e Enfeitiça. Chiça!

Desperta-nos  a Lei do Desejo e Almodovariza-nos - não, não nos deixa com varizes... Talvez uma em cada olhinho de tanto tempo ficarmos especadas a olhar para ele.

Ata-me. Desata-me. Até que fiquemos só um nós.
Ele carisma. Ele sob qualquer prisma.

Ele latino. Tão latino que deixa a Tia com vontade de mudar de nacionalidade e racionalidade.

A Tia Hedonê tem vontade de se converter à Taxicodependência, só para sentir o prazer da Banderada.

Todo ele é fogo que arde e se vê à légua. Se cheira. Se entranha. Entranhas. Testosterona. C4. Explosivo. Atentado bombista. Terrorista dos sentidos.

Gemidos. Vampiros. Entrevista com. Entre as vistas que eu estou  já estrábica de desejo. Lei.

Ata-me. E com isto estou já em pensamento circular. Pudera! Quero chamar o António e fazer dele o meu Toy.

Já cantavam as outras moças, quando o açúcar aínda não estava em ruptura de stock: Toy, Toy... Toy, Toy... O Zorro é o meu herói!

Em calhando não era nada disto.  Mas a Lilith interna deste Latino Ladino, engancha com requintes de malvadez nesta Lilith. E que bem que ele fica aqui no Boudoir.

E Deus criou o Homem! A Tia, que é pouco católica, hoje benze-se e reza o CREDO! E aqui entre nós, acho que descobri mais uns quantos pecados capitais... Que Luxúria é Eufemismo.

Me voy! Que se me corro (salvo seja!) o risco de parecer uma Dona de Casa DESPERADA. E a Tia é uma Diva que não se pode dar a essas... Luxúrias. É que eu sou cardíaca, mas não sou ceguinha dos sentidos!


E agora, agarrem nas garrafinhas de Mescal ou Tequilla Blanco "con su sal le da sabor", e bebam! Mesmo pelo gargalo, que isto hoje pede medidas drásticas!


P.S. - Hoje não há suspirómetro que nos valha!

music is




Wasis Diop
"After Dreaming"