quarta-feira, 1 de junho de 2011
Os Portugueses
“O que mais nos caracteriza é aquele ar sonâmbulo, abstracto, aquela ideia fixa em parte alguma, aquele devaneio em pleno Vácuo, ou manso delírio extasiado na sua própria nulidade.
“Sonhamos um sonho estéril, incapaz de se converter em acção (…) O português olha, mas não vê, ou vê como se ouvisse, porque o absorve uma espécie de música silenciosa, uma tendência artística inutilizada por incapacidade realizante. Mas embala-se, como esquecido, nessa música.
“ (…) O português é um ser indefinido; ignora o limite das coisas; não pode ter um conceito claro da existência, mas uma concepção nublosa* sentimental. E, por isso, principia tudo e nada acaba”.
(Pascoaes, Idem, Parte I,
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