Todos temos conselhos para os outros sempre prontos na ponta de língua, certo?
A intenção é boa, a vontade de ajudar também na maioria dos casos, mas
Como podemos dar soluções a algo que provavelmente nunca vivemos, não conhecemos, não sentimos da mesma maneira ou simplesmente não faz sentido à nossa história pessoal?
Por exemplo,
perante uma relação tóxica e cheia de problemas,
para uma pessoa a sua proposta implica ouvir e fazer-se ouvir, ganhar segurança, coragem e autoridade perante o outro, conquistar o respeito de ser fiel a si mesmo, aprender a harmonizar e a encontrar equilíbrio a dois.
Mas para a outra,
a sua proposta pessoal implica libertar o apego, transformar o medo de agir em coragem e conquistar a sua independência e autonomia. E de acordo com a proposta de cada uma, ambas estão certas. O problema é quando não sabemos a nossa proposta e corremos o risco de seguirmos o conselho errado para nós.
Lembremos então que cada um está no seu processo pessoal.
- O outro tem uma história diferente da minha- O outro tem um mapa astrológico diferente do meu- A proposta de evolução do outro nada tem a ver com a minha- O estágio de aprendizagem do outro é diferente do meu- Os processos Karmicos do outro são-me desconhecidos- O outro não tem o meu passado e por isso não vê, não sente o que eu vejo e sinto.- O outro pode contar o que ele fez em situações idênticas mas com a consciência de que nunca foram iguais.- O conselho do outro pode sem querer, ser contrário à nossa proposta e estar a prender-nos ao passado.- Assim como o conselho pode ser já uma mão amiga que nos vem ajudar a entrar numa nova energia.- Só nós podemos distinguir umas das outras!
Para haver integridade, humildade pessoal e respeito pelo outro, é importante
passarmos apenas a nossa experiência pessoal com a consciência de que a verdade não é absoluta e que o que nos serve a nós pode não servir o outro, ou caímos no papel do moralista que dita conselhos e verdades que não pratica.
Quando estamos no lugar de quem ouve o conselho é essencial
ouvir e filtrar, usar a experiência do outro para abrir espaço a possibilidades dentro de nós mas, colocar na fórmula algo que o outro não tem:
a nossa intuição, o nosso sentir, o nosso coração.
E como os conselhos são de borla, deixo aqui dois:
- Quando fores aconselhar alguém, pergunta-te se praticas o que pregas.
- Quando alguém te aconselhar, olha para a vida e energia dessa pessoa e vê se confere com o conselho que te deu.
Vera Luz
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