A tomada de consciência

A tomada de consciência da divisão que existe 

dentro do ser humano, 

a sua dualidade, 

a sua luta com o desejo pessoal de afirmação 

dentro de uma estrutura social 

que está a cair...

A necessidade de afirmar o seu poder, 

a sua autoridade, a sua individualidade 

e o impulso de sair dessa confrontação...

Claro que isto cria uma necessidade enorme de compreender, de tentar provar algo que o ser humano não está a conseguir lidar...
Ondas de desejo de sair da luta , impulso de criar uma unidade ainda não experienciada no colectivo e que vai opor-se ao desejo de afirmação e controle de manter a sua descoberta de vontade própria, essa que não se quer deixar mais cair nos velhos padrões de confundir-se com valores que já não quer identificar-se...

Ao nível inconsciente isto produz um conflito que é interno mas que vai projectar no exterior...
No fundo tudo está a fazer parte de um inicio de afirmação individual, mas teremos que ser coerentes, sensíveis com o olhar para o nosso interior, e ver as guerras que estamos a provocar para que isso aconteça... a afirmação dessa forma será egocentrada, não deixa de ser a via da individualização, mas se não pararmos para nos auto observar, iremos estar a criar mais do mesmo...
Divisão...

Mas faz parte do crescimento, 

não está nada errado, 

o que está a ser dado como oportunidade 

ao ser humano é conhecer-se, 

perceber e sentir onde a transformação 

deverá ir começando a ocorrer...

Se quero criar vontade própria e autonomia, não é entrando em conflito com os valores dos outros que iremos criar harmonia e liberdade, é aqui que a afirmação ainda está sob várias capas de vitimização...

Pois o guerreiro dividido só gera mais guerra e afirma-se querendo provar que ele é que está correcto, que está algo errado com tudo o que vai contra a sua vontade...

Aproveitem este ciclo para integrar a ferida medieval da energia da vitima, do sofredor, pois esse arquétipo está ao rubro agora e está a lutar para sair dele...
Está-nos a ser dada uma grande oportunidade de transformação de atitude, para isso é preciso coerência na auto observação...

Purificação de todas essas memórias de ter que ficar numa postura passiva e não divergindo do grupo social e para isso o guerreiro agora quer afirmar-se, quer sair dessa postura, mas deverá perceber que isso é um processo onde terá que conhecer muito de si, ir mais profundo no saber estar a sentir todas as emoções egoicas de vontade pessoal...

Cada um tem o seu percurso individual, mas deverá ir percebendo, compreendendo, sentindo, onde está a lutar para se afirmar...
É uma etapa, apenas isso, está correcta e coerente com a evolução, mas sintam a vossa revolta criativamente...
Como???

Permitam-se estar nela e mantendo um centro de auto observação honesto, ou seja, observem-se como espectadores impessoais do ego, e aí irão perceber e sentir como essa vontade própria está a tentar controlar os ideais que querem defender... aí nessa quietude irão rir-se de vós e criar mais flexibilidade no ego...
Alegria de poder ser honesto sem criticismo, mas sim criatividade na mudança...
A via da consciência é saber permitir acontecer, para poder mudar...


Ruth Fairfield