domingo, 12 de janeiro de 2025
Ninguém nos ensinou a...
De forjados princípios nos fomos criando grandes em tamanho e diminutos em poder e capacidades reais. Foram-nos passadas as bases sólidas para os passos futuros e, no cômputo geral, apreendemos o mais importante na mescla de princípios familiares, religiosos, sociais e quejandos.
Falaram-nos muito de pecados e nada de como se limpa isso, além de ninguém ter explicado o que é isso de pecado e porque é que o Carpinteiro falou em atirar pedras. Contaram-nos a história da outra face mas ninguém nos disse quando parar de a dar; bem como essa coisa de orgulho…e da ira divina…e dos infernos…e do bom nome…etc.
Chegamos a jovens adultos com uma pasta cheia de papelada com rabiscados princípios e ao entrarmos em contacto com a sociedade onde nos inserimos por labuta profissional e diárias deambulações, começamos a perceber que fomos enganados por alguém…ou por muitos alguéns.
Sim, claro, a teoria lê-se muito bem mas, no primeiro percalço percebemos que nos socorremos de uma mão cheia de nada…damos a face mais vezes que o bom senso dita, desviamo-nos constantemente das tais pedras do julgamento e o orgulho quebra-nos mais pernas que as quedas da bicicleta.
Ninguém nos ensinou a amar desalmadamente, sem perguntas nem questões, para que pudéssemos irradiar essa energia de tal forma forte que nunca conheceríamos o significado do julgamento, nem da necessidade de pensar em dar ou não as várias faces.
Ninguém nos disse que este caminho teria todo o tipo de pessoas e que poderíamos apenas atrair aquelas que achássemos necessárias para a nossa aprendizagem, bem como os mestres que nos ensinassem a recordar quem realmente somos.
Ninguém nos ensinou a olhar para além da flor que cresce no jardim, nem da árvore onde um dia se pendurou o nosso baloiço….olhar para a vida que ali contida nos pode reforçar e atenuar ânimos.
E, também, ninguém nos disse que um dia amaríamos com toda a nossa alma e isso nos faria bem se não carregássemos o medo da perda.
Esta falta de informação fez com que deambulássemos como principiantes em busca dos princípios de vida que realmente nos conduziram até aqui e, assim, acabámos por nos reinventar várias vezes, no entanto, fazendo as contas a tudo, até não foi mau porque acabámos por compilar um livrinho simples e fino com tudo o que é essencial.
Caminhamos com pouco peso...basta-nos o coração!
Alexandre Viegas
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário