Porque esta obsessão da negação das mulheres pelas religiões patriarcais?
Esta impureza das mulheres mas mais do que isso, esta profunda misoginia, esta negação da humanidade no sexo feminino, encontramo-la nas três religiões monoteístas de forma exacerbada.
Também a encontramos noutros lugares. Esse caminho também foi percorrido pela Índia. Mas aquilo que espanta e também nos atrai é que ainda persiste a imagem do Grande feminino.
Nos templos, podemos encontrar a divindade feminina.
Enquanto no ocidente, tem-se a impressão de se tratar apenas de folclore bárbaro, pura imaginação. Mesmo com as universitárias, falar do divino feminino parece lhes algo de carnavalesco. Para elas o divino feminino é unicamente mítico. Elas não vêm que o mito foi história. É nesse ponto que se fixa o meu trabalho.
Contrariamente ao que dizia Jung, a mitologia não é um arquétipo fixo, é também história.
Ora se ficarmos no mito apenas, por exemplo, o das amazonas, das mulheres fortes, portanto no inconsciente colectivo, isso não fará mal a ninguém porque o castramos da sua historicidade para deixar isso numa terra de ninguém, fora do tempo e do espaço.
Então é aí que se torna curativo sublinhar que existiu um outro feminino para além da visão patriarcal, que não foi nem sujo nem demonizado.
O casamento sujo é o casamento patriarcal, que é o casamento de um dominado e de um dominador.
Françoise Gange
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