segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

E mais um ano que passou...


Somos sempre conduzidos pelas nossas emoções, sentimentos e desejos. Não podemos fugir de nós mesmos, não temos como fugir do que sentimos. O que sentimos faz de nós o que somos. Falta coragem para admitir, falta coragem para se ter coragem. Mais fácil esconder, dificil é assumir.

Isso é assustador para qualquer um, pois ainda não aprendemos a aceitarmo-nos, a conhecermo-nos melhor. Temos medo de sermos devorados pelos redemoinhos de nossas emoções, de vivermos o que sentimos, de mergulharmos no que realmente somos. Assim, comportamo-nos como a lagarta que, levada pelas águas, teve medo de se alimentar da folha na qual estava, com medo de se arriscar, cair na água, ser possuída por correntezas fortes demais e ser levada para lugares ilocalizáveis. Isso expressa também o nosso medo de amar, de se apaixonar, de se relacionar afectivamente com outra pessoa.

Realmente, os nossos sentimentos e emoções podem nos levar para terras distantes e desconhecidas, para territórios desertos de nós mesmos; podem nos conduzir para lugares ilocalizáveis; podem nos levar para longe, muito longe de muitas coisas, mas será sempre para perto, bem perto do nosso coração selvagem, para perto do que somos. As águas de nossos rios vêem de longe para nos dizer o que somos, vêm de nossas grutas, passam pelos outros para sentirmos a nós mesmos. Podemos represar essas águas ou fazê-las correr, fluir.Nós podemos ser uma represa, uma lagoa ou um rio.

Não podemos viver sentados na pedra no leito do rio nem vivermos como aquela árvore que tem suas raízes presas no rochedo. Mudar não é fácil. Às vezes sangra, a dor é grande e as lágrimas descem, mas como disse o mitólogo Joseph Campbell, sem sangue, lágrimas e dor, não existe a nova vida.

Devemos nos voltar para dentro de nós mesmos. Não para nos isolarmos dos outros e do mundo, mas para deixarmos desabrochar o nosso ser, aquele que pede liberdade, felicidade, que pede para amar sem restrições e ser amado incondicionalmente; aquele ser que pode fazer de nós uma pessoa melhor. Mas para tanto, como a lagarta, é preciso despojar a velha pele antes que a nova possa chegar

Joseph Campbell



Feliz ano novo a todos!


Muita coragem, muita saúde e acima de tudo, muitas verdades!

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