sexta-feira, 16 de abril de 2010

Do berço até ao tumulo II


Ao longo da nossa fugaz viagem do berço até ao tumulo, a nossa existência baseia-se fundamentalmente na confiança. Confiamos nos nossos pais, nos nossos filhos, no nosso companheiro, nos nossos amigos, na nossa empresa, no nosso banco e, às vezes, até no nosso governo. A sociedade funciona porque é um imenso acto de confiança colectiva.

Mas, como tanta outras coisas, isso está a mudar:a informação flui livremente, a suspeita instalou-se e já não colocamos as mãos no fogo por ninguém. É esse o sinal do avanço dos tempos.

Perante esta situação, há duas posições: não prestar atenção, virar a cabeça para outro lado e aceitar as regras do jogo que nos impuseram, ou confrontá-lo tentando encontrar um resquicio de luz por entre tanta escuridão.

A miopia de não vermos mais além das nossas próprias crenças pode fazer-nos perder para sempre aquilo que nos torna autenticamente livres: a capacidade de duvidar!

O diabo é um vendedor de verdades do qual devemos fugir o mais rapidamente possível, porque se comprarmos a sua mercadoria, a nossa própria alma corre perigo.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

A Africa de Nelson Mandela


A propósito do Mundial de Futebol na África do Sul.



Afinal parece que a Liberdade de Nelson Mandela estava assente numa base podre.



É uma personalidade que admiro bastante e aqui quero prestar homenagem.



A ele e a outros...



A vitória de Barack Obama, um negro, alçado à presidência da maior potência económica e militar do planeta, leva-me a reflectir. Penso que existe uma lei cósmica que gere os destinos dos Povos e das Nações, mostrando que só a boa vontade constrói. Civilizações surgem, dominam e desaparecem quando a boa vontade deixa de existir.



Os espíritos destruidores fazem parte do planeamento cósmico, visto que para a construção de uma Nova Ordem, há a necessidade de destruição da ordem vigente. Os destruidores fazem parte desse planeamento como instrumentos.



Lembro-me de alguns exemplos:



Na Índia, o odioso imperialismo inglês; na África do Sul, o racismo violento da sociedade e dos governantes brancos; nos EUA, a política bélica, anti-ambientalista e exclusivista do Governo Bush, indiferente à miséria e à fome de outros países.


Existem pessoas notáveis que se dedicam à reconstrução: Na Índia-Ghandi; na África do Sul- Nelson Mandela; nos EUA-Martin Luther King. Todos eles planeando nos seus países a ânsia de renovação.

Depois da conquista da Liberdade pla India com Ghandi, repete-se na África do Sul m Nelson Mandela, e agora com Barack Obama, usando a mesma arma:a boa vontade e a não-resistência.

Relembro assim, nesta altura em que parece que tudo está em causa na África de Mandela, os seus principais discursos:

" a educação é a mais poderosa arma pela qual se pode mudar o mundo. É o grande motor de desenvolvimento pessoal. É através dela que a filha de um camponês se torna médica, que o filho de um mineiro se torna o director da mina e que a criança filha de peões de fazenda se torna o presidente de um país.

Aprendi que a coragem não é a ausência do medo, mas o triunfo sobre ele. O homem corajoso não é auele que que não sente medo, mas o que conquista esse medo.

Como eu tenho dito, a primeira coisa é ser honesto consigo mesmo. Não se pode nunca ter um impacto sobre a sociedade se não mudou a si próprio...os grandes pacificadores são todas as pessoas integras, honestas, humildes.

Não há caminho fácil para a liberdade, e muitos de nós têm que atravessar o vale das sombras da morte de novo, e de novo, antes de alcançar o topo da montanha de nossos desejos.

A maior glória de viver não está em jamais cair, mas e nos levantarmos cada vez que caímos.

Liberdade não é meramente tirar as correntes de alguém, mas sim viver de uma forma que respeita e aumenta a liberdade dos outros.

Eu sempre lembro um conceito básico: um líder é como um pastor de ovelhas. Ele fica atrás do rebanho, deixando o mais esperto ir à frente, sendo seguido pelos outros, sem reconhecer que desde o início eles estão a ser dirigidos por trás. É melhor liderar de trás e colocar outros na frente, especialmente quando se celeraa vitória, qundo coisas boas acontecem. O líder assume a linha da frente quando há perigo. Daí as pessoas apreciarem a sua liderança. Como líder, eu sempre me esforcei para ouvir o que cada pessoa tinha a dizer numa discussão antes de dar a minha própria opinião. Com frequência, a minha opinião simplesmente representa um consenso do que eu ouvi na discussão. E quando deixarmos nossa própria luz brilhar, conscientemente daremos às pessoas permissao para fazerem o mesmo. Quando nos tivermos libertado dos nossos medos, nossa presença automaticamente libertará os outros.

Não é valente o que não tem medo, mas sim o que sabe dominá-lo.

Democracia com fome, sem educação e sem saúde, para a maioria é uma concha vazia.

Sonho com o dia em que todos levantar-se-ão e compreenderão que foram feitos para viverem como irmãos.

Ninguém nasce a odiar outra pessoa pela cor da pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender e, se podem aprender a odiar também podem aprender a amar."

Nelson Mandela

Do berço até ao túmulo


Que bom seria se quando ainda em crianças não desejássemos tanto crescer, mas quanto mais o tempo passasse para crescermos e nos tornarmos adultos, melhor. Essa era a ideia!
Seria bom também que em nossas primeiras oportunidades, estivéssemos mais preocupados em agarrá-las, em vez de acreditar que muitas outras viriam bater a nossa porta.
Na juventude talvez devessemos aproveitar todos os momentos de alegria e de tristeza junto com os amigos, com a família, com quem amamos de verdade, mas preferimos ficar trancados no quarto, muitas vezes para provar quem é o rebelde da casa.
Quando nos tornamos adultos, que até então era o que mais queríamos, o primeiro arrependimento é justamente esse.
Quando éramos crianças estávamos a viver a melhor fase da vida e não sabíamos, desejavamos tanto ser adultos e agora isso parece ser tão ridículo, as responsabilidades realmente pesam nos nossos ombros.
Quando casamos só pensamos em trabalhar e sustentar a família, e nunca procuramos saber como foi o dia de cada um, desde manhã não trocamos sequer uma palavra com o marido, parece que aquele amor que nos levou ao altar se tornou numa rotina terrível.
Os filhos vivem a pedir para tirarmos um dia de folga para brincarmos com eles, mas não temos tempo, aliás, tempo é dinheiro e não podemos perdê-lo. Brinco com eles outro dia.
Desde pequenos não tivèmos muita atenção e carinho porque os nossos pais tinham a mesma ideia que temos hoje, mas um dia o tempo mostrará o quanto fomos estúpidos, pois tivèmos uma grande oportunidade de provar o quanto os amamos.
Aliás, o nosso amor foi guardado justamente para essa ocasião, e o nosso filho espera-o.
Enfim, nos tornamos velhos, passamos pela vida tão rápido e nunca paramos para saber qual é realmente o seu sentido.
O arrependimento vem à mente, por tudo o que poderíamos ter feito, ter falado, ter ouvido,ter reflectido melhor, e a única esperança que nos mantém agora é acreditar que Deus nos dará uma outra oportunidade para começar de novo, fazendo as mesmas coisas, mas da maneira certa, a transformar os erros que cometemos, às vezes por distração, às vezes de propósito, enfim, agora queremos outra oportunidade para amar mais, dar mais, atenção, carinho, viver mais...do berço até ao túmulo.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Porque se vive?


Se o mundo físico e dinâmico tem as suas leis, reveladas pela ciência, imutáveis e universais, independentes da vontade humana, não é concebível que vida dos homens e das nações sejam deixadas ao sabor do acaso; que o nascer, o viver e o sofrer não sejam regidos por Leis Divinas.

Porque se vive?

Que leis desconhecidas regem as nossas vidas?

Porquê tanta dor, tanta miséria, tanta violência, em contraste com tanta beleza e harmonia encontradas na Natureza e no Cosmos?

É a eterna dúvida que reina nas nossas mentes. O que de mais importante existe em nossas vidas é SABER COMO VIVER, na procura da felicidade.

Segundo alguns filosofos, a lei que rege as nossas vidas no plano terra são os princípios morais, hoje em estudo pela ciência.

A vida dá provas de uma grande sapiência ao construir os seus organismos, dirigir os seus fenómenos, resolver os seus problemas e atingir os seus fins, que não podemos deixar de a considerar como um centro psíquico inteligente.

Perguntamo-nos:

Como a vida soube criar as maiores maravilhas, resolvendo problemas dificeis, deixa frequentemente suas criaturas indefesas à mercê de mil perigos e sofrimentos?

Como se explica tanta indiferença, ao lado de tanta sabedoria?

Como se justifica tanta negatividade destrutiva ao lado de tanta positividade construtiva?

Quando o individuo vem ao mundo, frequentemente o esperam a miséria, a doença, os sofrimentos materiais e espirituais de toda a espécie. Há gente condenada desde o nascimento a uma vida de sofrimento. E todavia as coisas estão combinadas de tal modo que o nascer é fatal, porque depende de instintos irresistíveis. Além disso, para tornar o nascimento inevitável,a vida é pródiga de meios. Ela que desperdiça em abundância incrível de germes, em grande parte destinados a morrer. Por exemplo, dos duzentos e cinquenta milhões de espermatozóides que conseguem contacto com o óvulo, somente um está destinado a viver. Se a vida deseja tanto que o ser nasça, ainda que seja para deixá-lo depois em condições de ter tudo menos uma felicidade garantida, então deve haver uma forte razão para isso. A finalidade da vida não pode ser o de gozar, ainda que os ingénuos possam crer nisso. Isto pode acontecer na juventude, quando o individuo se baseia no seu desejo e não na sua experiência. Mas, não há velho que, tendo vivido, conserve tal ilusão. Eis então, que devemos admitir que a vida tem uma outra finalidade, porque se assim não fosse, fazer nascer quem está destinado a sofrer será uma traição.

A realidade é que o verdadeiro objectivo da vida é outro. Entendido qual é, tudo encontra a sua explicação. Mas é necessário primeiro compreender o fenómeno Vida em seu desenvolvimento e finalidade.

A razão diz-nos que, além do Universo da Matéria e da Energia, deve haver também um Universo do Espírito constituido dos valores imponderáveis morais e ideais. Isto é, uma outra ordem de fenómenos regulados por leis que lhes disciplinam o funcionamento. Conhecer estas leis para depois adequar-se a elas, significa possuir a arte da conduta certa e portanto, poder gozar de todas as vantagens que dela derivam e evitar todos os danos que são consequência fatal de todo o erro contra aquelas leis.

É certo que a Vida pensa. Vemos seus efeitos, que nos revelam uma extraordinária sabedoria. Mas a vida não formula o seu pensamento com palavras, como nós fazemos. Ela age, não fala.

Ela apenas funciona, como acontece com todas as leis do universo, sem nos dizer nada a seu respeito. Vamos então tratar de compreender qual é, neste caso, a regra do jogo.

Evitar o erro é evitar a dor, forma como reage a lei para corrigir destinos. Esta lei pode ser chamada de Lei de Deus, porque exprime o seu pensamento, que dirige cada fenómeno, a todos os níveis de evolução e planos de existência. A dor aparece quando a ordem é alterada e assim somos advertidos por aquela sensação que chamamos de Dor. Isto em todos os campos é a expressão sensorial de uma violação da ordem da lei.

Poder-se-á dizer: mas eu não acredito em Deus!

Não tem importância. Apenas observemos os factos que nos mostram como funciona a vida. Não vamos pensar que o crer ou o não crer nas filosofias ou religiões pode mudar tal realidade. Da nossa forma mental e estrutura de personalidade, da nossa escolha e conduta depende o modo pelo qual cada um constrói a própria vida e o seu próprio destino. Primeiro semeamos e só depois colhemos. A relação causa-efeito é evidente. A vida é um laboratório onde encontramos os mais variados instrumentos e ingredientes. A vida é um impulso de crescimento, é um anseio em direcção à perfeição e à felicidade.

A grande aspiração é subir, mesmo que seja cada um no seu nível. Nisso manifesta-se a Lei da Evolução.

Devemos evoluir e para isso a vida é aquele laboratório que falei, isto é, uma escola de experimentação para aprender. Trata-se de construir o homem consciente, que sabe pensar por si, independente do juízo alheio, responsável, porque conhece a Lei, e segundo ela, SABE VIVER!

A Lei, imparcial e universal, paga a cada um o que for merecido. Neste trabalho não apresentamos produtos emocionais. Por aí compreende-se a importância de SABER VIVER. Assim, ao fim da vida, seremos ricos se soubermos adquirir novas e melhores qualidades, e seremos pobres se nada fizemos em consonância com a lei.


Pietro Ubaldi