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domingo, 22 de abril de 2012

UMA SONHADORA FRANCESA... TIVE UM SONHO




(…)
“Gosto de sonhar que, um dia, haverá lugar par ao outro em cada cérebro humano, tal como existe lugar para o outro no corpo das mulheres. O outro que acolhemos durante o amor. O outro que concebemos com a nossa própria carne e para o qual cessamos de produzir anticorpos até ele ser suficientemente forte. Sonho com esa talento do corpo das mulheres a alastrar-se para o espírito das mulheres, dos homens e das suas leis. Com o corpo das mulheres, aberto ao outro, transmitindo uma mensagem de tolerância e de respeito. A paridade não é nenhum cálculo. É um símbolo de aceitação.

O sexo que desde sempre está no comando vai ter de aprender a pensar no outro, a partilhar, para o bem-estar geral a para a justiça social. Parar de impor a sua lei pela força e pelo desprezo. Afastar-se um pouco, deixar um espaço para aquelas que a nossa história obrigou ao silêncio. Toda a gente vai ficar a ganhar com isso, excepto, talvez, aqueles que ocupam vários cargos em simultâneo: os senhores feudais, detentores de feudos rígidos, que deverão ter um a reforma merecida. E na aceitação do exercício misto, virá integrar-se a ideia de que podemos ser simultaneamente diferentes E iguais. E pela primeira vez, desde há dois séculos, as ideias teóricas da revolução irão aproximar-se da realidade, graças às mulheres e àqueles que as apoiaram.
(…)
Quando o nosso país (França) iluminar de novo o mundo, podermos, com os nossos homens, ir ajudar as nossas irmãs estrangeiras, as raparigas afegãs, croatas, argelinas, ruandesas, iranianas, E também as adolescentes chinesas abandonadas, as jovens que se prostituem no mundo inteiro. Todas aquelas que, todos os dias, pagam o preço demasiado alto da barbárie machista.”

Isabelle Alonso
In, Todos os Homens são iguais mesmo as Mulheres

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