segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Open All Night




In the company of fools
we relax upon
ordinary embankments,
enjoy bad food, cheap
drink,
mingle with the men and
ladies from
hell.
in the company of fools
we throw days away like
paper napkins.

in this company
our music is loud and our
laughter
untrue.

we have nothing to loose
but our selves.

join us.
we are now
almost
the entire
world.

God bless 
us.

Charles Bukowski
in, Open All Night


A Arte da Guerra




O grande segredo para vencer sempre consiste na arte de semear a divisão:
nas cidades e nas aldeias, no exterior, entre inferiores e superiores, de morte, e de vida.

          Sun Tzu
         in, A Arte da Guerra


Drugs Don’t Cause Addiction

"The opposite of 'addiction' (compulsive use or need for chemical substances, smartphones, TV, pornography, work, power or sex) is not 'sobriety'... It is 'connection'." 

"Addiction is just one symptom of the crisis of disconnection that's happening all around us."



Most people think that the reason why people become addicted to drugs is solely because of the drugs themselves.
This, however, is far from the truth, as shown repeatedly by scientific studies on drug addiction.
The brilliant short animated video below will explain to you why drugs don’t actually cause addiction, changing your view on drugs forever:



domingo, 30 de outubro de 2016

HIMNO




Después de todo, amigos,
esta vida no puede llamarse desdichada.
En lo que a mí concierne, por ejemplo,
recibí en proporción justa, en la hora exacta
y en el lugar preciso y por la mano
que debe dar, las dádivas.

Así tuve los muertos en la tumba,
el amor en la entraña,
el trabajo en las manos y lo demás, los otros,
a prudente distancia
para charlar con ellos, como vecina afable
acomodada en la barda.

Y recreos. Domingos enteros en la playa,
arboledas anónimas y amigas,
manantiales ocultos que cantaban,
libros que se me abrieron de par en par y bóvedas
maravillosamente despobladas.

Dioses a quienes venerar, demonios
tan hermosos que herían la mirada,
sueños para dormir asido al cuerpo ajeno
como hiedra de tactos y palabras
... y algún relámpago de medianoche
para alumbrar el orden de mi casa.


Rosario Castellanos
in, Poesía no Eres Tú


Não é à toa que caminhas com eles na mesma estrada...




Agradeça por quem te incomoda, por quem te irrita, por aquele tipo de pessoa que te tira do sério simplesmente por existir...agradeça por quem te deixa furioso...e pelas muitas e muitas vezes em que contaste até dez ou até mil...para não explodir com tudo.
Para não cometer um desatino com os tais... não é à toa que caminhas com eles na mesma estrada. Essas pessoas te trazem, a cada dia, um lapidar de carácter, um toque a mais de controle emocional, um reforço de fé, um verniz de paciência.
Acredite...até as implicâncias corriqueiras podem fazer-nos algum bem.
Basta querer encontrar algum.
E quem sabe, esses desajustes de génios, podem ser o passo inicial para uma boa auto análise...
Por que a pessoa te irrita?
Quais os reais motivos?
O que isso te ensina além de paciência e tolerância?
Pode sair muita coisa útil dessa conversa consigo mesmo...


Gi Stadnicki


Que Vontade De Chorar




Era uma manhã fresca e transparente de primavera. Parei o carro na luz vermelha do semáforo. Olhei para o lado – e lá estava ela, menina, dez anos, não mais. O seu rosto era redondo, corado e sorria para mim. “O senhor compra um pacotinho de balas de goma? Faz tempo que o senhor não compra…” Sorri para ela, dei-lhe uma nota de um real e ela me deu o pacotinho de balas. Ela ficou feliz. Aí a luz ficou verde e eu acelerei o carro, não queria que ela percebesse que meus olhos tinham ficado repentinamente úmidos.

Quando eu era menino, lá na roça, havia uma mata fechada. Os grandes, malvados, para me fazer sofrer, diziam que na mata morava um menino como eu. “Quer ver?”, eles perguntavam. E gritavam: “Ô menino!” E da mata vinha uma voz: “Ô menino!” Eu não sabia que era um eco. E acreditava. Nas noites frias, na cama, eu sofria, pensando no menino, sozinho, na mata escura. Onde estaria dormindo? Teria cobertores? Os seus pais, onde estariam? Será que eles o haviam abandonado? É possível que os pais abandonem os filhos?

Sim, é possível. João e Maria, abandonados sozinhos na floresta. Os seus pais os deixaram lá para serem devorados pelas feras. Diz a estória que eles fizeram isso porque já não tinham mais comida para eles mesmos. Será que os pais, por não terem o que comer, abandonam os filhos? Será por isso que as crianças são vistas freqüentemente na floresta vendendo balas de goma? Será que havia balas de goma na cesta que Chapeuzinho Vermelho levava para a avó? Será que a mãe de Chapeuzinho queria que ela fosse devorada pelo lobo? Essa é a única explicação para o fato de que ela, mãe, enviou a menina sozinha numa floresta onde um lobo estava à espera.

Num dos contos de Andersen uma menininha vendia fósforos de noite na rua (se fosse aqui estaria num semáforo), enquanto a neve caía. Mas ninguém comprava. Ninguém estava precisando de fósforos. Por que uma menininha estaria vendendo fósforos numa noite fria? Não deveria estar em casa, com os pais? Talvez não tivesse pais. Fico a pensar nas razões que teriam levado Andersen a escolher caixas de fósforos como a coisa que a menininha estava a vender, sem que ninguém comprasse. Acho que é porque uma caixa de fósforos simboliza calor. Dentro de uma caixa de fósforos estão, sob a forma de sonhos, um fogão aceso, uma panela de sopa, um quarto aquecido… Ao pedir que lhe comprassem uma caixa de fósforos numa noite fria a menininha estava pedindo que lhe dessem um lar aquecido. Lar é um lugar quente. Pois, se você não sabe, consulte o Aurélio. E ele vai lhe dizer que o primeiro sentido de “lar” é “o lugar da cozinha onde se acende o fogo.” De manhã a menininha estava morta na neve, com a caixa de fósforos na mão. Fria. Não encontrou um lar.

Um supermercado é uma celebração de abundância. No estacionamento as famílias enchem os porta-malas dos seus carros com coisas boas de se comer. “Graças a Deus!”, eles dizem. Do lado de fora, os famintos, que os guardas não deixam entrar. Se entrassem no estacionamento a celebração seria perturbada. “Dona, me dá uns trocados?” O menino estava do lado de fora. Rosto encostado na grade, o braço esticado para dentro do espaço proibido, na direção da mulher. A mulher tirou um real da bolsa e lhe deu. Mas esse gesto não a tranqüilizou. Queria saber um pouco mais sobre o menino. Puxou prosa. “Para que você quer o dinheiro?” perguntou. “Prá voltar prá onde eu durmo.” “E onde é a sua casa?” “Não vou voltar prá casa. Eu não moro em casa. Eu durmo na rua. Fugi da minha casa por causa do meu pai…”
Em muitas estórias o pai é pintado como um gigante horrendo que devora as crianças. Na estória do “João e o pé de feijão” ele é um ogro que mora longe, muito alto, nas nuvens, onde goza sozinho os prazeres da galinha dos ovos de ouro e da harpa encantada. Mãe e filho, lá embaixo, morrem de fome. Por vezes as crianças estão mais abandonadas com os pais que longe deles. Como aconteceu com a Gata Borralheira. Seu lar estava longe da mãe-madrasta e das irmãs: como uma gata, o borralho do fogão era o único lugar onde encontrava calor.

E comecei a pensar nas crianças que, para comer, fazem ponto nos semáforos, vendendo balas de goma, chocolate bis, biju. Ou distribuindo folhetos… Ah! Os inúteis folhetos que ninguém lê e ninguém quer e que serão amassados e jogados fora. O impulso é fechar o vidro e olhar para a criança com olhar indiferente – como se ela não existisse. Mas eu não agüento. Imagino o sofrimento da criança. Abro o vidro, recebo o papel, agradeço e ainda pergunto o nome. Depois, discretamente, amasso o papel e ponho no lixinho…

E há também os adolescentes que querem limpar o pára-brisa do carro por uma moeda. Já sou amigo da “turma” que trabalha no cruzamento da avenida Brasil com a avenida Orozimbo Maia. Um deles, o Pelé, tem inteligência e humor para ser um “relações públicas”…

Lembro-me de um menino que encontrei no aeroporto de Guarapuava. No seu rosto, mistura de timidez e esperança. “O senhor compra um salgadinho para me ajudar?” Ficamos amigos e depois descobrimos que a mulher para quem ele vendia os salgadinhos o enganava na hora do pagamento…

Um outro, no aeroporto de Viracopos, era engraxate. O pai sofrera um acidente e não podia trabalhar. Tinha de ganhar R$ 20.00. Mas só podia trabalhar enquanto o engraxate adulto, de cadeira cativa, não chegava. Tinha, portanto, de trabalhar rápido. Tivemos um longa conversa sobre a vida que me deixou encantado com o seu caráter e inteligência – ao ponto de ele delicadamente me repreender por um juízo descuidado que emiti, pelo que me desculpei.

E me lembrei das meninas e meninos ainda mais abandonados que nada têm para vender e que, à noitinha, nos semáforos (onde serão suas casas?), pedem uma moedinha…

Houve uma autoridade que determinou que as crianças fossem retiradas da rua e devolvidas aos seus lares. Ela não sabia que, se as crianças estão nas ruas, é porque as ruas são o seu lar. Nos semáforos, de vez em quando, elas encontram olhares amigos.

Os especialistas no assunto já me disseram que não se deve ajudar pessoas nos semáforos, pois isso é incentivar a malandragem e a mendicância. Mas me diga: o que vou dizer àquela criança que me olha e pede: “Compre, por favor…”? Vou lhe dizer que já contribuo para uma instituição legalmente credenciada? Me diga: o que é que eu faço com o olhar dela?

Minhas divagações me fizeram voltar ao Irmãos Karamazóvi, de Dostoiévski. Um dos seus trechos mais pungentes é uma descrição que faz Ivan, ateu, a seu irmão Alioscha, monge, da crueldade de um pai e uma mãe para com a sua filhinha. “Espancavam-na, chicoteavam-na, espisoteavam-na, sem mesmo saber por que o faziam. O pobre corpinho vivia coberto de equimoses. Chegaram depois aos requintes supremos: durante um frio glacial, encerraram-na a noite inteira na privada sob o pretexto de que a pequena não pedia para se levantar à noite (como se um criança de cinco anos, dormindo o seu sono de anjo, pudesse sempre pedir a tempo para sair!). Como castigo, maculavam-lhe o rosto com os próprios excrementos e a obrigavam a comê-los. E era a mãe que fazia isso – a mãe! Imagina essa criaturinha, incapaz de compreender o que lhe acontecia, e que no frio, na escuridão e no mau cheiro, bate com os punhos minúsculos no peito, e chora lágrimas de sangue, inocentes e mansas, pedindo a ‘Deus que a acuda’. Todo o universo do conhecimento não vale o pranto dessa criança suplicando a ajuda de Deus.”

Num parágrafo mais tranqüilo o starets Zossima medita “Passas por uma criancinha: passas irritado, com más palavras na boca, a alma cheia de cólera; talvez tu próprio não avistasses aquela criança; mas ela te viu, e quem sabe se tua imagem ímpia e feia não se gravou no seu coração indefeso! Talvez o ignores, mas quem sabe se já disseminaste na sua alminha uma semente má que germinará! Meus amigos: pedi a Deus alegria! Sede alegres com as crianças, como os pássaros do céu.”

Quando essas imagens começaram a aparecer na minha imaginação comecei a ouvir (essas músicas que ficam tocando, tocando, na cabeça…) sem que a tivesse chamado aquela canção “Gente humilde”, letra do Vinícius, música do Chico. “Tem certos dias em que eu penso em minha gente e sinto assim todo o meu peito se apertar…” Pelo meio o Vinícius conta da sua comoção ao ver “as casas simples com cadeiras nas calçadas e na fachada escrito em cima que é um lar”. Termina, então, dizendo: “E aí me dá uma tristeza no meu peito feito um despeito de eu não ter como lutar. E eu que não creio peço a Deus por minha gente. É gente humilde. Que vontade de chorar.”

Se fosse hoje o Vinícius não teria vontade de chorar. Ele riria de felicidade ao ver as cadeiras nas calçadas e as fachadas escrito em cima que é um lar… Vontade de chorar ele teria vendo essa multidão de crianças abandonadas, entregues ou à indiferença ou à maldade dos adultos: “E aí me dá uma tristeza no meu peito feito um despeito de eu não saber como lutar…” Só me restam meu inútil sorriso, minhas inúteis palavras, meu inútil Real por um pacotinho de balas de goma…

Rubem Alves

sábado, 29 de outubro de 2016

...............................o meu corpo


Anton Belovodchenko



Sei que darei ao meu corpo os prazeres que ele me exigir. 
Vou usa-lo, desgastá-lo até ao limite suportável, 
Para que a morte nada encontre em mim quando vier.

AL BERTO


Do Outro Lado




Também eu já me sentei algumas vezes às portas do crepúsculo, mas quero dizer-te que o meu comércio não é o da alma, há igrejas de sobra e ninguém te impede de entrar.
Morre se quiseres por um deus ou pela pátria, isso é contigo; pode até acontecer que morras por qualquer coisa que te pertença, pois sempre pátrias e deuses foram propriedade apenas de alguns, mas não me peças a mim, que só conheço os caminhos da sede, que te mostre a direcção das nascentes.

Eugénio de Andrade
in, Poesia e Prosa


Esperar Dos Outros Atitudes Que Nós Teriamos





O problema é esperar dos outros 
as acções que eu teria


A origem de muitas de nossas decepções está em esperar que os outros actuem como nós mesmos faríamos. Aguardamos a mesma sinceridade, o mesmo altruísmo e reciprocidade, mas no entanto os valores que definem o nosso coração não são os mesmos que habitam as mentes das outras pessoas.

William James, filósofo fundador da psicologia funcional e, por sua vez, irmão mais velho de Henry James, falava em suas teorias que uma forma muito simples de encontrar a felicidade reside na acção de minimizar nossas expectativas. Quanto menos esperamos, mais podemos receber e encontrar. É uma afirmação que, sem dúvida, causa controvérsias, mas não deixa mesmo assim de ter a sua lógica.

Não espere nada de ninguém, espere tudo de você mesmo, e desse modo seu coração acumulará menos decepções.

Todos temos muito claro como são as nossas relações, é inevitável não ter expectativas sobre elas. Esperamos certos comportamentos aos quais estamos acostumados e temos alguns aspectos muitos queridos, defendidos e valorizados. Agora, isso não muda o facto de que em alguns momentos as nossas previsões não ocorrem. Quem espera muito dos outros costuma acabar ferido em algum detalhe, em algum momento, e aí vale a pena ter em conta uma série de aspectos.



Quando esperamos que os outros ajam de acordo com as nossas expectativas

Pais e mães que esperam que os seus filhos ajam de um modo determinado, casais que esperam que seus companheiros façam exactamente o que eles querem, e amigos que esperam que os apoiemos em exactamente tudo o que fazem, ainda que em alguns momentos eles façam coisas que vão contra os nossos valores. Todas essas situações têm em comum serem exemplos claros do que é conhecido como a maldição das expectativas.

Em alguns casos há quem chegue a crer que o que pensa, sente e julga como correto é quase como uma regra, e inclusive chega a colocar uma expectativa tão alta no que se refere ao conceito de relação, amizade, amor ou família, que ninguém consegue nunca alcançar as ditas normas e, por isso, a decepção afecta a todos.

A resposta, como sempre, está no equilíbrio,
e antes de tudo na necessidade de sermos realistas.

Fica claro que há determinados tipos de expectativas que entram dentro do que é considerado normal, do que é esperável. Não trair, ser sincero, respeitoso, ser fiel... Tudo isso são pilares básicos que sustentam relações positivas e saudáveis. No entanto, quando alguém se torna obcecado pela perfeição do vínculo, seja em matéria afectiva, paternal, maternal, filial ou de amizade, aparece a frustração, o ressentimento ou até mesmo a raiva. É algo para termos em conta.



Como deixar de esperar muito dos outros

Ninguém é ingénuo por querer e gostar de ver sempre o lado bom das pessoas. Temos direito a vê-lo, a buscá-lo e inclusive a incentivá-lo, mas com certa cautela, com certa prudência. Porque a decepção é a irmã das grandes expectativas, e assim sempre será mais adequado não nos deslumbrarmos antes da hora e usarmos as lentes que trazem objectividade e o realismo mais sereno.

As aparências não costumam enganar;
o que costuma falhar mais frequentemente
são as nossas próprias expectativas sobre os outros…

Podemos esperar muito dos outros, no entanto, o mais adequado será sempre esperar ainda mais de nós mesmos. As pessoas são tão complexas quanto são imprescindíveis para nós, e assim como os outros podem nos decepcionar, nós também podemos falhar com os outros. Desse modo, é mais adequado reflectir sobre essa dimensão que, sem sombra de dúvidas, nos será de grande ajuda.



Dicas que nos ajudarão a deixar de esperar muito das outras pessoas

Para o ajudar a deixar de esperar muito das pessoas ao seu redor, oferecemos as seguintes dicas:


  • Ninguém é perfeito, nem mesmo nós mesmos. Se tivéssemos que corresponder as expectativas que os demais têm sobre nós e vice-versa, cairíamos em uma dinâmica estressante e infeliz. É impossível; ninguém é um exemplo de perfeição, nem de virtude absoluta. Basta nos respeitarmos e exercer a reciprocidade da forma mais humilde possível.
  • Aprenda a diferenciar entre expectativas e dependência. Em alguns casos, responsabilizamos as outras pessoas por nossa própria felicidade. Construímos grandes expectativas por alguém em concreto porque somos dependentes do que essas pessoas nos oferecem, e assim exigimos e precisamos que atuem como queremos porque é a única forma de nós nos sentirmos bem, ainda que isso cause um alto sofrimento para a outra pessoa.
  • Aceite que nem sempre iremos receber algo em troca. Este é um aspecto que caracteriza muita gente: se eu te faço um favor, eu espero que você me devolva. Se eu sempre mostro abertura e um ouvido para conversar, espero que os outros ajam da mesma forma. Bem, queiramos ou não essas coisas nem sempre acontecem, e o fato de ser assim não é bom nem ruim: só é. A questão é aceitar os outros como eles são.



Para concluir, talvez William James, quem citamos no início, tivesse toda a razão com sua simples proposta: quanto menos esperamos dos outros, mais surpresas podemos ter. 
Trata-se simplesmente de nos permitirmos ser um pouco mais livres e menos dependentes do comportamento das outras pessoas.

Todos nós falhamos, todos somos seres maravilhosamente imperfeitos tentando conviver num mundo de acasos caóticos em que as decepções são inevitáveis, mas onde também habitam os amores sinceros e as amizades que nunca perecem.


Valéria Amado


sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Chris Cornell "Nothing Compares 2 U" Prince Cover Live @ SiriusXM // Lit...

RECORDATORIO




Obedecí, señores, las consignas.

Hice la reverencia de la entrada,
bailé los bailes de la adolescente
y me senté a aguardar el arribo del príncipe.

Se me acercaron unos con ese gesto astuto
y suficiente, del chalán de feria;
otros me sopesaron
para fijar el monto de mi dote
y alguien se fió del tacto de sus dedos
y así saber la urdimbre de mi entraña.

Hubo un intermediario entre mi cuerpo y yo,
un intérprete -Adán, que me dio el nombre
de mujer, que hoy ostento-
trazando en el espacio la figura
de un delta bifurcándose.

Ah, destino, destino.

He pagado el tributo de mi especie
pues di a la tierra, al mundo, esa criatura
en que se glorifica y se sustenta.

Es tiempo de acercarse a las orillas,
de volver a los patios interiores,
de apagar las antorchas
porque ya la tarea ha sido terminada.

Sin embargo, yo aún permanezco en mi sitio.

Señores, ¿no olvidasteis
dictar la orden de que me retire?


Rosario Castellanos
in, Poesía no Eres Tú



Orbitals


quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Subida aos Céus




Quero ser amada só por mim
E não por andar enfeitada
Ser adorada mesmo assim,
Careca, nua, descarnada


Engano de alma ledo e cego
Ó linda Inês posta em sossego,
Imortal, diz adeus


Com perfumes a presa é fácil
Com jóias, casacos de peles,
Gosto do amor quando é difícil
E cheira ao meu hálito reles


Quero ser amada à flor da pele
Não quero peles de vison
Amada pelo sabor a mel
E não pela côr do baton


Engano de alma ledo e cego
Ó linda Inês posta em sossego
Imortal, diz adeus


Com cabeleira a presa é fácil
Há quem se esconda atrás dos pelos
Gosto do amor quando é difícil
De ser amada sem cabelos.


Quero que me beijem a caveira
E o meu ossinho parietal
Que se afoguem na banheira
Pelo meu belo oxipital


Engano de alma ledo e cego
Ó linda Inês posta em sossego
Imortal, diz adeus


Com carne viva a presa é fácil
É ordinário e obsoleto
Gosto do amor quando é difícil
Quando me aquecem o esqueleto


Quero ser amada pela morte
Pelos meus ossos de luar
Quero que os cães da minha corte
Passem as noites a ladrar


Engano de alma ledo e cego,
Ó linda Inês posta em sossego,
Imortal, diz adeus, sobe aos céus.


Regina Guimarães


Sonhamos com o voo, mas tememos a altura




Somos assim: sonhamos com o voo, mas tememos a altura.
Para voar é preciso ter coragem de enfrentar o terror do vazio, porque é só no vazio que o voo acontece.
O vazio é o espaço da liberdade, a ausência de certezas.
Mas é isso o que tememos: o não ter certezas.
Por isso trocamos o voo por gaiolas.
As gaiolas são o lugar onde as certezas moram.
É um engano pensar que os homens seriam livres se pudessem, que eles não são livres porque um estranho os engaiolou, que eles voariam se as portas estivessem abertas.
A verdade é o oposto.
Não há carcereiros.
Os homens preferem as gaiolas aos voos.
São eles mesmos que constroem as gaiolas em que se aprisionam…


Rubem Alves


Porcupine Tree - Lazarus

quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Galeano


 Amelie Satzger


Dos nossos medos 
nascem as nossas coragens,
e nas nossas dúvidas
vivem as nossas certezas. 
Os sonhos anunciam 
outra realidade possível, 
e os delírios outra razão. 
Nos desvios
esperam-nos surpresas,
porque é preciso perder-se
para voltar a encontrar-se.

| Eduardo Galeano |


Deixar de reclamar e...participar


Alexander Jansson




Será que não nos podemos mobilizar humanitariamente como membros da comunidade humana de tal maneira que os governos (de estrutura hierárquica com "democracias" dúbias) se tornem redundantes?
Esse é o meu sonho.

Mais do que apoiar iniciativas em forma de legislação governamental, apoio iniciativas vindas da comunidade, do vizinho, de nós, sem dependermos do imposto (imposição) pelos outros.

Por trás de todas as "iniciativas humanitárias" dos governos está escondida uma falha pela parte do povo... uma falha no sentido de que a indiferença, a insensibilidade, ou o passar de responsabilidade para os outros, se tornou institucionalizada.

Uma falha no sentido que, se houvesse auto-responsabilização, e responsabilização da nossa parte pela nossa comunidade maior (sermos de facto sócios participativos na "sociedade"), evitaríamos a necessidade de intervenção governamental em assuntos sociais.

Não é prático sermos nós, em vez dos governos, a cuidar das necessidades dos membros da sociedade?
Então vamos ver como mudar isso.
Se não mudarmos isso o "sistema" não mudará.

O "sistema" assenta-se precisamente na nossa falta de participação voluntária, eficiente, e criativa nos assuntos que nos tocam.
Não estou aqui para pregar ou julgar.
Também fui condicionada para votar e depois reclamar acerca do sistema (só o fiz uma vez e chegou...), para ser submissa, para me focar na minha "carreira", casar e ter filhos, e deixar que os outros se resolvam, e para deixar que o governo se responsabilize pela "sociedade" (ou "dissociedade").

Mas desde muito cedo desviei-me desse caminho, para grande vergonha e indignação da minha família, amigos e conhecidos.
Cagari, cagaró!

Decidi ser mais participativa, quer a nível local, quer a nível internacional.
As coisas demoram a se concretizar, não me realizo com a caridade, em que tudo fica na mesma merdinha no dia seguinte. Mas, passo a passo, e com as parcerias certas, chega-se lá!!
É preciso é tomar a decisão, delinear uma estratégia, focar e agir.
Com o tempo, as coisas encaminham-se para o sítio certo.

Quero ser mais participativa e cada vez mais "tomar iniciativas", criar projectos sociais, em vez de ser uma espectadora da "condição social", e da condição humana.

Estou em processo de re-habilitação...


The flower of life




The flower of life represents the fundamental field patterning of the vacuum fluctuations of space at the Planck scale...  
Nassim Haramein

terça-feira, 25 de outubro de 2016

Poema do silêncio





Sim, foi por mim que gritei.
Declamei,
Atirei frases em volta.
Cego de angústia e de revolta.

Foi em meu nome que fiz,
A carvão, a sangue, a giz,
Sátiras e epigramas nas paredes
Que não vi serem necessárias e vós vedes.

Foi quando compreendi
Que nada me dariam do infinito que pedi,
-Que ergui mais alto o meu grito
E pedi mais infinito!

Eu, o meu eu rico de baixas e grandezas,
Eis a razão das épi trági-cómicas empresas
Que, sem rumo,
Levantei com sarcasmo, sonho, fumo...

O que buscava
Era, como qualquer, ter o que desejava.
Febres de Mais. Ânsias de Altura e Abismo,
Tinham raízes banalíssimas de egoísmo.

Que só por me ser vedado
Sair deste meu ser formal e condenado,
Erigi contra os céus o meu imenso Engano
De tentar o ultra-humano, eu que sou tão humano!

Senhor meu Deus em que não creio!
Nu a teus pés, abro o meu seio
Procurei fugir de mim,
Mas sei que sou meu exclusivo fim.

Sofro, assim, pelo que sou,
Sofro por este chão que aos pés se me pegou,
Sofro por não poder fugir.
Sofro por ter prazer em me acusar e me exibir!

Senhor meu Deus em que não creio, porque és minha criação!
(Deus, para mim, sou eu chegado à perfeição...)
Senhor dá-me o poder de estar calado,
Quieto, maniatado, iluminado.

Se os gestos e as palavras que sonhei,
Nunca os usei nem usarei,
Se nada do que levo a efeito vale,
Que eu me não mova! que eu não fale!

Ah! também sei que, trabalhando só por mim,
Era por um de nós. E assim,
Neste meu vão assalto a nem sei que felicidade,
Lutava um homem pela humanidade.

Mas o meu sonho megalómano é maior
Do que a própria imensa dor
De compreender como é egoísta
A minha máxima conquista...

Senhor! que nunca mais meus versos ávidos e impuros
Me rasguem! e meus lábios cerrarão como dois muros,
E o meu Silêncio, como incenso, atingir-te-á,
E sobre mim de novo descerá...

Sim, descerá da tua mão compadecida,
Meu Deus em que não creio! e porá fim à minha vida.
E uma terra sem flor e uma pedra sem nome
Saciarão a minha fome.


José Régio



...........................de mão dada à pessoa que somos




"A vida virou-lhe o mundo ao contrário e mudou-a para sempre.
Não percebeu, no início, o porquê.
E perguntou (Lhe) muitas vezes porquê.
Porquê agora, porquê assim, porquê a ela.

Algum tempo depois, percebeu que por mais tortuoso que tivesse sido o caminho, por mais dores que tivesse enfrentado no crescimento de si, por mais sentimentos confusos e dispersos para as respostas que demoraram a chegar, ninguém a conhecia e percebia tanto como ela mesma.
Ninguém a conseguia fazer sentir-se assim, tão feliz, como ela mesma.

- é aprender que caminhar de mão dada à pessoa que somos, é metade do caminho para qualquer lugar."



Lua Nova. Novo Ciclo




Pare por alguns instantes, feche seus olhos e respire... 
Reduza os ruídos dentro de você.
Observe um pouco mais sua respiração, 
entrando em contacto com seus sentimentos, emoções... 
se tornando presente. 
A Lua Nova te convida a começar este ciclo 
se silenciando e internalizando.


Este é um momento em que seus pensamentos são como sementes que irão florescer durante o seu ciclo. Portanto, consciência, quietude e auto observação são muito bem vindos neste período, para que possamos colher frutos saudáveis.
É um momento de recomeçar, de renascer e nos recriar.
Esta é uma fase de escuridão, de acesso às nossas sombras, emoções reprimidas; de acesso ao nosso inconsciente.

Te convido a iniciar esta jornada pelos Mistérios do Feminino com um exercício simples:
pegar lápis e papéis e escrever toda e qualquer impressão negativa que você possua a respeito de SER MULHER:


  • Ficar menstruada é desconfortável? 
  • As oscilações de humor são ineficientes? 
  • Diminuem seu desempenho? 
  • Estar fértil é um risco? 
  • Parir é dolorido? 
  • Sua TPM é um incómodo? 
  • Como você se relaciona com seu corpo de mulher? 
  • Com seu sangue? 
  • Em algum momento você já considerou que preferia ter nascido homem, e que "tudo seria mais fácil"? 


Estes são apenas alguns exemplos de questionamentos. 
A priori pode ser que não façam sentido para você, mas mergulhe um pouco mais...Sinta seus ovários, mamas, útero, sua vulva... E ouça as memórias que existem neles.
Escreva sobre qualquer sinal de desamor, desconexão, medo, abuso, agressão, culpa ou inferioridade que possa existir aí.

Não é necessário entrar em nenhum espaço de vitimização, acusação ou defesa... apenas entre em contacto, se torne consciente, seja testemunha... sem julgamento; com equanimidade e compaixão...

A medida que você vai escrevendo, perceba como começa a acessar também às feridas de suas ancestrais, da linhagem feminina de sua família... 
Quais as dores que estas mulheres carregam, ou carregaram?
Estas dores são reflexo de toda uma humanidade de um feminino ferido, e é a partir deste lugar que nosso trabalho começa.

Este será nosso primeiro passo; nos deixar acolher com confiança pelo manto negro da Lua Nova e entrarmos em contacto com o que há de mais profundo em nosso Ser Mulher. 
Leve consigo estas palavras, estes papéis, e novos papéis em branco para que durante este ciclo lunar você possa alimentá-lo de novas percepções e sentimentos nesta jornada de cura e reconexão.

Ao fim deste ciclo, sinta-se convidada a criar um ritual simples, porém de intenções profundas, honrando o Fogo Sagrado para queimar estes papéis e permitindo que ele transforme tudo isso em clareza, sabedoria, beleza, luz e brilho internos. 


Morena Cardoso


segunda-feira, 24 de outubro de 2016

A IMAGEM ROMÂNTICA




Há outras coisas, Horácio,
e a tua filosofia é barata,
na verdade não custa fixar
as coisas ideais à distância:
terás vista panorâmica
mas sempre a visão é polémica.

Gostava que alguém me mostrasse,
mas não terei nunca garantia
de que envelhecer faça sentido.

As pessoas prostram-se, queremos que nos digam
porquê não haver luz nos seus rostos. Crestam
os cravos, antes rubros. Não há modo
de saber se as monarcas
têm memórias arenosas de lagarta.
Tudo sucede dentro de estanques
casulos, a seda é densa,
não se faz ideia
se isto acaba. Estrelas foscas
correm, pessoas morrem, a vida
é breve, impávido o
real se esquiva a designar.
Comparar é colidir: o verbo
talvez nos leve
a mais nenhum sinal.


in, Mulher ao Mar
Margarida Vale de Gato


Quantos anos tenho?




Tenho a idade em que as coisas são vistas com mais calma, mas com o interesse de seguir crescendo.

Tenho os anos em que os sonhos começam a acariciar com os dedos e as ilusões se convertem em esperança.

Tenho os anos em que o amor, às vezes, é uma chama intensa, ansiosa por consumir-se no fogo de uma paixão desejada.
E outras vezes é uma ressaca de paz, como o entardecer numa praia.

Quantos anos tenho?

Não preciso de um número para marcar, pois meus anseios alcançados, as lágrimas que derramei pelo caminho ao ver minhas ilusões despedaçadas…

Valem muito mais que isso.

O que importa se faço vinte, quarenta ou sessenta?!

O que importa é a idade que sinto.

Tenho os anos que necessito para viver livre e sem medos.

Para seguir sem temor pelo trilho, pois levo comigo a experiência adquirida e a força dos meus anseios.

Quantos anos tenho?
Isso a quem importa?

Tenho os anos necessários para perder o medo, e fazer o que quero e o que sinto.



José Saramago


DELFÍN TÓTEM





HISTORIA

El amuleto del delfín es querido por muchas culturas,  pues habita casi en todos los mares de la tierra.

En Grecia y Roma, el delfín también era un importante tótem símbolo y estaba asociado a dioses como Poseidon, Neptuno, Eros, etc…

El simbolismo cristiano expresa el delfín como un aspecto de Cristo. Los delfines se ve en el arte cristiano son un símbolo de la resurrección.

Para los celtas también el delfín es un importante tótem, pues era el protector de las aguas sagradas de cualquier lugar.

El delfín es considerado el “rey de los peces” por muchas culturas antiguas, es decir, los delfines se relacionan estrechamente  con cualidades reales que también posee el ser humano. Ello se debe probablemente a la gracia e inteligencia que los destaca dentro del mundo submarino.

El delfín es un símbolo de alegría, trascendencia, dulzura, amistad, amor a la comunidad, sociabilidad, generosidad y poder.


Algunos artistas religiosos del cristianismo,  utilizaron en sus obras a los delfines, para expresar  la protección, y destacar el carácter compasivo de los delfines como un mensaje de ejemplo de puro corazón que tiene el delfín. Algunas representaciones también del delfín, lo ilustran como el transportador de espíritus de los fieles al lado de Jesucristo. Como se sabe el pez es un importante símbolo dentro del cristianismo, y sin duda el delfín es el pez  simbolizado en sus cualidades más altas y perfectas.

El delfín también ya era famoso como tótem en  la antigua Grecia, donde la leyenda nos dice que el delfín era responsable de llevar a las almas de los muertos a las Islas de los Bienaventurados.

También en Grecia, el delfín es un compañero  del dios Apolo (sol) y la diosa Afrodita (la luna). Tanto el simbolismo lunar y el simbolismo solar están representados en el delfín.

El delfín es un tótem  dual, tanto es solar como lunar. 
El delfín como tótem solar es activo, vida, vibrante, salud, renovación, Inteligencia
y el delfín como tótem lunar es el poder oculto, intuición, los sueños, Concepción, lo Femenino.
El delfin es lunar pues forma parte del agua, del mar con sus mareas relacionadas con los ciclos lunares.


Es muy importante tener en cuenta que el delfín  está conectado con los temas de la dualidad. El delfín es un pez, pero a la vez es un mamífero.
El delfín es de agua, pero a la vez, respira aire.
Se dice del delfín que “puede estar en dos mundos a la vez.”
De hecho, el delfín es ying y es yang.



El delfín está asociado a numerosas dioses y diosas

Apolo y Afrodita
Poseidón (griego), Neptuno (romanos)
Eros (en griego), Cupido (romano) - (Estos dioses han dado el significado de los delfines en conceptos del amor, la amistad, la alegría, la sensualidad, el deseo, la exploración, la curiosidad, la atracción y la alegría).
Dioniso (en griego), Baco (Roma)
(Estas deidades han dado al delfín  la capacidad de elevarlos espiritualmente, y les destaca los temas de la jovialidad, la libertad, desenfreno, el abandono y la expresión creativa).

En el Mito griego Dioniso quería conocerse a sí mismo al  convertirse en un delfín y ser transportado al santuario de Delfos, donde estaba el culto de los fieles delfines. La ciudad de Delfos (o Delphos) en Grecia, proviene de la palabra  delfin, y esta ciudad  es en honor a los delfines. Así mismo, en griego, delfín significa “útero” dándole el atributo femenino y lunar que se le atribuía.

En el simbolismo celta, el delfin era un tótem muy sagrado, ya que era visto como el protector de los pozos sagrados y del agua sagrada. El delfín, según los celtas es el vigilante de las aguas, y el guardián de todas las cosas asociadas con el agua.

Más modernamente, hay que decir que los piratas heredaron el símbolo del delfín, y lo asociaron como un benéfico símbolo de protección. El caso es que los marineros, fueran o no piratas, decían que los espíritus de las sirenas vivían en los delfines, y que bajo determinadas condiciones y en algunas leyendas, los delfines se podían convertir en bellas sirenas.

Lo que es cierto es que los delfines interactúan con los seres humanos de una manera amable, incluso de protección. El delfín tiene el don  de la compasión, la sensibilidad, sociabilidad, el cuidado a la comunidad y el espíritu generoso para llegar a conectar con otras especies.

El amuleto delfín  El hermoso, ágil, inteligente, sensible, emotivo,  y  enseña muchas cosas a las personas que les quieren escuchar.


El hogar del delfín  es el mar, aún siendo un mamífero.
Su gran cualidad que impresiona a los científicos es la rica comunicación que poseen  sus sonidos y gestos, se sospecha que los delfines  tienen un nivel de inteligencia mucho más superior de lo que pensaban, e incluso se cree que tienen mensajes para nosotros, acerca de la sostenibilidad y medio ambiente del planeta y en concreto a los mares.
El delfín tiene el don de la comunicación, tal vez algún día el hombre descifre sus mensajes.
Los delfines han desarrollado señales auditivas sofisticadas para alertar a otros del peligro inminente del medio ambiente.

El delfín es sociable, juguetón con el ser humano, capaz de intuir sus emociones y estado anímico. Se dice que los delfines son capaces de detectar embarazos en mujeres que se están bañando junto a ellos, o niños autistas han sentido mejoría en su presencia.

Sin duda el delfín es un animal mágico.
Nadar con ellos se dice que es una experiencia única y poderosa de gran ayuda para muchas personas.





El tótem  Delfín nos recuerda que tener tiempo para jugar es un elemento crucial para caminar en equilibrio. Se mueve por el agua con velocidad y gran gracia. Delfín tótem  nos indica movernos con las mareas de la vida, y no buscar muros de piedra para estrellarnos contra ellos, pues gastar energía luchando contra la corriente no nos lleva a ningún lado.

La medicina del tótem  de Delfín incluye el cambio, la sabiduría, el equilibrio, la armonía, la destreza de comunicarse, la libertad, la confianza, la comprensión del poder del ritmo en tu vida, el uso de la respiración para liberar las emociones intensas, el poder del agua.

El  tótem Delfín nos ayuda a superar los problemas de la vida, nos ayuda a sacar nuestra sensibilidad, y nos aporta sabiduría, el equilibrio, la armonía, la destreza de comunicarse, la libertad.

El delfín también aporta bondad, suaviza el carácter, potencia la simpatía, las ganas de jugar, la alegría y las ganas de vivir.

Sin duda un tótem muy especial si el delfín te ha elegido.




in, Totem Animal


domingo, 23 de outubro de 2016

...............................change an existing paradigm




"In order to change an existing paradigm you do not struggle to try and change the problematic model. You create a new model and make the old one obsolete.” 
Richard Buckminster Fuller

Sabedoria




Desde que tudo me cansa,
Comecei eu a viver.
Comecei a viver sem esperança...
E venha a morte quando
Deus quiser.

Dantes, ou muito ou pouco,
Sempre esperara:
Às vezes, tanto, que o meu sonho louco
Voava das estrelas à mais rara;
Outras, tão pouco,
Que ninguém mais com tal se conformara.

Hoje, é que nada espero.
Para quê, esperar?
Sei que já nada é meu senão se o não tiver;
Se quero, é só enquanto apenas quero;
Só de longe, e secreto, é que inda posso amar...
E venha a morte quando Deus quiser.

Mas, com isto, que têm as estrelas?
Continuam brilhando, altas e belas.


José Régio 
in, Poemas de Deus e do Diabo


Que tipo de relação é a tua?




A relação romântica idealizada, iludida e inspirada em ideais Disney acredita na fusão com o outro, em caras metade e em almas gémeas que vêm completar o que nos falta. 
A nossa gigante carência faz-nos ir em busca do Tu-dás-a-mim-e-eu-dou-a-ti e logo o primeiro que falhar pelas mais variadas razões irá pôr tudo em causa. É uma questão de tempo...

Na sua fase mais positiva estas relações fazem-nos sentir em casa e que encontrámos a nossa metade. No seu pior é onde nos fragilizamos e cedemos o nosso poder ao outro permitindo assim o desagaste da nossa energia ou até a violência.

A relação da Nova Era preza o amor e a liberdade de cada um estar com o outro ou não. 
É uma relação antes de mais connosco próprios que algures escolhemos partilhar com alguém com quem sentimos afinidade, conforto e respeito.

O oxigénio existente entre os dois é o que mantém a consciência individual e a responsabilidade de cada um pela sua célula.
Fieis aos princípios da liberdade, amor próprio tanto próprio como ao outro, cada um irá ficar na relação apenas enquanto estes valores existirem.
Quando a estabilidade da célula individual for posta em causa, cada um terá que ir em busca do seu reequilíbrio.

Que tipo de relação é a tua?


Vera Luz


sábado, 22 de outubro de 2016

Eles Morrem/ Eles Sempre Morrerão




Todas as lágrimas, contidas durante anos,
O seu pesar está confinado
E destrói-me a mente

Uma ode à sua condição é esta endecha
Alguns anseiam por um lúgubre silêncio,
Serenidade na imagem de caixões

Irá a vida renovar estes corpos da verdade?
Toda a morte se anulará, as lágrimas amainarão?
Encher-se-ão as veias vazias de vida de novo com juventude
E lavar-se-ão com uma água imortal, a idade.
Eles morrem,
Eles sempre morrerão.


Darren White


Cabra Selvagem




A cabra-selvagem (Capra Aegagrus), ou Cabra Salvatge, é uma espécie de mamífero ruminante caprino, com uma distribuição geográfica que vai desde a Turquia até ao Paquistão. A Cabra Montês, O Íbex (Capra Aegagrus Íbex),  habita as regiões montanhosas dos Alpes e dos maciços europeus, nomeadamente nas margens da bacia do mediterrâneo, em zonas de vegetação dispersa, de rochas e de pedras soltas.

O grupo inclui diversas subespécies.
Ao tronco europeu pertencia a Capra Aegagrus, ao tronco asiático a Capra Falconeri e a Capra Prisca, e ao tronco africano a Capra Nubiana, uma outra espécie ancestral.




A cabra montês é um animal selvagem e de grandes dimensões.
Apresenta uma altura de cerca de 75cm no dorso, um comprimento de 145cm e um peso aproximado de 70 a 100Kg. A cauda pode chegar aos 15cm de comprimento.
Apresenta o corpo coberto de pelo com uma tonalidade parda. No inverno a pelagem torna-se mais comprida e mais clara. Faz as mudas de pêlo entre Abril e Maio, e volta a ter o pêlo pardo, canela, com manchas mais escuras nas patas, e nos machos mais velhos podem estender-se até às costas.O ventre é branco em ambos os sexos.
Na cabeça exibe chifres estriados e curvados para trás, que podem medir até 1 metro.
As fêmeas são de menores dimensões e desprovidas de chifres.
É um dos animais mais vigorosos e de maiores dimensões das regiões montanhosas.
Vivem em pequenas manadas constituídas por fêmeas, crias de ambos os sexos e machos jovens.
Os machos adultos vivem separados, de forma mais solitária, juntam-se apenas na época de reprodução.
É uma espécie polígama.




Na natureza, elas vivem em rebanhos de 500 cabras, os machos são solitários.
Durante a época do acasalamento, os machos velhos afastam os machos mais novos dos rebanhos maternais.
O período de gestação fica em torno de 170 dias. Elas dão geralmente luz a um cabrito. Os cabritos podem seguir a mãe quase imediatamente depois do nascimento, eles desmamam após 6 meses.
As fêmeas alcançam a maturidade sexual de 1,5 a 2,5 anos, machos de 3,5 a 4 anos.
A expectativa de vida de uma cabra pode ser de 12 a 22 anos.

A época de reprodução deste animal inicia-se nos meses de Outono e as crias nascem, regra geral em Maio e Junho. Após o nascimento, as crias ficam ao cuidado das progenitoras, já que o macho gosta de uma vida mais solitária.




Como animais extremamente ágeis e excelentes alpinistas que são, costumam habitar zonas entre os dois mil e os três mil metros de altitude.

No inverno, têm hábitos mais diurnos mais pela hora do meio-dia que é quando faz mais calor, e no verão vão-se tornando mais nocturnas. Deslocam-se mais ou de manhã, ou ao final da tarde.
Tímida e tranquila, tem um grande olfacto e audição.
São muito gregárias, formam grupos muito numerosos de fêmeas e crias, e grupos de machos.

Como principal predador tem o Lobo, o urso e a águia.
E os caçadores que procuram os seus enormes cornos.




A Cabra Selvagem regressou à Serra do Gerês
ESTAVA EXTINTA HÁ MAIS DE 100 ANOS.
Animais fugidos de um cercado galego passaram a fronteira e vivem agora nos penhascos da Serra do Gerês, perto de Pitões das Júnias, em Montalegre.
Técnicos do Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG) avistaram um casal e uma cria na Serra do Gerês, entre a Fraga do Espinheiro e a Fraga Brazalite, perto dos Cornos da Fonte Fria, nas imediações de Pitões das Júnias em 2001 e a cabra-montês deixou de estar classificada como extinta em Portugal.
Trata-se de uma zona de difícil acesso, agreste, com vários penhascos, onde é difícil haver predação por parte do lobo. O terreno é o mais indicado para a espécie, que dispõe ali de alimento em abundância (carquejas, matos, herbáceas).
Em 2012 já existiam 450.




A cabra-montês é um troféu cinegético muito cobiçado em Espanha.
Quanto maiores forem os cornos, mais cobiçadas se tornam aos olhos dos caçadores.

Todos os anos, os machos rivais utilizam toda a sua habilidade diplomática sob a forma de intermináveis trocas de cornadas, para determinar qual deles é o dominante.
Apenas o macho dominante de cada grupo se reproduz.





Desde a domesticação dos caprinos que a sua imagem se associou a procedimentos de rituais e cerimónias de origem pagã ou mitológica. O paganismo classificava o Bode como animal imundo, cujo contacto devia ser seguido de lavagens e purificações, enquanto a cabra era considerada animal puro. Tanto assim era que os gregos sacrificavam a Baco (Deus do vinho) o bode devastador das vinhas, para evitar a sua ira.

A cabra, ao contrário era oferecida pelos gregos a Júpiter, mas pela sua consideração em relação ao animal, em virtude de ter amamentado este Deus quando era criança e ter contribuído para a sua sobrevivência.

Na religião católica o bode corresponde à imagem demoníaca de pecado e a ovelha representa a pessoa boa e justa. Com a domesticação, a cabra adquiriu o amor pelo homem que a trata, pela criança com quem brinca e que, não raro, amamenta com solicitude. Conservou do animal selvagem, o gosto pela vida vagabunda, pelas correrias, saltos e lutas; guardou a insensibilidade à vertigem, preferindo as montanhas à planície e os lugares seguros das margens dos abismos.






SIMBOLOGIA



O significado da Cabra pode ser difícil de compreender, pois ela tem muitas implicações simbólicas a oferecer. Principalmente devido à sua presença a longo prazo na vida / civilização humana.
A saber, as cabras são um dos primeiros animais a ser domesticado pelo homem ( mais de 10.000 anos atrás). A cabra é um poderoso totem animal e ao contrário de ovelhas, cabras não são sociais, muitas vezes pastam sozinhas e distantes, simbolicamente falando, evocam um sentido de independência.
Muitas vezes, o caminho solitário nos leva a grandes descobertas, por isto são relacionadas ao respeito, distância e espaço.
O significado para a simbologia da cabra, também lida com curiosidade e indagação, que  possuem uma curiosidade insaciável.
Talvez a lição mais comovente da cabra fale sobre sacrifício. Em inúmeras cerimónias, a cabra é o animal mais visado para tais actos por ser um alvo na história antiga – servindo como um arrependimento para o pecado, ou uma oferta para apaziguar os deuses.
Este animal também é uma óptima lembrança da generosidade da Natureza.

É a medicina da determinação para ir em frente. Vença os obstáculos, vença as dificuldades e continue no seu caminho em direcção à luz, ao seu eu superior.
Evocar esta energia para nutrir-se de bom humor e superação.

A cabra, entra como nosso Animal Totem para nos ensinar sobre prosperidade, paciência, ambição, rapidez e capacidade de decisão.
A cabra consegue sobreviver em geografias diferentes, tem uma excelente capacidade de adaptação, superam dificuldades e obstáculos que parecem impossíveis, e seguem sempre até ao pico da montanha.
Ensina-nos a sermos independentes, aventureiros, a explorar novos horizontes sem medo, mas ao mesmo tempo mantendo a nossa ligação com o nosso grupo e aprender com ele.

Pode chegar à nossa vida para nos lembrar a nossa necessidade de Liberdade e de sermos os timoneiros da nossa vida. Conhecer o nosso Verdadeiro Eu e encontrar o nosso Verdadeiro Caminho.
a cabra presta-nos uma valiosa ajuda para encontrarmos o nosso verdadeiro caminho, a superar dificuldades, a conectarmo-nos com as nossas habilidades naturais.
 

Nutrição do corpo e da alma, sabedoria para achar seu alimento corporal e espiritual. Pare de ficar dando cabeçadas nas pedras ou paredes, pois são duras. A cabra ensina que você pode despertar sua mente com exercícios de respiração e meditação. Determinação para atingir o topo da montanha, brincadeiras.

É a medicina da determinação para ir ao topo. Para vencer obstáculos que nos impedem de subir, vencer as dificuldades naturais, continuar nosso caminho em direcção a luz. Para sensualidade e sexualidade (Pan). Para nutrir-se de energias, proporcionar bom humor. Subir para encontrar o Eu Superior. Novos empreendimentos que exijam esforço. Novas escaladas, novos desafios.

Representam a determinação para escalar terrenos difíceis, a capacidade de sobrevivência, bem como o espírito brincalhão e a abundância nutritiva.

A figura da Cabra faz parte de uma das mais interessantes representações do Homem Cósmico - o Baphomet. 

Como Animal de Poder ajuda-nos a ganhar resistência e a atingir os nossos objectivos.