terça-feira, 30 de junho de 2015

Calle Melancolia

                                                       


Como quien viaja a lomos de una yegua sombría,
por la ciudad camino, no preguntéis adónde.
Busco acaso un encuentro que me ilumine el día,
y no hallo más que puertas que niegan lo que esconden.
Las chimeneas vierten su vómito de humo
a un cielo cada vez más lejano y más alto.
Por las paredes ocres se desparrama el zumo
de una fruta de sangre crecida en el asfalto.

Ya el campo estará verde, debe ser Primavera,
cruza por mi mirada un tren interminable,
el barrio donde habito no es ninguna pradera,
desolado paisaje de antenas y de cables.
Vivo en el númeor siete, calle Melancolía.
Quiero mudarme hace años al barrio de la alegría.
Pero siempre que lo intento ha salido ya el tranvía
y en la escalera me siento a silbar mi melodía.

Como quien viaja a bordo de un barco enloquecido,
que viene de la noche y va a ninguna parte,
así mis pies descienden la cuesta del olvido,
fatigados de tanto andar sin encontrarte.
Luego, de vuelta a casa, enciendo un cigarrillo,
ordeno mis papeles, resuelvo un crucigrama;
me enfado con las sombras que pueblan los pasillos
y me abrazo a la ausencia que dejas en mi cama.

Trepo por tu recuerdo como una enredadera
que no encuentra ventanas donde agarrarse, soy
esa absurda epidemia que sufren las aceras,
si quieres encontrarme, ya sabes dónde estoy.
Vivo en el númeor siete, calle Melancolía.
Quiero mudarme hace años al barrio de la alegría.
Pero siempre que lo intento ha salido ya el tranvía
y en la escalera me siento a silbar mi melodía

Melancolia




"Sem a melancolia, a terra congelaria num estado fixo, previsível como metal.

Deste modo, o mundo se torna desinteressante e morre.
Todo mundo ficaria contente com o que lhe é dado (que, alias, é o sonho do mercado - a satisfação completa do freguês).
Mas quando a gente permite que a melancolia floresça no coração, o universo, antes inanimado, ganha vida, subitamente.
Regras finitas dissolvem-se diante de infinitas possibilidades.
A felicidade torna-se pouco - passamos a querer algo mais: a alegria.
Mas, por que não aceitamos isso e continuamos a desejar o inferno da satisfação total, a felicidade plena?

A resposta é simples: por medo.

A maioria se esconde atrás de sorrisos tensos porque tem medo de encarar a complexidade do mundo, seu mistério impreciso, suas terríveis belezas.
Para fugir desta contemplação atemorizante, nos perdemos em distracções vãs e num bom humor programado.
Somos de uma natureza incompleta, somos de vagas potencialidades, e isto faz da vida uma luta constante em face do desconhecido."



"Usamos uma máscara falsa, sorridente, 
um disfarce para nos proteger do abismo.
Mas, este abismo é também nossa salvação.
Ser contra a felicidade é abraçar o êxtase.
A aceitação do incompleto é um chamado à vida. 
A fragmentação é liberdade.
É isso aí.
A felicidade tem um pouco de tristeza."


Arnaldo Jabor




"A melancolia, 
é a felicidade de estarmos tristes"

Victor Hugo

Biology



Biology organizes itself in alignment with the geometric structure it inhabits, 
as each of the 100 trillion atoms 
that make up each of the 100 trillion cells in our bodies 
are themselves made of 99.999999% SPACE...

O Credo de Natália Correia



"Creio nos anjos que andam pelo mundo,
Creio na deusa com olhos de diamantes,
Creio em amores lunares com piano ao fundo,
Creio nas lendas, nas fadas, nos atlantes;

Creio num engenho que falta mais fecundo
De harmonizar as partes dissonantes,
Creio que tudo é eterno num segundo,
Creio num céu futuro que houve dantes,

Creio nos deuses de um astral mais puro,
Na flor humilde que se encosta ao muro,
Creio na carne que enfeitiça o além,

Creio no incrível, nas coisas assombrosas,
Na ocupação do mundo pelas rosas,
Creio que o amor tem asas de ouro. 
Amém."

Natália Correia

segunda-feira, 29 de junho de 2015

Palavras...



"Sempre amei por palavras muito mais
do que devia

são um perigo
as palavras

quando as soltamos já não há
regresso possível
ninguém pode não dizer o que já disse
apenas esquecer e o esquecimento acredita
é a mais lenta das feridas mortais
espalha-se insidiosamente pelo nosso corpo
e vai cortando a pele como se um barco
nos atravessasse de madrugada

e de repente acordamos um dia
desprevenidos e completamente
indefesos

um perigo
as palavras

mesmo agora
aparentemente tão tranquilas
neste claro momento em que as deixo em desalinho
sacudindo o pó dos velhos dias
sobre a cama em que te espero"

Alice Vieira

Sabino



"Façamos da interrupção um caminho novo.
Da queda um passo de dança,
do medo uma escada,
do sonho uma ponte, 
da procura um encontro!"

Fernando Sabino

Por que tantas pessoas não gostam de gatos?




POR QUE OS GATOS SÃO TÃO TEMIDOS E ODIADOS?

Como vimos, nada parece responder racionalmente a esta pergunta. Preste atenção nas pessoas que não gostam de gatos, e notará que a maioria delas age assim porque foi ensinada. Em geral são filhos de pessoas que também não gostavam, e até repetem frases feitas como "Gosto muito de gato, eu cá, e ele lá".
A resposta que dou a essa questão, obtida após uma longa reflexão e discussão com minha esposa, outra amante de gatos, é a seguinte:

Os gatos são odiados porque são um SÍMBOLO da FEMINILIDADE.
Para sustentar essa afirmação, tudo que eu preciso é mostrar que os gatos são um símbolo do Feminino, e que o Feminino, isto é, o aspecto existencial da Feminilidade, presente em toda nossa experiência humana, é uma característica que sofre preconceitos e dificuldades de aceitação.


GATOS e FEMINILIDADE

A primeira afirmação é a mais fácil.
Simbolicamente, o gato é sempre associado às mulheres. A divindade egípcia Bastet, onde os gatos chegaram a ser adorados, é uma deusa, equanto a divindade chacal, um parente do cão, é um deus (Anúbis). Os gatos foram fortemente associados às bruxas, morrendo com elas nas fogueiras da ignorância e sendo responsabilizados por crimes sobrenaturais, como roubar a alma de crianças. [Até hoje, há quem afirme o absurdo de que gatos transmitem asma, curiosa e especialmente, para crianças. Visto que asma nem sequer é contagiosa, e ainda que fosse, o seria tanto contra crianças quanto contra adultos, essa afirmação é tão fantasiosa que só pode ser a versão moderna desta superstição.]

Gatos são animais sensuais, eles se esfregam, se roçam, são sedutores, e por isso consideramos as mulheres bonitas como "gatas", ou "panteras", que são versões macro dos gatos. A beleza é uma virtude que sempre nos soa feminina, Afrodite, a deusa da beleza, é uma mulher. Mesmo quando se chama um homem de "gato", faz-se alusão à uma característica feminina. No nordeste brasileiro há até a estranha expressão "gato véio" (assim mesmo, no masculino), para se referir à mulher de vida sexual ativa.
(…)
A segunda afirmação, de que a nossa cultura tem uma relação difícil com a feminilidade, também não é difícil de demonstrar, mas merece mais esclarecimento aos não familiarizados com um certo tema, que é central neste texto.
Ao longo de milhares de anos, 50% da humanidade, a metade feminina, esteve relegada a uma importância secundária. A condição feminina ao longo da maior parte da história, na maior parte do mundo, sempre foi desvantajosa em vários sentidos, e isso é ponto pacífico.

No entanto, as mulheres são parte integrante da humanidade, a feminilidade faz parte de nossa vida, com plena aceitação social, porém na realidade apenas até certo ponto.
Enquanto a masculinidade foi preservada de modo mais ou menos coeso, a feminilidade foi dividida em duas partes, uma aceita e dignificada, e a outra desprezada e marginalizada, porém, cobiçada. A esses dois aspectos femininos distintos utilizo os nomes de aspecto EVA e aspecto LILITH.

EVA é o aspecto socialmente aceito e dignificado. A figura feminina da Mãe, esposa fiel e zelosa, guardiã do lar, submissa e obediente, e ainda que bela, deve ser discreta e recatada, passiva. Ainda que, simbolicamente tenha levado a culpa pela expulsão do paraíso, da mesma forma como Pandora, na mitologia grega, foi a culpada pela entrada dos males no mundo, Eva ainda assim é reconhecida como uma criação divina ao lado de Adão.

LILITH é o aspecto oculto, marginalizado. A figura feminina livre, independente, que não se submete ao masculino, sexualmente ativa, sedutora, que exerce seu poder sobre o masculino de forma direta. Na maioria esmagadora dos contextos sociais ao longo da história, isso significa estar arbitrariamente associada à prostituição, independente disto ser verdade ou não. Mulheres livres que escaparam do domínio masculino sempre foram acusadas de meretrício, visto que era uma forma de depreciá-las, mas também uma consequência natural do símbolo.

Lilith é um ser mitológico hebráico. Ela foi, na verdade, a primeira mulher de Adão, tendo sido criada em pé de igualdade com este. Porém, recusando-se a ser submissa, acabou fugindo, ou sendo expulsa, do paraíso, sendo então substituída pela obediente Eva.

Não se surpreenda quem nunca tiver ouvido falar de Lilith, embora ela seja personagem largamente reconhecida no folclore hebráico, estando presente nos livros religiosos da Cabala e na tradição Midrash. Todavia, entre as punições que recebeu por sua insubordinação, a mais 'notável' foi justamente o esquecimento, por meio da exclusão de qualquer referência à sua existência na Bíblia.

O observador atento no entanto, poderá notar que é possível ver claramente "lacunas" nos primeiros capítulos da Gênese que sugerem a existência de uma mulher anterior a Eva.

O que nos importa aqui é que, quando estou falando da feminilidade renegada, não estou falando nas mães de família, na rainha do lar ou na donzela, mas sim na mulher insubmissa, que em nossa civilização sempre sofreu a pecha de praticar a profissão que um delirante ditado da burrice popular insiste em dizer ser a mais antiga do mundo.

Portanto, os gatos simbolizam o feminino Lilith, a sensualidade, beleza e sedução, associados à independência, insubmissão e autonomia. 
O arquétipo Lilith, numa sociedade machista, é uma ameaça ao estado de coisas, e portanto, será perseguido e desprezado das mais variadas formas, no entanto, jamais poderá ser extirpado, pois a humanidade depende dele tanto quanto do aspecto Eva, que representa antes de tudo a maternidade, quanto também do aspecto Adão, a masculinidade.

INSUBMISSÃO FEMININA

Os gatos são odiados, porque simbolizam exatamente isso, a Feminilidade Indomável, insubmissa, sensualmente livre e autônoma. Para manter um estado de coisas androcentrista, isto é, centrado na parte masculina da humanidade, é inevitável reprimir e controlar essa feminilidade, embora seja impossível destruí-la, mesmo porque a masculinidade facilmente sucumbe à sua sedução.

Ser vulnerável aos encantos das Liliths, porém, não as torna mais aceitáveis para a mentalidade androcêntrica, pelo contrário. É comum os homens não resistirem às prostitutas, e sempre procurarem seus serviços, mas mesmo assim, as desprezam, manifestando isso das mais diversas formas possíveis.

No mundo de hoje as mulheres estão cada vez mais reclamando o espaço que lhes foi negado historicamente, e isso, entre outras coisas, envolve fundir os aspectos Eva e Lilith numa matriz única, o que torna a feminilidade tão ou mais poderosa que a masculinidade, passando a estar então em pé de igualdade em todos os aspectos. Algo que a mentalidade conservadora e retrógrada não pode suportar.

Não é à toa, que não é difícil achar uma notável intercessão entre pessoas machistas, tanto homens quanto mulheres, e a indisposição por gatos. Não significa que todos os machistas detestem gatos e vice-versa, porque, como já disse, basta a mera convivência com eles para dissolver o preconceito e suavizar o símbolo, mas minha experiência, ao menos, sugere isso na maioria dos casos.
Também não significa que quem deteste gatos necessariamente seja machista, mesmo porque o ódio a gatos é inconscientemente transmitido sempre que possível, mesmo que quem o receba não tenha tendências a androcentrismo exacerbado.

Esse é apenas uma das evidências que suportam essa tese, de que a matriz do preconceito, a origem do ódio, seguramente é associar ao animal um símbolo da feminilidade independente, a feminilidade LILITH.

Enfim, você pode não acreditar nessa teoria, mas experimente observar sob esse ponto de vista e prepare-se para algumas surpresas. Exceções à parte, ela funciona!
Basta aceitar que os gatos são símbolos da Feminilidade Independente, que chamei de Lilith, e que esta é renegada pela nossa cultura, o que é exemplificado principalmente por sua completa omissão na Bíblia.

Se você ainda acha incrível, perceba que Lilith não é a única coisa que foi deliberadamente excluída dos textos sagrados judáico-cristãos, mas qualquer suporte a idéia de uma mulher ser independente e livre. Se os entusiastas de O Código da Vinci estiverem certos em alguma coisa, os Evangelhos também terão excluído toda a importância de Maria Madalena, reduzindo-a de uma líder influente a uma mera prostituta arrependida. A Bíblia é inequivocamente um livro androcentrista, e quando surgem mulheres poderosas, geralmente são feiticeiras pagãs no Velho Testamento que acabam sendo derrotadas.

E além de eliminar não só o símbolo da liberdade feminina, Lilith, e qualquer outro exemplo similar, a Bíblia mesmo citando frequentemente inúmeros animais, entre cães, ovelhas, morcegos, hipopótamos, leões, porcos, cavalos, ratos, etc, sempre destacando sua importância em relação aos humanos, ainda assim...

Apesar de se preocupar em ser um registo amplo da história humana, inclusive envolvendo o Egipto, em todos os mais de 4 milhões de caracteres dos 66 livros canônicos da Bíblia, não há, absolutamente, nenhuma referência à existência de gatos!


Marcus Valerio

domingo, 28 de junho de 2015

Galeano



" Eu não acredito em caridade.
Eu acredito em solidariedade.
Caridade é tão vertical: vai de cima para baixo.
Solidariedade é horizontal: respeita a outra pessoa e aprende com o outro.
A maioria de nós tem muito o que aprender com as outras pessoas. "

Eduardo Galeano


"Vivemos em plena cultura da aparência:
o contrato de casamento importa mais que o amor,
o funeral mais que o morto,
as roupas mais do que o corpo
e a missa mais do que Deus."

Eduardo Galeano

Nunca o Universo foi tão exigente




Porque o meu relacionamento não é feliz?
Porque as coisas não andam para frente?
Porque invisto tanto e não recebo?
Porque o meu negócio não funciona?

Num tempo um pouco mais antigo, ou menos exigente do que o tempo de hoje, conseguíamos viver uma vida inteira alimentando mentiras por muito mais tempo.

Por exemplo, casamentos que não eram felizes vividos sob custos emocionais elevadíssimos, sobreviviam a vida inteira; ou empregos que apenas serviam para pagar contas, mas que não alimentavam a alma, duravam toda a vida adulta até à reforma; ou simplesmente o muro que dividia a pessoa que éramos a um nível profundo, e a pessoa que mostrávamos ao mundo, era alto e grosso.

Graças a esta dualidade, quantas vezes o sucesso de uma área de vida acabava por compensar as frustrações da outra que não era tão feliz.

Mulheres sem independência financeira e poder pessoal, que se davam demasiado ao ambiente familiar.
Homens desligados das suas emoções e sensibilidade, que se compensavam material e financeiramente...

O que tenho observado hoje em dia é que, a máquina cósmica está a convidar-nos a rever todas as áreas de vida, e a dizer que já não temos que nos sacrificar. 
Já não tem que haver áreas felizes e infelizes.

A proposta actual já não está no tipo de vida que levamos, mas sim no tipo de pessoa que somos ... seja em que área de vida for.

Os antigos Mestres Taoístas legaram-nos a filosofia da dualidade no seu famoso simbolo do Yin e Yang.
Desde há séculos que os orientais sabem que o caminho do equilíbrio passa pela harmonia dos nossos dois lados, sejamos homem ou mulher, independentemente se estamos no trabalho, em casa ou na rua com os amigos.

Nunca antes o Universo foi tão exigente nas suas propostas, ou convite que diariamente nos faz a encontrarmos o nosso equilíbrio, pois só a partir desse equilíbrio podemos experienciar a nossa abundância ...

Bem vistas as coisas, ele quer o melhor para nós, e as perdas apenas nos servem para trabalharmos e trazermos à luz o que até agora viveu no escuro, na mentira e na negação.

Por isso a próxima vez que te perguntares porque as coisas não se resolvem e andam para a frente, observa em que estado estão as outras áreas da tua vida e pergunta-te:

- Onde não estou a ser verdadeira comigo e com os outros?
- Em que área de vida me deixo abafar ou submeter às vontades dos outros?
- Em que estado está a minha valorização pessoal e o que tenho feito por ela?
- O que faço apenas por simples prazer e diversão?
- Com quem me reprimo por medo da rejeição?
- Que sonho ou visão tenho vindo a adiar?
- Que buraco ando a tapar com tralhas materiais?

Vera Luz

The Journey



Foto: Kirsty Mitchell
Spirited Away: 
 Blooms stand out against a snowy forest backdrop - a promise of the spring to come



One day you finally knew
what you had to do, and began,
though the voices around you
kept shouting
their bad advice 
though the whole house
began to tremble
and you felt the old tug
at your ankles.
"Mend my life!"
each voice cried.
But you didn't stop.
You knew what you had to do,
though the wind pried
with its stiff fingers
at the very foundations,
though their melancholy
was terrible.
It was already late
enough, and a wild night,
and the road full of fallen
branches and stones.
But little by little,
as you left their voices behind,
the stars began to burn
through the sheets of clouds,
and there was a new voice
which you slowly
recognized as your own,
that kept you company
as you strode deeper and deeper
into the world,
determined to do
the only thing you could do 
determined to save
the only life you could save.”


― Mary Oliver

sábado, 27 de junho de 2015

Fácil é...



"Fácil é dar um beijo. Difícil é entregar a alma.
Sinceramente, por inteiro.

Fácil é sair com várias pessoas ao longo da vida. Difícil é entender que pouquíssimas delas vão te aceitar como és e te fazer feliz por inteiro.

Fácil é ocupar um lugar na tua lista telefónica. Difícil é ocupar o coração de alguém. Saber que se é realmente amado.

Fácil é sonhar todas as noites. Difícil é lutar por um sonho.

Fácil é mentir aos quatro ventos o que tentamos camuflar. Difícil é mentir para o nosso coração.

Fácil é ver o que queremos enxergar. Difícil é saber que nos iludimos com o que achávamos ter visto. Admitir que nos deixamos levar, mais uma vez, isso é difícil.

Fácil é dizer "olá" ou "como estás"? Difícil é dizer "adeus". Principalmente quando somos culpados pela partida de alguém de nossas vidas.

Fácil é abraçar, apertar as mãos, beijar de olhos fechados. Difícil é sentir a energia que é transmitida. Aquela que toma conta do corpo como uma corrente elétrica quando tocamos a pessoa certa.

Fácil é querer ser amado. Difícil é amar completamente. Amar de verdade, sem ter medo de viver, sem ter medo do depois. Amar e se entregar. E aprender a dar valor somente a quem te ama.

Falar é completamente fácil, quando se tem palavras em mente que expressem a sua opinião. Difícil é expressar por gestos e atitudes o que realmente sentimos.”


Carlos Drummond de Andrade

Só se prega sobre o que há dúvidas



Pergunta – Então tudo está em nossa mente, mesmo os reinos dos famintos, deuses, humanos etc.? Não existem como algo físico?

Monge Genshô – Pode ser, há tantas dimensões... E se existir um mundo infernal para onde uma pessoa que viveu uma vida de maldades vá para pagar por seus erros? Não posso lhe responder, pois ainda estou vivo. Só há uma garantia, boas ações resultam em bom carma, más ações resultam em mau carma. É nisso que você deve confiar, pois tudo que vier depois só pode redundar das ações praticadas. Do bem nasce o bem e do mal nasce o mal.

Temos muitas coisas sobrenaturais em nossa vida.
Você caminhar é algo sobrenatural, poder pegar água para beber é algo extraordinariamente sobrenatural.
Imaginem a vida sem água?
Temos coisas sobrenaturais aos montes em nossas vidas que são verificáveis e saímos à procura de coisas não verificáveis. Posso afirmar para vocês que água e plantas dão origem ao chá, isso é extraordinário e sobrenatural e facilmente comprovável.
Vocês nunca ouvirão pregadores desejando que vocês acreditem que água existe, eles só pregam coisas sobre as quais os humanos têm dúvidas, por isso tem que falar todas as semanas e renovar sua crença, “Tenham fé, acreditem!”.


in, O Pico da Montanha é Onde Estão os Meus Pés

.................. julgamentos precipitados



"Quando surgirem pensamentos indesejáveis, 
estes podem neutralizar-se convivendo-se com seus opostos".

Patañjali


Vencer a tendência natural a se deixar arrastar pelo julgamento precipitado é um passo importante na caminhada que é o Yoga. Se meu problema for julgar levianamente, posso resolvé-lo de maneira eficiente quando exerço esta continência verbal.
Isto quer dizer evitar o primeiro impulso para verbalizar uma ideia antes de que a análise de todos os fatores tenha sido concluída, para verificar se a minha apreciação coincide com a realidade dos fatos.
E, depois de guardarmos para nós mesmos esse tipo de julgamento, poderíamos fazer ainda um exercício de aceitação da situação, reconhecendo que cada pessoa faz sempre seu melhor dentro das circunstâncias que lhe cabem, ainda quando as acções pareçam ter sido feitas de maneira deliberadamente errada.

Assim, exercendo essa autodisciplina que nasce da continência e do esforço sobre mim mesmo, da minha motivação pela superação e do foco que mantenho na prática, fortaleço e purifico meu psiquismo e minha força de vontade.

No início, este exercício poderá nos parecer difícil, dada a imensa força dos condicionamentos, porém, se quisermos ter uma ideia de a quantas anda a nossa evolução e o nosso crescimento emocional, este é um bom termómetro: conseguimos, de facto, evitar o impulso de nos queixar desnecessariamente ou de falar mal dos demais?

O resultado do que Patañjali chama de pratipakṣa bhāvana,  é tornar a mente equilibrada, harmoniosa e construtiva, de maneira que ela seja nossa aliada no crescimento interior.
Essa mente purificada, por sua vez, nos ajudará a viver uma vida tranquila e dentro do dharma, o princípio da harmonia universal.

Pedro Kupfer

sexta-feira, 26 de junho de 2015

Clarice



“A mais premente necessidade de um ser humano era tornar-se um ser humano.”


 “Você é a mesma de sempre.
Só que desabrochou em rosa vermelho-sangue.”


 “Depois reflectiu um pouco, com a cabeça inclinada para um lado, que não tinha um dia-a-dia.
Era uma vida-a-vida.
E que a vida era sobrenatural.”


 “Através de seus graves defeitos — que um dia ela talvez pudesse mencionar sem se vangloriar — é que chegara agora a poder amar.
Até aquela glorificação: ela amava o Nada.”


Clarice Lispector

O doce sabor de uma mulher deslumbrante



Uma mulher deslumbrante
não é aquela que mais
homens tem a seus pés.

Mas sim aquela que tem
apenas um que a faça
realmente feliz.

Uma mulher formosa não
é a mais jovem.
Nem a mais frágil, nem aquela
que tem a pele mais sedosa ou
o cabelo mais chamativo.

É aquela que com apenas
um sorriso franco e aberto
e um bom conselho pode
alegrar-te a vida.

Uma mulher de valor não,
é aquela que tem mais
títulos ou cargos académicos,

E sim aquela que sacrifica
seus sonhos temporariamente
para fazer felizes os demais.

Uma mulher deslumbrante não
é aquela mais ardente e sim a
que vibra ao fazer amor somente
com o homem que ama.

Uma mulher deslumbrante não
é aquela que se sente adulada
e admirada por sua beleza e
elegância,

E sim aquela mulher firme
de carácter.
Que pode dizer "Não".

E um Homem...

Um homem deslumbrante
é aquele que valoriza uma
mulher assim...

Que se sente orgulhoso de
tê-la como companheira...

Que sabe acaricia-la como
um músico virtuoso toca
seu amado instrumento...

Que luta a seu lado compartilhando
todas as suas tarefas, desde lavar
pratos e preparar a mesa, até
devolver as massagens e o carinho
que ela te proporcionou antes.

A verdade, companheiros homens
é que as mulheres com mania de
serem "mandonas" não levam
vantagens...

Que tolos temos sido e somos
quando valorizamos um presente
somente pela vistosidade do pacote.

Tolo e mil vezes tolo o homem que
come sobras na rua,
tendo um deslumbrante manjar em casa!

Este texto é para as mulheres deslumbrantes
para reforçar a sua auto estima
e para os homens
para que meditem sobre isto.


Gabriel García Márquez

Problemas de Comunicação



“Temos de fazer as pazes com o facto dessa diferença consistir sobretudo nas mulheres em geral, serem mais realistas, mais abertas à verdade e aos factos. 
São mais humanas no sentido de estarem menos afastadas dos seus sentimentos, menos inclinadas a lhes escaparem com recurso a abstracções”.
Arno Gruen
in, A Traição do Eu


O pior é que, por vezes, de tanto usarmos as abstracções, deixamos de saber quais são as nossas verdadeiras necessidades...
De tanto nos querermos proteger a nós próprias, deixamos de viver!


" Porque se sentía insegura de su capacidad intelectual, estaba abierta a la crítica de su abusador.
Su incertidumbre al respecto le impedía rechazar las críticas o protestar contra ellas.
Y el no sólo atacaba en ese punto frágil, sino no que se centraba en él, excluyendo todas las demás características.
En efecto, aquellos aspectos de su personalidad en los cuales ella tenía más confianza personal y a los que otorgaba un valor, por ejemplo, su sensibilidad y su desempeño social, perdieron significado relativo frente al constante enfoque del abusador en su inteligencia.
En consecuencia, ella se quedó con menos recursos de confianza sobre los que apoyarse para combatir los ataques a su autovaloración.
Este es un buen ejemplo de mecanismo de escarnio - un componente extremadamente dañino del abuso - que convierte las debilidades en blanco de agresión.
Una primera fase era la crítica repetida de aspectos aparentemente menores de la apariencia o el comportamiento, cuyo carácter constante lograva su objetivo : abuso verbal con insultos, encontrar defectos en la apariencia, cosas patéticas como el olor de las axilas, cosas realmente infantiles. Son tan infantiles que, hasta que te das cuenta del estado en el que te encuentras, pasan inadvertidas, pero son parte de cómo se dan las cosas.
El estilo de desvalorización continua erosiona la autoestima progresivamente, hasta impedir por completo cualquier intento de reafirmación.
A su vez, la debilitación permite un incremento del abuso."


Catherine Kirkwood 
in, Cómo Separarse de Su Pareja Abusadora


Neste livro, a autora descreve os efeitos do abuso emocional em situações de violência doméstica - as seis componentes na experiência subjectiva das mulheres - que são:

Degradação – Sentir-se degradada, menos valorizada, menos aceite…
Temor – Sentir ansiedade e temer pela sua segurança…
Cosificação - Sentir-se um objecto, sem recursos, nem desejos…
Privação – A dificuldade ou impossibilidade de satisfazer as necessidades básicas…
Sobrecarga – Sentir um tremendo gasto de energia para manter a relação, a nível emocional e prático…
Distorção da realidade - Sentir-se enredada em dúvidas sobre si própria, sobre o outro e sobre os factos da realidade….


POR CADA MULHER HÁ UM HOMEM

"Por cada mulher cansada de ter que fingir fraqueza.
Há um homem que gosta de a proteger e espera submissão.

Por cada mulher cansada de ter que agir como uma tonta.
Há um homem que finge saber tudo porque lhe dá poder. 

Por cada mulher cansada de ser descrita como "fêmea emocional”. 
Há um homem que aparenta ser forte e frio para manter seus privilégios. 

Por cada mulher catalogada pouco feminina quando compete.
Há um homem que não se importa de pisar em ninguém desde que seja o primeiro.

Por cada mulher cansada de ser um objecto sexual. 
Há um homem que gosta de usar as mulheres para o seu prazer. 

Por cada mulher que se sente atada aos seus filhos.
Há um homem que goza de tempo livre à sua custa.

Por cada mulher que não teve acesso a um trabalho ou salário satisfatório. 
Há um homem que tira vantagem do trabalho livre feito em casa e não move um dedo para exigir igualdade de direitos das mulheres. 

Por cada mulher que não conhece a mecânica de um carro.
Há um homem que, quando ele chega a casa de carro, tem mesa e toalha posta. 

Por cada mulher que dá um passo no sentido de sua própria libertação. 
Há um homem que tem medo de perder o seu lugar privilegiado perante ela. 

Por cada mulher que é vítima de violência doméstica.
Há um homem que a exerce e o nega, apresentando-se como vítima de "provocação" ou do "abuso psicológico" da mulher, e outros homens que olham para o lado num silêncio cúmplice. 

Por cada mulher que acredita que os homens querem plena igualdade de direitos, existem centenas de homens, na esperança de que "tudo mude um pouco para que tudo fique na mesma".

quinta-feira, 25 de junho de 2015

Acontece a todos



"Já o escrevi várias vezes.
Eu também não me levo muito a sério.
Porque, se levasse, a minha vida deixaria de ter a graça que tem e os acontecimentos tomariam conta de mim.
Ora eu não gosto nada que tomem conta de mim.
Gosto de ser eu a faze-lo, mesmo que nem sempre o tenha feito da forma mais feliz.
Acontece a todos.
Só que, à distância, mesmo naquilo que não terá corrido pelo melhor, acabo sempre por descobrir um lado em que as coisas poderiam ter acontecido de modo bem pior.
Digo imensas vezes isto aos amigos que atravessam problemas sentimentais.
Se são novos, lembro-lhes o risco que correriam se tudo se passasse quando já fossem velhos.
Se já são entrados na idade, recordo-lhes os bons momentos que, apesar de tudo, também viveram...
Sempre apliquei este princípio à minha própria vida.
E quanto mais velha vou ficando, mais me rio de mim própria, da importância que atribuí aos percalços por que passei e da coragem que tive nas asneiras que também fiz.
As quais, aliás, à data, me souberam muito bem..."

Helena Sacadura Cabral

Alma Secreta



"A verdadeira alma secreta em nós é uma chama nascida de dentro do Divino e, habitante luminoso da Ignorância, cresce nela até que seja capaz de voltá-la em direcção ao Conhecimento.
Esta velada entidade psíquica é o Testemunho e Controlo encobertos, O Guia escondido, o 'Daimon' de Sócrates, a luz interior e voz interior do místico.
É ela que persiste e é imperecível em nós de nascimento a nascimento, não tocada por morte, decadência ou corrupção, uma fagulha indestrutível do Divino."

Sri Aurobindo

Ao contrário da Borboleta ...



" (...) ao contrário da Borboleta que 'sabe' que este processo faz parte da sua existência, o nosso ego condiciona-nos a resistir ao nosso processo de transformação apoiado pela alma e que é em tudo idêntico ao da Borboleta.
Ao contrário da Borboleta que se permite e vai cooperando com os estágios seguintes até ter as suas asas, nós fazemos a força oposta, criamos resistência, lutamos contra, e pior do que isso, paramos a meio a vitimizarmo-nos das dores sentidas deixando até de acreditar que as asas existem."

Vera Luz 




A metamorfose é uma experiência única, pois trata-se de um ser que se transforma noutro. 

A borboleta não nasce de uma pequena borboleta (bebé borboleta), mas de um ovo que se transforma numa lagarta, que rasteja pelo chão e passa boa parte de sua vida a ver o mundo sob esta perspectiva. Esta transformação ocorre quando a lagarta vai transformando o seu corpo em crisálida e isola-se do mundo.
A partir deste momento passa por profundas transformações interiores de ordens físicas e também sensitivas, que após um período de maturação, liberta-se do casulo e passa para uma nova vida.

Fascinante, não?
Quantos de nós, temos o privilégio de nos acontecer o mesmo?




quarta-feira, 24 de junho de 2015

A lactação



A lactação é a continuação e o desenvolvimento de nossos aspectos mais terrenos, selvagens, directos, filogenéticos.
Para dar de mamar, as mulheres deveriam passar quase todo o tempo nuas, sem largar sua cria, imersas num tempo fora do tempo, sem intelecto nem elaboração de pensamentos, sem a necessidade de se defender de nada nem de ninguém, mas tão somente abstraídas num espaço imaginário e invisível aos demais.
Dar de mamar é isso.
É deixar aflorar nossos recantos mais ancestralmente esquecidos e negados, nossos instintos animais que surgem sem que imaginemos que estavam aninhados em nosso âmago.
Dar de mamar é se despojar das mentiras que nos contamos durante toda a vida sobre que somos ou deveríamos ser.
É estarmos soltas, poderosas, famintas, como lobas, leoas, tigresas, cangurus ou gatas.
Muito semelhante às mamíferas de outras espécies em seu total apego pelas crias, ignorando o resto da comunidade, mas atentas, milimetricamente, às necessidades do recém-nascido.
Isto é tudo que se necessita para poder amamentar um filho.
Nem métodos, nem horários, nem conselhos, nem relógios, nem cursos (...)
Apenas permissão para ser o que queremos, fazer o que queremos e nos deixar levar pela loucura do selvagem".

LAURA GUTMAN 
in,A MATERNIDADE E O ENCONTRO COM A PRÓPRIA SOMBRA

O Futuro



"Como podemos dar forma a um futuro se a base do amor se encontrar perturbada?
Se os melhores de entre os nossos filhos se opuserem aos adultos, cheios de indignação, já que estes não querem ver como destroem o ambiente, e se não fizeram seu o amor?

A nossa esperança são as mães. 
Por conseguinte tem de ser dada às mulheres a possibilidade de deixarem de ser consideradas propriedade do homem, a fim de incentivar o que houver vivo nos seus filhos e na vida.
Dizer isto não quer dizer que a própria maternidade deveria ser transformada num fim obrigatório.
É esse o problema.
Estamos programados pela nossa sociedade de tal forma que a “bondade” se transforma numa parte de toda essa loucura.
É que somos sugestionados no sentido de que a bondade é um fim em si, e assim uma boa mãe transforma-se na expressão da mitologia masculina do sucesso.
Se alguém quiser ser uma boa mãe por esta razão isso equivale a venerar o mito masculino sem disso ter consciência. Passa a ser este a determinar o valor de uma mulher, e não os objectivos autênticos dela.
Parir tornou-se um êxito.
A destrutividade da cultura dominada pelo Homem infiltra-se em tudo o que seja vivo.
...E assim as vítimas firmam um acordo com quem as destrói. E as mulheres que interiorizam desta forma o mundo masculino, embora sejam suas vítimas, ainda podem ter efeitos mais destrutivos que muitos desses homens, já que transmitem a ideologia masculina sob a capa da feminilidade.”
(…)

In, FALSOS DEUSES 
ARNO GRUEN

..............civilizations





Did all civilizations arise from one culture more ancient that anyone had previously thought? 
The evidence is mounting...







Distinct similarities in the symbols, documents, artifacts and architecture of ancient civilizations around the world point to the possibility of a lost civilization that influenced them all.
More and more evidence of this lost culture is being discovered and investigated all the time by people like Graham Hancock and many others.

What will we find next?

terça-feira, 23 de junho de 2015

Gilgulim


Cenas do anime Code Geass R2, episódio 21, 
com dois ângulos diferentes da “memória da humanidade” 
 (em forma de uma helicoidal de almas) existente no “Mundo de C”. 
 Inconsciente Colectivo Otaku



“Na cabala há a ideia de Gilgulim, ou transmigração.
Embora seja possível uma alma ganhar a sua recompensa ou sofrer o seu castigo após a morte, alguns processos somente podem ser completados na Terra; por isso uma pessoa renasce - para que possa ter a oportunidade de corrigir erros.
É por esse motivo que às vezes reconhecemos certas pessoas na primeira vez que as vemos.
Nós a conhecemos numa encarnação passada, e talvez tenhamos com elas alguma relação fatal que precisa ser resolvida”.

in, O Ungido
Z’ev Ben Shimon Halevi

Pode, mas dá trabalho.



"No fundo, a vista cansada é deixar de se espantar, e por isso deixar de se entusiasmar, e por isso deixar de ter esperança.
É perder a capacidade de brincar com a realidade: deixar a reinventar, sonhar e construir.
É deixar de se surpreender.
Mas pode uma pessoa ter uma vista cansada e recuperar o seu olhar?
Pode, mas dá trabalho.
É preciso deixar tudo o que cansa o olhar: horizontes sem perspectiva, relações sem amor, acções sem sentido.
Mas não basta isso… é preciso descansar o olhar em coisas que valem a pena.
Reparar e parar no que anima e no que entusiasma.
Acreditar e voltar a acreditar nas coisas pequeninas e nas coisas grandes.
Agradecer tudo o que há e tudo o que não há.
E assim aos poucos, podemos recuperar um olhar que se surpreende."

.............não podemos pedir ao corpo que nos dê felicidade



Desapego em relação ao corpo não é sermos descuidados ou indiferentes com ele. 
O olhar desapegado consiste em ver o corpo como ele é. 
Assim podemos apreciar a incrível criação que é o organismo humano, com suas miríades de células, tecidos e órgãos, sistemas, funções e capacidade de se adaptar.

Podemos igualmente apreciar o corpo como palco de todas as experiências, todas as acções, todos os seus frutos, todas as emoções e vivências que fazem uma vida humana valer a pena. Podemos, por exemplo, nos maravilhar com o inexplicável efeito que a música tem sobre o nosso coração. Podemos desfrutar da beleza estonteante das forças da natureza e das formas da criação usando os cinco sentidos. Podemos viver a amizade, o amor, a solidariedade e a gentileza.

Porém, não podemos pedir ao corpo que nos dê felicidade. 
A razão disto é simples: ele não consegue fazer isso.
O corpo não pode nos dar felicidade, da mesma forma que nenhuma experiência centrada ou nascida no coração ou na mente têm essa capacidade. 
Essa é a limitação intrínseca ao corpo e à mente. 

Como termos então essa elusiva plenitude?
Reconhecendo a nós mesmos como felicidade ilimitada, que não começa nem termina, e que não está condicionada por nenhum evento ou experiência. 
Renunciando à ilusão de que realizar os nossos desejos irá trazer felicidade em algum momento futuro.

Reconhecendo que a felicidade já está aqui, agora mesmo, na forma da pessoa simples que somos. Reconhecendo que ela sempre esteve aqui, e sempre estará.
Renunciando a fazer qualquer coisa para nos tornar felizes, pois já somos a felicidade que buscamos.

Pedro Kupfer

segunda-feira, 22 de junho de 2015

the hard road



Someone once asked me, 
“Why do you insist on taking the hard road?” 
I replied, 
“Why do you assume I see two roads?

Memórias no inconsciente colectivo



Existem muitas memórias no inconsciente colectivo onde todo o ser humano mantém ligações inconscientes a essas memórias, e que o condicionam...

Uma das mais recentes é a memória do Holocausto Nazi...
Toda a humanidade assistiu a uma destruição de um povo e que foi algo a que não pode fugir, a incapacidade de parar algo aberrante que estava a ser feito...

Para puder fugir a essa incapacidade , na época, a humanidade bloqueou por medo as suas emoções, esse bloqueio está nas nossas células de memória colectiva...
Quando não conseguimos sentir, ou manifestar o que sentimos, bloqueamos as emoções...

Também nesta memória colectiva do karma do inconsciente colectivo, está um condicionamento, as trevas, o mal, pode dominar e ganhar... eu nada posso fazer... sou capturado...

Peguem neste arquétipo e sintam onde na vossa vida, bloqueiam as emoções, fogem, escondem-se , porque têm medo de assumir a vossa capacidade de intervenção... que nada pode nos impedir de intervir e fazer a diferença...

Onde estamos a colocar de uma forma inconsciente o nosso poder nas mãos de alguma pessoa ou circunstância e "acreditamos" que estamos capturados...
É mais fácil bloquear as nossas emoções e nada fazer...

Existem muitas memórias no inconsciente colectivo que nos condicionam, mas o despertar é precisamente sair dessa malha, dessa teia, fazer por nós, mesmo que isso vá divergir do que o colectivo valoriza e condiciona...

Deixo aqui esta reflexão ...
Um profundo abraço em cumplicidade do resgate da liberdade...
Sair da malha colectiva do condicionamento e bloqueio...

Ruth Fairfield






El término inconsciente colectivo fue acuñado por Carl Jung en base a sus experiencias con personas esquizofrénicas y, en un primer momento, en el concepto de inconsciente de la teoría de Freud.

Pero, ¿cómo funciona la teoría del inconsciente colectivo?

La base de la teoría del inconsciente colectivo son los arquetipos, que constituyen la estructura de la teoría: son disposiciones innatas psíquicas que nos sirven para experimentar y representar el comportamiento y las situaciones humanas básicas. 
El nacimiento, la muerte, el amor, todo está controlado por diferentes arquetipos, siendo el arquetipo más importante el Ser, el centro de la persona psíquica, su integridad.

Todos los arquetipos se ven a través de imágenes en sueños y visiones, probablemente por eso Jung tenía un gran interés en la interpretación de los sueños y símbolos como forma de entender los cambios en la psique.

El inconsciente colectivo es algo innato de los seres humanos, viene con uno desde el nacimiento y no se puede adquirir de ninguna otra forma: una especie de biblioteca universal de sabiduría a la que todos tenemos acceso.

La teoría del inconsciente colectivo de Jung sólo tiene sentido si entra dentro del plano de la memoria colectiva, y que se debería analizar no sólo en los seres humanos, sino en el universo en sí.

Tanto las leyes como la materia son fijas, no varían, siguen siendo iguales. Tal vez por esa razón ha ganado tanto terreno la teoría evolucionista en los últimos dos siglos: no solo la de Darwin, sino también un montón de evolución social, tecnológica, médica, cultural –nuevos medicamentos, el comunismo, el arte moderno–. Finalmente, en 1966 se aceptó la teoría del Big Bang, en la que el universo dejó de ser eterno e invariable, y la física dejó de ser estática. Si las leyes de la física son eternas y existieron antes que el mismo universo, se puede llegar a pensar que son leyes metafísicas.

Para que la teoría del inconsciente colectivo funcionara, habría que empezar a pensar en el universo como un organismo, no como una máquina. En ese punto, las leyes más que leyes son hábitos: esta idea la desarrolló William James, un filósofo estadounidense, y en Alemania, Nietzsche creía en la selección natural de las leyes.

Samuel Butler afirmó que toda forma de vida tiene una memoria inconsciente inherente, y lo llevó un poco más allá diciendo que también los átomos la tienen. Partiendo de esta teoría, se podría decir que cada uno de nosotros tiene “campos” que se llenan con determinada información, ya sea biológica, cognitiva o de cualquier otro tipo, lo que hace que una vez que un organismo modifica o aprende algo, el resto de organismos similares hará lo mismo de forma mucho más fácil, gracias a la memoria colectiva completada en esos campos.

En general, creemos que las cosas se almacenan en el cerebro, y utilizamos cerebro como sinónimo de mente y de memoria, probablemente porque muchos tipos de daño cerebral causan problemas de memoria. Ha habido muchos intentos de ubicar la memoria en el cerebro desde el punto de vista científico, y diversos estudios demostraron que eliminar gran parte del cerebro no te hace perder la memoria, lo que lleva a especular que esta se encuentra en todos lados al mismo tiempo y en ningún lugar en particular.

Si partimos de esta teoría de sintonización con nuestra propia memoria, podemos creer también que existe una memoria colectiva, que todos afinamos con nuestros propios nuevos conocimientos. Por tanto, la teoría de la resonancia mórfica que estuvimos explicando daría un verdadero sentido al inconsciente colectivo de Jung.

¿Crees que es realmente posible la idea de un inconsciente colectivo?
¿Estás de acuerdo con la teoría de resonancia mórfica?


Lucia Vazquez



Antes de Freud, nadie hablaba del inconsciente y ahora se ha vuelto una palabra de uso común. El estudio del inconsciente ha seguido avanzando y Carl Jung, uno de los más famosos discípulos de Freud, descubrió que no sólo hay un incosnciente individual, sino un inconsciente colectivo.

Otras personas, como Bert Hellinger, han continuado estudiando el inconsciente colectivo observando que éste se encuentra dividido en grupos.
En primer lugar pertenecemos a un sistema familiar de origen, junto con nuestros hermanos, padres, tíos y abuelos.
Posteriormente puede haber también un sistema familiar propio, conformado con la propia pareja y los hijos, quizá además haya una ex pareja y otros hijos de una unión anterior.
Además nuestros sistemas familiares pertenecen a grupos mayores, por ejemplo, aquellos que conforman una raza o nación, y también a grupos intermedios como organizaciones laborales y sociales.

Todo lo que ocurre en estos grupos a los que pertenecemos, nos afecta de manera individual, ya sea que seamos conscientes de ello o no.





Além do inconsciente individual (Freud) e do inconsciente colectivo (Jung) existe também segundo Bert Hellinger, um inconsciente familiar compartilhado pelos membros de uma mesma família e que se transmite às gerações seguintes, e que é estruturado a partir de todos os acontecimentos que compõem a história da família (nascimentos, mortes, uniões, separações, rejeições e exclusões, sucessos, fracassos, padrões de conduta, etc...).

Rupert Sheldrake no seu livro “Ressonância mórfica : a presença do passado”:

A sua teoria, baseada em diversas pesquisas, indica que a nossa actividade mental  gera um campo energético que se estende além do nosso cérebro, no tempo e no espaço, promovendo vibrações que actuam como canais de comunicação de informações que podem ser captadas por vários indivíduos de um mesmo grupo.


 Inconsciente Colectivo: Ideia proposta pelo psicólogo suíço Carl Jung como um etéreo reservatório de pensamentos, impressões e experiências de todo o género humano.
Dada a queda de Jung pelo ocultismo, pode-se especular se ele não reciclou a antiga concepção indiana de akasha.
O “inconsciente colectivo”, por sua vez, pode ter influenciado a formulação dos…

Campos morfogenéticos: Hipótese criada por Rupert Sheldrake para explicar a emergência de padrões similares entre populações geograficamente desconectadas de uma mesma espécie.
Este tipo de campo seria um tipo de memória biológica colectiva de uma espécie, que influencia a sua formação corporal, e para qual cada membro contribui.
Em vez de forças físicas, transportariam “informações”, ou seja, permitiriam que uma “memória ancestral” reentrasse sem apelar para a genética.
Todavia, tanto o inconsciente colectivo como os campos morfogenéticos têm um pequeno problema até agora: são totalmente especulativos. Explicam muito, mas se não puderem ser testados estarão mais para a metafísica que para a ciência.